LENDAS e MITOS
LENDAS e MITOS
“Nos pequenos povoados ou cidades, onde existam casas rodeando
uma igreja, em noites escuras pode haver aparições da Mula - Sem -
Cabeça. Também se diz que, se alguém passar correndo diante de uma
cruz à meia noite, a misteriosa entidade irá aparecer. Dizem que uma
mulher namorou um padre e foi amaldiçoada. E a toda passagem da
quinta pra sexta feira ela vai numa encruzilhada e ali se transforma na
besta. E essa infeliz criatura, tem por sina percorrer sete cidades ou
povoados ao longo daquela noite, sempre em correria infernal, soltando
relinches e ruídos pavorosos, se encontrar alguém no seu caminho, mata
com coices, chupa seus olhos, e come unhas e dedos.”( Daniel Gouveia –
Folclore Brasileiro, Rio de Janeiro, 1926, pp. 46/47.)
Este animal apelidado de sem cabeça surge sempre por inteiro, robusto, a faiscar fogo pelas narinas com um freio de ferro na boca onde também lança fogo. Diz à lenda, que quem o enfrentar tirando o freio de sua boca, anulará o encanto e ele voltará a ser gente, encerrando essa maldição que o castiga por ter sido amante do padre. Outra afirmação é que para não se transformar em Burrinha, o padre tem que amaldiçoá-lo antes de toda celebração da santa missa.
Detalhe, ele é acéfalo, relincha, seus pelos são negros com uma cruz no lombo de pelos brancos, olhos de brasas, geme como os humanos. Tudo depende das tradições de cada região do país.
Na mistura de crendices, profano e “sagrado”, creem que ao morrer a
a alma dele penará neste mundo com aparições terríveis e muito mais.
Como tudo isso virou mito, pode-se afirmar que é fruto dos séculos de
crenças, crendices, fé religiosa num sincretismo livre e absoluto nesta
nação de maioria simples, humilde, de coração aberto, favorável ao
surgimento de outras lendas, superstições, etc. mas, com muito menos
conteúdo místico e novas roupagens formando folclores na realidade de
um diferente mundo cada vez mais vaidoso, técnico, globalizado...