"Moisés na visão ateia"!

Por que não?
Ser ateu significa sem crença em deus e acreditar somente em fatos que foram provados historicamente e cientificamente.
Sempre tinha ouvido falar de Moisés e o relacionava apenas aos dez mandamentos. Moisés era apenas o legislador hebreu Portanto uma figura lendária. Mas, minha concepção sobre esse homem bíblico mudou completamente após algumas leituras sobre o assunto. Veja porque:
1. Moisés não foi achado no cesto a boiar no Nilo, uma vez que existiam perigos de crocodilos. Por essa mesma razão princesas reais não se banhavam nele. Moisés é na realidade filho de uma princesa com um hebreu (ou apiru, como eram chamados no Egito).
2. Foi criado na corte de Seti I, pai de Ramsés II, sendo, portanto neto do Faraó. Nessa época os filhos pertenciam às mães, fato que permitiu ao Faraó aceitar o neto apiru em sua corte, com certas restrições. Essas restrições estavam relacionadas à educação, uma vez que somente os de puro sangue egípcio poderiam ser iniciados nos segredos sacerdotais. Assim, Moisés não poderia ter conhecimento pleno dos segredos dos magos egípcios, nem mesmo pode ser oficial e liderar um exército, fato que o deixou contrariado durante a adolescência. Foi mandado para supervisionar canteiros de obras em Avaris.
3. Durante sua estadia em Avaris, conheceu um ex-sacerdote de Aton (Deus Sol, adorado pelo faraó Akhenaton, monotólatra, que durante seu reinado acabou com os deuses do panteão egípcio). Moisés teria ouvido esse ex-sacerdote falar sobre deus único e entusiasmou-se com essa idéia, que nunca tinha ouvido dentro da corte onde morava, uma vez que Akhenaton era considerado herege. Ocorre que a ideia de deus único já existia no Egito desde os tempos de Abraão, o que nos leva a crer que Akhenaton adaptou o deus de Abraão ao sol (Hélio) e criou assim Aton, o deus Sol.
4. Moisés também sofria muitas pressões por parte dos hebreus que viviam no Egito em regime de semi-escravidão. Esses alegavam que Moisés deveria ajudá-los, pois tinha o mesmo sangue e, portanto deveria tirá-los do Egito, levá-los à terra prometida. Tantas pressões e mais a morte do contramestre fizeram Moisés fugir do Egito sozinho e ir para o deserto, onde conheceu Séfora sua esposa e Jetro seu sogro. Curiosamente o mar não abriu para dar passagem a ele sozinho, o que nos leva a crer que existia passagens rasas que permitiam travessia a cavalo.
5. Ele nunca mais voltou para o Egito. Ou será que alguém achou que Ramsés II, então Faraó, iria aceitar imposições do sobrinho fugitivo? Messadié salienta: "Supor que Moisés, autor do crime do contramestre egípcio, pudesse apresentar-se impunemente diante do faraó para lhe impor-lhe suas condições no que concernia à saída dos hebreus denuncia o total desconhecimento da jurisdição egípcia", mas os escritores do êxodo preferiram ignorar o fato e propagar que Moisés não se acovardou perante o faraó.
6. As pragas são meras invenções mitológicas, ou mesmo fatos corriqueiros. Por exemplo: os gafanhotos, os sapos e os ratos eram comuns no Egito em época de cheias, como são comuns em qualquer parte do mundo onde chove muito e o clima seja quente. Quanto à morte de primogênitos, a história oficial não registrou nenhum caso. O autor sugere que houve uma epidemia qualquer trazida pelo calor, atacou velhos e crianças, que têm menos imunidade, no Médio Egito, onde a Corte estava instalada, e não atacou as crianças dos hebreus, pois esses moravam no baixo Egito, mais precisamente no delta do Nilo. As águas vermelhas do Nilo nada mais eram que algas microscópicas, ou rodofíceas, na presença de hidratos de carbono insolúveis em certas condições de temperatura, "fenômeno constatado várias vezes nos tempos modernos", mas os escritores do Êxodo preferiram atribuir a Iavé, como uma castigo ao faraó e seu povo, por manter em escravidão o povo hebreu.
7. Então por que foram libertados? Por que estavam metidos em conspiração contra o faraó. Conforme afirma Messadié: "Essa sublevação não é invenção romanesca...a estela elefantina narra uma tentativa de golpe de Estado organizada por notáveis egípcios, com a cumplicidade de asiáticos (hebreus), cumplicidade que teria sido comprada com ouro, prata e cobre. Fato que os escritores do êxodo, resolveram astutamente, ocultar.
8. Uma vez que a conspiração foi descoberta, Ramsés II expulsou os asiáticos e puniu os egípcios. Porém pediu a uma patrulha que escoltasse os hebreus até a saída das terras egípcias. O que ninguém sabia, é que os hebreus já foram pagos e levavam consigo verdadeira fortuna. O número de pessoas que deixaram o Egito era vinte e sete mil e não seiscentos mil como afirma o êxodo.
9. A travessia foi feita pelo antigo Mar de Juncos, (onde Moisés estaria os esperando na outra margem, visto que não poderia entrar no Egito), durante uma maré baixa, que permitiu a travessia com água a altura dos joelhos (essa mesma travessia foi feita muito tempo depois por Cleópatra ao deixar o Egito). Moisés conhecia nesse local dois vaus, e a hora da maré cheia e vazante, fator que favoreceu a travessia das vinte e sete mil pessoas sem maiores problemas. Mas os escritores do Êxodo acharam mais emocionante escrever que o mar abriu para os hebreus e fecharam para os egípcios. O que ocorreu, é que os egípcios tinham pouco conhecimentos sobre marés, afinal viviam às margens do rio e não do mar, e durante a perseguição aos hebreus, para recuperar "o ouro, a prata e o cobre", que estes levavam, foram tragados pela mudança de marés.
10. Por que não foram direto para a terra prometida "Canaã"? Por que Moisés os conduziu contornando o deserto e não diretamente pela estrada do norte que existia ligando o Egito à Ásia? Porque havia patrulha de egípcios na estrada principal, em decorrência de uma guerra contra os hititas, e os fugitivos tinham medo de encontrar a patrulha e, ou serem despojados do "ouro, prata e cobre", ou que Ramsés II tenha se arrependido e os levasse de volta ao cativeiro. "Mas se Ramsés tivesse realmente decidido a exterminar os hebreus em fuga, teria enviado galeras da frota egípcia que cruzam o mar vermelho desde o Século XV a.c." O que prova a pouca importância que o êxodo teve para os egípcios.
11. Sua estadia no deserto não durou quarenta anos. Quarenta é uma palavra que quer dizer muito tempo, e não quarenta como supomos hoje. Mesmo a pé, com idosos, crianças e algum rebanho, ninguém levaria quarenta anos para atravessar quinhentos quilômetros, mesmo considerando as paradas. Diz Messadié "Se tivéssemos de tomar o Pentateuco ao pé da letra, seria preciso supor que o Êxodo durou quarenta anos exatos, já que, quando este começa, Moisés tem oitenta nos (Ex. VII, 7). O livro do Êxodo precisa que quarenta e cinco dias após sua partida do Egito já estavam ao sul do Oásis de Elim, sob o 29º paralelo...portanto a duração de quarenta anos é simbólica".
12. Em alguns passagens do Êxodo, vamos encontrar Moisés subindo ao Monte Sinai, falando com Iavé e recebendo os mandamentos. Mas será que foi assim mesmo? Messadié afirma que o fogo que Moisés viu sobre a montanha, ou seria um vulcão (improvável), ou uma queda de meteorito provocando incandescência na montanha e a fumaça ainda era visível no dia seguinte. Qualquer um desses fatores impressionou muito o povo hebreu e Moisés, que era muito hábil com as palavras, fez com que todos acreditassem que aquele fogo era Iavé. Talvez até ele mesmo tenha acreditado que aquele fogo tenha sido mesmo a manifestação de deus, afinal ele não teve um estudo limitado no Egito, e não poderia entender muitas coisas. Mas veio a calhar essa manifestação, pois a rebeldia do povo era insuportável. Muitos nem sequer acreditavam em deus e bradavam "que deus é esse que nos abandona no deserto, que nos tirou do Egito para morrer de sede?" Era chegado o momento de tomar as rédeas da situação e por um fim a tudo aquilo. Por esse motivo usou esse fenômeno, qualquer que seja, mas um fenômeno natural, para impor algum respeito e alguma disciplina a esse povo inculto e insatisfeito.
13. Quanto aos dez mandamentos, escreveu na pedra e fez com que se acreditasse que recebeu de Iavé. Começou pelos dez mandamentos, depois criou a legislação integral. Essas leis tinham como objetivo tornar o povo mais dócil para com ele mesmo e mais hostil com os outros povos. Era difícil os hebreus, que viveram no Egito durante quatrocentos anos acreditar nesse deus, haja visto que muitos adotaram os deuses egípcios e outros deuses dos povos do deserto. Daí a proibição à idolatria. Mas o povo se recusava a acreditar em um deus que não tinha forma e que os deixava a mingua, por isso criaram o Bezerro de Ouro, uma paródia do boi Ápis do Egito.
14. Quanto à morte de Moisés Messadié diz "situo a idade de sua morte entre os quarenta e cinqüenta anos, o que já era uma idade madura para o tempo e permaneceu assim até o início do século XX. Prematuramente desgastado pelas atribulações e pela intensidade inaudita de suas emoções, pode ter ocorrido que Moisés tenha sucumbido vítima de uma parada cardíaca"
Porém, apesar desse relato, não há qualquer registro histórico da passagem de Moisés pelo Egito, o que nos leva a crer que, ou o êxodo não teve tanta importância para os egípcios, ou nunca existiu, sendo mais uma lenda...
Assim, esse deus que Moisés imaginou ter visto no Monte Sinai, fruto de suas alucinações e ansiedades é o mesmo deus que deu origem ao judaísmo, cristianismo. O cristianismo deu origem ao catolicismo, protestantismo, kardecismo e outros ismos. Eu pergunto: por que teríamos que acreditar em um deus que nem mesmo Moisés conseguiu provar que existia?



 
Maria Augusta da Silva Caliari e Pesquisa via Google-Internet-Forum Espirita.net
Enviado por Maria Augusta da Silva Caliari em 16/07/2014
Reeditado em 06/12/2015
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