Pensando o cinema
Vez ou outra, quando revisito alguns clássicos do cinema, me pergunto quando perdeu-se a capacidade de criar filmes “de verdade”. Quando vejo a leveza com que Audrey Hepburn, por exemplo, interpreta uma prostituta de luxo no eterno e meigo Bonequinha de Luxo, me pergunto onde perdeu-se a delicadeza e leveza com que se fazia cinema. Somos bombardeados a cada segundo por uma série de filmes de Hollywood, que não passam de ficção revestida de realidade, ou vice versa, com os quais não aprendemos nada, além de bobagens. Claro, não quero generalizar as coisas, pois ainda são produzidos bons filmes, apesar dos pesares. Mas a quantidade de bons em meio a tantos ruins é tão pequena, que fica difícil peneirar. Antes que me acusem de nostálgica, acho que devemos parar para refletir. Cinema se transformou em comércio, chegando até a ter altas e baixas, quedas e ganhos. Pouco se valoriza a arte, o que importa são os lucros a ser alcançados. Pois bem, também não importa se a atriz é meia boca, se ela consegue levar milhões de seres humanos para o cinema, ela já pode ser uma estrela. Digam o que quiser, mas tenho saudade das estrelas de verdade, como Elizabeth Taylor, Audrey Hepburn, Sophia Loren. E dos grandes atores, como Marlon Brando, Paul Newman e companhia limitada.