Uma Análise Comparativa do Pacto Social em Thomas Hobbes e Karl Marx.

Uma Análise Comparativa do Pacto Social em Thomas Hobbes e Karl Marx.

Principal ideia política de Hobbes, uma sociedade sem o pacto, a vida do homem seria solitária, pobre, sórdida, brutal e breve.

Não teria sequer como prevalecer à civilização. Essas palavras parecem ser críticas no decorrer da análise do desenvolvimento da sociedade capitalista, totalmente ingênuas. Mas isso será explicado na formulação do entendimento epistemológico de sua teoria.

Grande filósofo nasceu na Inglaterra escreveu um fascinante tratado político, o Leviatã, infelizmente ficou famoso pela sua obra que pela construção do seu pensamento político.

Hobbes a exemplo de outros grandes cientistas entre eles destacaram os mais famosos, um deles Bacon, outro referencial que podemos citar Locke.

Desenvolveu a construção metodológica no entendimento do fenômeno político tomando emprestado conceitos herdados de Galileu, como também de Newton, o fundamento básico em que as Ciências Naturais podem muito bem, como de fato formulou.

Serem aplicadas como substancialidade as Ciências sociais. Referindo especificamente ao campo do instinto humano como natural ao desejo do próprio homem aos seus interesses particulares.

O seu método fundamental, até então não entendido foi por sua parte a aplicação metodológica da lei natural ao mundo político. A nova Ciência elaborada por Hobbes.

Ele não tinha sequer a intenção de publicar o livro, objetivo fundamental justificar a defesa do rei Carlos I, diante de um parlamento hostil, o uso da lei conforme as exigências do tempo.

Hobbes permaneceu dez anos em Paris onde publicou o seu livro famoso: De Cive, ano 1642, elaborou temas importantes ligados aos fundamentos da política, mas o que elevou ao mais alto algo grau como filósofo construtor do entendimento da política, quando escreveu a grande obra: o Leviatã.

A ideia fundamental de Hobbes, formulada e descrita aqui de forma coerente, é que os homens comportam segundo leis naturais. Desenvolveu-se uma analogia a lei descoberta pelo físico Isaac Newton, segundo a mesma, a matéria sempre comporta de forma uniforme, a menos que sofra alguma ação, o princípio que é determinado pela natureza permanece tal qual a determinação.

Aplicação inadequada das leis da natureza aos fundamentos sociais. Pois a primeira lei é a natural, a segunda construída ideologicamente, diferenças fundamentais na acepção, o que não se pode ser comparado do ponto de vista científico. A primeira análise hermenêutica da compreensão, como equívoco epistemológico, do entendimento contemporâneo lógico.

A ideia de Newton heteronimicamente impressionou de tal modo a Hobbes, que levou o mesmo a desenvolver uma metáfora, imaginando equivocadamente que o estado natural do homem, situação de uma permanente guerra resultada de conflitos intermináveis.

Todos lutavam contra todos, e, que jamais seria possível o desenvolvimento da civilização. Como se fosse da natureza do instinto a guerra apenas no estado natural e não na civilização propriamente. Refiro aqui ao aspecto ingênuo antes já criticado inicialmente.

Magnífico desejo de Hobbes, a sua percepção sinalizada como perspectiva genial. O que de fato retrata emeticamente o entendimento equivocado da natureza humana no entendimento do tempo histórico. Anacronismo distinto a natureza do homem.

É necessária que haja regra social que governe o homem, para evitar que o mesmo seja eternamente bárbaro, contrariamente, a sociedade jamais caminharia para seu processo civilizatório.

O que esquece Hobbes, que a regra é uma exceção axiológica, como muito bem observou Marx, não que todos os homens sejam lobos, mais uma parte deles, institucionalizado pelo Estando, dando a eles forças contra exatamente aos fracos, os oprimidos de ofício.

Portanto, o pacto é a formulação da barbárie de forma parcialmente organizada. O que não percebera Hobbes, cujo pensamento político defendia os privilegiados.

O estado natural a respeito do homem, sempre fora uma condição extremamente pejorativa para Hobbes, deixava a espécie humana a um nível aparentemente igual ao mundo animal.

Sem possibilidade de desenvolvimento, a natureza humana para ele fenomenologicamente ruim, a única saída possível, seria a criação do Estado, para apaziguar conflitos, quando modernamente o mesmo é responsável por desencadeamentos antagônicos de relacionamentos perturbadores.

Reflete Marx, Hobbes não percebe que a sociedade politicamente organizada transforma em lobos, os donos do Estado, motivo pelo qual o pacto é prejudicial aos pobres, pelo menos do modo que foi pensado em sua estrutura liberal da economia.

A saída dada por Hobbes para o homem, na construção da sociedade política no estado da natureza não é possível o desenvolvimento civilizatório. Portanto, necessário o pacto, mantido pela lei, é a defesa um pacto mantido essencialmente pela força da espada, de acordo com a necessidade daqueles que sonham com o domínio. O que Marx critica com severidade.

Sem a criação do Estado a sociedade desintegraria, o homem não desenvolveria, não sairia do nível meramente animal. Uma guerra cruel, assassina, cada homem lutaria por si só, na destruição dos demais.

Resultado lamentável em que todos seriam perdedores, a vida incrivelmente insuportável, o homem caminharia para sua destruição total, o Estado é uma instituição necessária, não é possível desenvolver uma civilização sem leis, o mundo seria uma tragédia.

Sem a organização política, a vida do homem tornaria impossível, absolutamente solitária, completamente pobre, com significação sórdida, brutal em todos os aspectos.

O homem vítima dele mesmo, sem perspectiva, o destino absolutamente nada, a existência marcada pela a brevidade. O que está em questão não é apenas a criação do Estado, mas qual é a natureza do pacto.

Por todas essas razões a necessidade da criação do Estado, seria uma loucura viver uma sociedade sem política, sem ordem do poder. Diante dessa análise quando Hobbes resolveu construir sua teoria de defesa do Contrato Social.

Através do mesmo, todos os homens estão impedidos de cair no estado lastimável da origem primária do relacionamento humano. Com efeito, a questão a ser construída não é apenas a natureza do pacto, mas qual o sentido epistemológico do mesmo.

O homem é um ser condenado a ser político, se dessa forma não agir, termina-se por ser igual a um animal, fica permanente no estado terrível do instinto natural.

O estado de conflito e guerras permanentes, não é possível o homem viver sem organização social e política, quanto melhor for a organização do Estado, mais avançado será o mecanismo defensor da própria pessoa.

Todo homem age, reflete Hobbes de acordo com a lei e autopreservação, o homem mecanicamente, deseja o que é bom para ele mesmo, para realização do seu intento, não pensa na outra pessoa.

O pacto criado por meio do Estado faz com que o homem possa conseguir as coisas, sem prejudicar ao outro, deixando que os outros homens possam ter também direitos, esse é o verdadeiro motivo da criação do Estado. O que não é precedido, muito menos entendido modernamente.

Com efeito, a ideia da necessidade da criação do pacto na formulação do Estado Político, materializa-se no pressuposto que as forças naturalistas que dirigem o instinto humano buscam o que ele quer apenas para ele, sem pensar naturalmente no direito das demais pessoas.

Ao contrário dessa proposição ingênua, poderia até dizer má fé, o que foi explicitado posteriormente, naturalmente.

Entende que tudo no universo é apenas matéria, corpórea, não acredita na possibilidade do espírito, alma, tais possibilidades são confusões propostas por leis não físicas, como produtos metafísicos que não tem nenhum significado para realidade prática das relações de poder.

Mesmo Deus para ele é apenas uma ideologia, nenhum outro pensador para o seu tempo histórico, foi capaz de desenvolver uma filosofia tão belamente materialista.

Na realidade, o espírito humano, jamais poderia ser dirigido pelos deuses, o mundo reina por regras tão somente naturais, que fundamentam no espírito das leis, não refiro nessa reflexão ao positivismo de Weber. Apesar do seu forte materialismo foi obrigado a desenvolver uma forma de raciocínio, o qual não poderia se definir essencialmente como lógico.

O princípio básico, na defesa do livre arbítrio, mas sem coloração divina, o mundo é o que é, apenas por leis .humanas, ligadas ao direito determinado pela natureza do pacto, sustentado por regras definidas por certos Estados

O homem para Hobbes nasce livre, mas a liberdade que determina a vida humana, é resultada da lógica da lei natural.

O que faz o instinto do homem, ser contra a si mesmo e contra os demais. A ingenuidade do espírito diz posteriormente Marx, a regra das prisões são as relações de classes. Não a projeção apenas de um dado momento como essência da natureza do homem.

Portanto, o homem será perigoso enquanto ele for livre, para poder seguir seus desejos determinados por leis naturais. Nessa análise o homem será extremamente inevitável, com a frase famosa, o lobo dele mesmo.

O que é crítico etimologicamente, o homem tanto mais escravo preso à fórmula de um pacto liberal reflete Marx. A defesa do pacto, faz se sentido diz o mesmo, quando reflete o princípio da isonomia.

O Estado libertará o homem da sua brutalidade, acalmará a sua destruição e, fará da história humana com esperança e, poderá a civilização não permanecer sobre relações brutais, nas quais todos serão perdedores. Portanto, exemplo especifico, o Estado de caráter essencialmente social.

Mas o Estado, que não efetivou socialmente, vem acontecendo modernamente, o referido transformou-se em lobo nas mãos de outros homens, levando uma parte da sociedade ser o próprio lobo devorando as pessoas simples sem perspectiva de institucionalização.

O Estado tem que ser para todos, porque quando o referido pertence a grupos, os mesmos comportam de forma selvagem, analisa Marx, retornam as ações do estado da natureza.

Levando os que têm o Estado, comportar com a lógica primitiva da realização do instinto daqueles que têm a instituição em mãos. Esse aspecto não foi analisado por Hobbes, entretanto, o Estado tornou-se o mecanismo da elite concentradora do poder econômico. O que Hobbes não pode perceber na sua época histórica, mas Marx compreendeu perfeitamente.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 11/10/2014
Reeditado em 11/10/2014
Código do texto: T4994795
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