Modernismo no Brasil.

Modernismo no Brasil.

Como entender: O Modernismo e a Semana de Arte Moderna.

Contexto Histórico.

Internacionalmente a Europa preparava-se para a primeira Guerra Mundial, devido às crises internas a respeito do desenvolvimento propiciado pelo capitalismo. No Brasil inicia-se a primeira grande revolução institucional.

No contexto histórico nacional uma mudança: a superação da monarquia definitivamente, a partir de 1894, quando teve início outro período histórico.

A introdução do Regime de governo fundamentado nos preceitos da República,

sendo naturalmente que a mudança do Antigo Regime para o novo no Brasil não foi realizado pelo caminho da democracia, mas sim por forças militares sendo os dois primeiros Presidentes frutos desse Regime, o marechal Deodoro da Fonseca e o marechal Floriano Peixoto.

O primeiro presidente não militar só foi possível quando solidificado à transição, o que aconteceu na pessoa de Prudente de Morais.

Ao tomar posse no governo da República do Brasil, 1894, começa a superação do militarismo, uma política de alternância que ficou conhecida no país como café com leite.

Período que durou três décadas, procedimento realizado no início do século XX, sendo estabelecido um acordo silencioso entre os dois principais Estados do Brasil: Minas Gerais e São Paulo.

A principal riqueza daquele período histórico fundamentava-se na produção do café para exportação. Os dois principais Estados exportadores referidos formavam a elite agrária.

A proclamação da República acelerou de forma evidente as contradições sociais. Os negros libertados não tiveram espaços sociais obrigados a se marginalizar na produção econômica brasileira.

Outro fato importante que deve ser analisado é que devido à falta de perspectiva do capitalismo europeu e o início da industrialização no Brasil, chegaram muitos europeus com a finalidade de substituir a mão de obra escrava.

Fenômeno que levou à proletarização da sociedade determinando uma nova classe de trabalhador entendida como os assalariados, tipicamente do segundo momento da revolução industrial, nesse instante exportada para o Brasil.

Em síntese podemos dizer que o aparecimento das três forças sociais no interior da sociedade brasileira possibilitou a passagem do mundo agrário ao mundo urbano, o que não foi pacífico devido aos diversos conflitos de classes.

A sociedade moderna no Brasil não foi desenvolvida de forma tranquila. De um lado, os ex-escravos e os imigrantes constituem-se no proletariado que estava nascendo.

Por outro, a burguesia agrária conservadora, detentora de dinheiro e poder político representada nos Estados citados.

Entretanto, a prosperidade econômica cada vez mais acentuada por fortes contradições, uma sociedade concentradora de renda, excludente do ponto de vista da sua produção. Um Brasil conservador evitava qualquer mudança que viesse a favorecer os mais pobres.

Dos conflitos resultados das contradições dos polos em referência surgiram grandes agitações sociais em diversas regiões do Brasil, desde o velho nordeste abandonado politicamente até o processo de industrialização do País.

As primeiras ações de contestação, já no final do século XIX, Bahia, ocorreu uma grande revolta social denominada Canudos, muito bem trabalhada na grande obra literária formulada por Euclides da Cunha em Os Sertões, o que foi caracterizado como pré modernismo.

Já no início do século XX, outro conflito de fundamental importância no Estado do Ceará na figura de padre Cícero, representado no simbolismo religioso podendo também ser considerado na mesma perspectiva de análise. Do mesmo modo, o cangaço na figura de Lampião. Todos esses movimentos na sua natureza eram de caráter político, porém representados em outros aspectos.

Na cidade do Rio de Janeiro, ano de 1904, acontece uma grande revolta de caráter popular, sob a contestação aparente de não aceitar a vacinação obrigatória a favor da vacina desenvolvida pelo médico Oswaldo Cruz.

Na verdade travava-se de uma grande contestação contra o custo de vida e o desemprego. As classes urbanas que não estavam no mercado de trabalho, naturalmente demonstrando rebeldia desejavam atingir os princípios da República.

No ano de 1910 outra grande rebelião realizada pelos marinheiros, sob a liderança de João Cândido, o almirante de origem negra, ficou conhecida historicamente como a Revolta da Chibata, aplicação de castigo corporal produto de uma mentalidade escravocrata.

Na cidade de São Paulo, as classes trabalhadoras não suportando a pobreza e as explorações começam a se organizar sob o comando de anarquistas e iniciam movimentos grevistas objetivando melhores salários também visando melhoria das condições de trabalho.

O que é interessante é o aumento das tensões sociais diversas. A riqueza do Brasil aumentava cada vez mais, não apenas por meio da produção do café, da cana, como também da borracha na Amazônia.

Com a rápida urbanização de São Paulo, desenvolvimento da Indústria, elevação do índice das riquezas, a concentração das mesmas permanece nas mãos de uma reduzida elite conservadora.

Foi em reação a esse contexto político e econômico que se entende, por exemplo, a Revolução de 1930 na pessoa do novo Presidente da Republica Getúlio Vargas, responsável pelo mínimo de transformação necessária ao conjunto dos movimentos operários.

Ideologicamente, nas Ciências Humanas, particularmente, na Filosofia e Pedagogia há o surgimento da denominada Escola Nova, transmissão da ideologia liberal, o fundamento do novo momento econômico. Sob esses aspectos entendemos melhor o papel de Anísio Teixeira.

Quanto à Arte e Movimento Literário Modernos, efervesceram como crítica ao modelo político da época, indiretamente.

Nesse contexto é que se entendem o nascimento tanto da Arte Moderna como do Movimento Literário denominado Pré-Modernismo e o surgimento da Semana da Arte Moderna, ano de 1922.

Edjar Dias de Vasconcelos...

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 12/08/2014
Reeditado em 13/08/2014
Código do texto: T4919848
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