Nada é feito para durar.

Nada é feito para durar.

Reflexão desenvolvida pelo sociólogo e filósofo Zygmunt Bauman.

Seu livro de maior importância formula uma crítica peremptória com ajuda da Psicanálise e da Filosofia no funcionamento ideológico das relações humanas atuais.

O entendimento da sociedade capitalista liberal, seu mecanismo exagerado de consumo reflete como procedimento cultural.

Critica o conceito de modernidade fortalecendo o conceito de que as coisas foram feitas para durar pouco, o que ele denomina modernidade líquida.

Sua análise tem como finalidade a explicação: nada em nossos dias foi elaborado para se obter grande durabilidade. Nova mentalidade resultada do liberalismo econômico.

A economia liberal sustenta-se pela instantaneidade do mundo material, a ideologia de consumo irracional. As coisas superam quase que imediatamente. Tudo é feito para se esgotar rapidamente.

Nada existe para durar. Das coisas materiais ao amor. Das relações profissionais ao mundo do consumo. Todas as formas de relações se esgotam rapidamente, sendo a nova mentalidade cultural da era contemporânea. O mundo na sua complexidade não foi idealizado para permanecer.

O que é interessante, de acordo com a reflexão do sociólogo Bauman, a nova mentalidade cultural é produto do liberalismo econômico, induz a ideologia de consumo exagerado associado às atitudes do descarte imediato, leva necessariamente ao esgotamento da natureza.

O que significa em relação ao futuro à inviabilidade da sociedade política. O esgotamento da sociedade produtiva.

A natureza em seu limite como fonte de produção de matéria prima ao atendimento do mecanismo de suporte psicológico.

Significa que a Filosofia liberal econômica atende a perspectiva de concentração de renda na defesa das elites.

Com breve decorrer dos séculos inviabiliza não apenas a sociedade política, como também o homo sapiens como espécie.

É necessário criar uma nova mentalidade. Tudo está em risco: o sistema político, o esgotamento das riquezas naturais e a espécie humana.

Uma sociedade ideologizada pelo consumo instrumental como produto de uma linguagem não racional à lógica humana.

O interessante é o modo de ser cultural associado ao mundo de produção industrial preso à mentalidade de consumo imediato condicionando à memória do cérebro.

Desenvolve-se, portanto, o mecanismo inconsciente do comportamento coletivo a serviço das relações do mundo do trabalho, formas de relacionamentos e práticas não pensadas e instrumentalizadas.

Desencadeia no mundo afetivo o mesmo fenômeno superativo, o relacionamento da família para o caminho do transitório.

Tudo é consumo imediato. Afeto, sexo, amor, com efeito, a superação rápida em defesa de novas experiências. Nada é a princípio satisfatório.

A natureza de tudo é liquida mudando de forma imediatamente, sem substancialidade. O mundo é de certo modo sua reclusão, a superação imediata de tudo que é colocado como valor.

As coisas mudam rapidamente sob pressão das necessidades e não do desenvolvimento econômico, porém da concentração da riqueza.

A natureza da cultura é a instabilidade, o fluir rápido desenvolve o conceito de Epicuro da felicidade, o prazer pelo prazer sem finalidade de sustentação existencial.

Qual a razão da vida? O imediato consumo de qualquer natureza. Portanto, a essência de todas as coisas refere-se ao mundo apenas da instabilidade permanente. Significa que o fundamento das coisas é o devir instantâneo do deixar de ser.

Isso leva ao Homo o desespero existencial. Sozinho só pode contar com seu empenho individualizado. Mesmo assim não percebe por meio do pensamento imediato a alienação do espírito real.

A instrumentalização não cognitiva de seu comportamento absolutamente ilógico, a natureza das coisas e a profundidade das relações humanas.

O mundo preso às relações do consumo direto, como trajetória das satisfações leva o homem ao seu abandono, a uma lógica de não sustentabilidade psicossocial.

O homem se sente desprotegido, solitário às futilidades e ao vazio existencial, único caminho encontrado para sustentação psicológica. Necessidade de antidepressivos, aplicação dos anabolizantes como meio de suportar as relações do mundo contemporâneo...

Autor: Edjar Dias de Vasconcelos...

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 13/07/2014
Reeditado em 18/08/2014
Código do texto: T4880865
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