"Religião-Ciência e desentendimentos!"
Independentemente de não se unirem a favor do gênero humano é preciso que as duas molas mestras que movem a espécie humana procurem acrescentar ora uma ora outra as descobertas na melhoria de cada uma delas em prol do crescimento da humanidade porque religião não existe sem Ciência e nem Ciência sem religião.
Nos últimos quatro ou cinco séculos a ciência conquistou avanços impressionantes, e através deles a humanidade reescreveu sua relação com o universo, a natureza e consigo mesma. Já as religiões estão presentes há mais tempo, e colaboraram com o desenvolvimento da civilização em diversos aspectos, mesmo que algumas delas tenham em alguns momentos feito exatamente o contrário.
Ao longo de tantos séculos de convivência, a relação entre estas duas grandes forças culturais tem sido tumultuada, complexa e confusa. É preciso considerar de início que ciência e religião possuem métodos diferentes para alcançar seus objetivos. O método científico está fundamentado na razão e no empirismo, enquanto a religião reconhece o valor da revelação, da fé da sacralidade.
Além disso, os objetivos finais de ciência e religião também são distintos, algo que é fosse ignorado na maior parte dos debates a respeito do assunto. A falta de clareza sobre esta diferença é o que dá suporte ao desprezo de uma pela outra.
O objetivo da ciência é a constante construção e organização de conhecimento na forma de explicações e predições a respeito do universo. Este conhecimento parte de evidências empíricas e mensuráveis, que podem ser submetidas a certos princípios elementares da razão.
Já o objetivo da religião é estabelecer uma relação entre a humanidade a espiritualidade, que envolve o desconhecido e o sobrenatural. Para isso, usa um sistema complexo formado por narrativas, símbolos, tradições e rituais que representam ou pretendem explicar o significado da existência humana e as razões da origem e do fim da vida.
Colocadas as coisas desta forma, religião e ciência parecem estar condenadas a serem eternas rivais. Não só seus métodos são inconciliáveis e seus objetivos são distintos, mas o passado desta relação apenas contribuiria para que os defensores de cada lado permaneçam até hoje de armas em punho e dentes cerrados.