Quem realmente foi Nero.

Quem realmente foi Nero.

Sempre contava as histórias do Império romano, para o meu pai, o senhor Nicomedes Costa de Vasconcelos, Itapagipe, Minas Gerais.

A história que revelarei foi contada a Nicomedes em detalhes. Certo Imperador diabólico matara a própria mãe com o objetivo de continuar com o poder em Roma.

Trata-se de Nero. Sempre cruel e louco, fizera os piores crimes relatados em toda a História do poder político em Roma.

Nero tinha um grande objetivo: acabar definitivamente com o cristianismo e se empenhou para concretizar seu desejo, o que não foi possível. Todos os Imperadores romanos até Constantino tinham como principal tarefa do Império liquidar com os cristãos.

Essa História só mudou, senhor Nicomedes, quando Constantino, juntamente com seu pai, Constâncio, dão um golpe de Estado para tomar o poder em Roma. Ao perceber que o cristianismo era uma grande força política, libera o culto a Cristo, utiliza-se dos cristãos para formar um grande exército em defesa de seu governo e do Estado.

Nesse sentido podemos dizer que o cristianismo é produto de um grande golpe de Estado, resultado de intrigas entre forças militares e a nobreza política na Roma antiga.

Essa análise, em particular, será desenvolvida por mim em outro artigo que brevemente escreverei senhor Nicomedes, a respeito de Constantino e os cristãos, o verdadeiro motivo da liberação do culto a Cristo.

Em relação ao Imperador Nero, quando Júlio Cesar foi assassinado, quem ocupou o poder em Roma foi seu sobrinho neto, Otávio, que formou um triunvirato com Antonio e Lépido. Dividiram o mundo para melhor dominá-lo como fizeram Júlio Cesar, Pompeu e Crasso.

Otávio conseguiu eliminar ambos, tornando- se o único Imperador de Roma. Tomou o nome ativo de Augusto, etimologia que significa Deus, proclamando-se como soberano e Deus dos romanos.

Sua pessoa foi considerada como sagrada, verdadeiro Deus. Foi quem nomeou Pilatos para governador de Israel. O cristianismo começou a nascer dentro do seu Império.

A condenação de Cristo realizou-se no seu governo. Pilatos por defendê-lo recebera ordem do Imperador para praticar o seu próprio suicídio, o que de fato o fez, atirando-se em alto mar ao voltar a Roma.

Quando morreu Otávio, quem o sucedeu no poder foi Tibério, ano 14-37. Alcoolatra provocara as maiores perversidades possíveis a um Imperador.

Ao morrer, seu sucessor Calígula, ano 37 a 41, depois de Cristo. Imperador perverso, assassinado por uma rebelião de elite com a participação do povo.

O poder foi entregue a um tio seu, Imperador Cláudio. Esse sim, doente e psicopata. Vivia bêbado e quando gostava de uma mulher, mesmo casada, tomava- a como esposa ou amante.

Nesse momento inicia-se a história de Nero, filho de Agripina, uma prostituta de luxo, mulher diabólica tanto quanto o filho. Tudo de negativo que aprendeu fora ensinado pela própria mãe Agripina.

Nero nasceu em 37 depois de Cristo. Muito novo, começou a tramar a morte do pai, aceitando as proposições da mãe, já que era bonita, desejava que estivesse livre para ser a esposa do Imperador Cláudio, que sempre fora fascinado por mulheres belas e casadas.

O grande objetivo de Agripina era transformar Nero em um Imperador. Para tal fizera uso do sexo. Bonita, relacionava-se constantemente com Cláudio levando-o à paixão

Cláudio era um assassino. Divertia-se matando suas esposas. Matara três delas. Nero muito esperto, mesmo quando adolescente estivera ligado à morte de seu pai, para ajudar sua mãe a transformar-se Imperatriz de Roma.

Procurou juntamente com Agripina assassinar o imperador Cláudio, o que não fora difícil. Afinal é fácil matar um bêbado envenenando a comida.

O que fez Nero para chegar ao poder? Obrigou a mãe a ser amante de um general das forças armadas em Roma, cujo nome era Burrhus.

A ele fora prometido muito poder e privilégio, o que deixou o general interessado em transformar Nero em Imperador de Roma.

Agripina envolvia-se diariamente com esse general. A estratégia era usar o sexo. Conseguia tudo se prostituindo, levando o militar a uma louca paixão, com o mero objetivo de convencer o mesmo, usar as forças armadas de Roma colocando Nero como novo Imperador.

Foi exatamente o que aconteceu, senhor Nicomedes. Se os senadores não aceitassem a indicação de Nero como Imperador, sofreriam intervenção militar. O Senado sempre esteve sob o julgo das forças militares. Muitos Imperadores fizeram-se por esse mecanismo.

O senador que recusasse votar a favor de Nero para ser Imperador seria morto e, desse modo Nero chegara ao poder de Roma.

Para finalizar essa história, Cláudio tinha um filho que teria direito à coroa. Nero, imediatamente, a fim de evitar danos no futuro mandou matar aquele que por direito seria o novo Imperador.

Tudo ia muito bem em Roma durante cinco anos. Nero não estava muito preocupado com o poder, deixou que Roma tivesse como governante Agripina.

Particularmente, seu amante, o general Burrhus e o filósofo Sêneca, seu tutor, cuidavam de Roma. Nesse período levou a vida no mais puro divertimento, voltado para sexo, assassinatos e roubos.

No entanto, Agripina queria fazer do mesmo o Imperador de Roma. Espertamente, como já havia assassinado o filho de Cláudio, obrigou Nero a se casar com a filha do Imperador, a senhora Otávia.

Tal casamento justificou-se pela força do poder militar ao direito de ser Imperador. Era o último lance da estratégia de Agripina. Nero sempre detestara Otávia, mulher destituída de beleza e desletrada.

Em seguida Nero apaixona-se por uma linda escrava grega, Acte. Sua vida volta-se inteiramente para tal mulher ocasionando discórdia no palácio. A oposição de Agripina fora muito forte obrigando Nero a abandonar a escrava, fato não ocorrido. Agripina, desanimada, deixou o palácio indo viver numa ilha.

Em seguida Nero apaixonou-se por Pompeia, bela mulher, esposa de seu grande amigo Oto. Pompeia era fascinante, amante de Nero, porém disposta a ser a Imperatriz de Roma.

Havia tinha três empecilhos. O primeiro, a mãe de Nero, que sempre defendera Otávia como esposa, para tal era obrigatória a morte de Agripina.

Exatamente o que aconteceu.

Pompeia convenceu Nero de que sua mãe planejava contra ele. Para usar novamente das forças armadas e retomar ao poder, Nero estava convencido de que Pompeia estava certa, mandou então matar a mãe.

Em relação a sua esposa separou-se legalmente. Da mesma forma Pompeia também se separara de Oto, eliminando-se, assim, os empecilhos.

Após alguns anos, num ato de fúria, ele próprio mata Pompeia, sendo que ela estava grávida de Nero. Tinha como objetivo levar também seu filho a ser Imperador de Roma.

Solitário no poder, não tendo mais o amante de sua mãe a seu lado, para sua sustentação no poder, teve de enfrentar dois grandes inimigos. Um deles, os cristãos, o outro, a elite romana que nunca o aceitara como Imperador de Roma.

Num ato de loucura, ordenou que Roma fosse incendiada. Naturalmente, a parte em que colocou fogo foi apenas nos lugares onde residia a elite que fazia oposição ao seu governo.

Com esse ato eliminou seus inimigos políticos, mas sabia das consequências de sua atitude. Necessitava, assim, de um bode expiatório. Nada melhor que colocar a culpa nos cristãos já que os mesmos faziam oposição ao seu governo não servindo ao exército.

Em seguida culpou os citados, como se tivessem praticado tal ato condenando os cristãos à morte. O Império romano tinha como objetivo acabar com o cristianismo, era o momento oportuno.

Então Nero condenou todos os cristãos à morte, incendiando os mesmos ainda vivos nas ruas de Roma, o ato mais cruel de toda história do cristianismo, livres das duas principais forças de oposição ao governo.

Após a realização desse fato cruel, Nero deu continuidade às suas perseguições assinando decretos e obrigando pessoas importantes a se suicidarem para o bem do Imperador e do Estado.

Esses acontecimentos ocasionaram um grande terrorismo entre o poder público e a sociedade. Aí Nero começa a sofrer forte oposição de todas as forças políticas da sociedade.

Surge contra ele uma grande rebelião na região da Gália, com a participação da elite romana tendo apoio do próprio Senado.

Nero tenta resistir, porém nessa altura não contava mais com a ajuda das forças armadas, sobretudo, sem a colaboração do velho general, aquele que fora amante de Agripina.

A rebelião se estendeu em toda a Itália, os soldados aproximaram-se de Nero.

Acuado, fugiu para uma casa de Campo já sem poder e isolado com medo de ser capturado pedindo a um empregado que o matasse. Exatamente é o que acontece tendo até a presente data apenas trinta anos de idade.

Foram muitos os anos de estudo e pesquisa para poder elaborar esse artigo. Tive de ler grandes obras a respeito do cristianismo e do Império romano para contar essa história a Nicomedes Costa de Vasconcelos, cidade de Itapagipe, Minas Gerais, disponibilizando-a ao caro leitor.

Edjar Dias de Vasconcelos...

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 01/09/2014
Reeditado em 02/09/2014
Código do texto: T4945518
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