Breve Crítica ao Positivismo Lógico de Wittgenstein.

Breve Crítica ao Positivismo Lógico de Wittgenstein.

Confesso que tenho um acerto de contas com Ludwig Wittgenstein. Ele não tinha o direito de tentar destruir a Filosofia. Com a destruição, eliminam-se todas as Ciências sendo que a função da referida é trabalhar com os fundamentos paradigmáticos que servem as teorias em geral.

Isso significa que sem a Filosofia não é possível o desenvolvimento científico epistemologicamente fundamentado.

A primeira observação dirigida ao senhor Wittgenstein, procura destruir a Filosofia por não ser filósofo, segundo porque a mesma estava comprometida em destruir suas ideologias supostamente lógicas aplicadas à epistemologia positivista de seu formalismo analítico, sendo a sua motivação ideológica e não epistemológica.

A Filosofia em si é indestrutível. O que é desprezível é o mal uso, aplicação da mesma com o desejo de fundamentar ideologias como se fossem teorias científicas.

Especificamente a defesa elaborada pelo autor a respeito do positivismo lógico, o que é possível em alguns aspectos a sua aplicação aos paradigmas às Ciências da Natureza e a não transposição das mesmas às Ciências do Social.

Mas a transferência automática do mesmo às Ciências Humanas significa profundo desconhecimento da acepção diferenciada das duas naturezas das Ciências, das suas especialidades, refletidas oportunamente por Dilthey.

A Ciência da Natureza tem seu objeto de estudo dentro de si mesmo. Significa que as proposições paradigmáticas favorecem ao sujeito cognitivo.

Nesse caso as questões metodológicas não dependem exclusivamente da linguagem, mas dos códigos de memória, a estrutura da análise impregnada no cérebro.

O entendimento está na memória codificada no cérebro. Se Wittgenstein tivesse a mínima noção de neurociência e, por outro lado, entendido de fato a função da Filosofia, não teria atribuído aos erros paradigmáticos a uma questão meramente da linguagem.

A destruição da metafísica, como foi o seu desejo, sendo a vontade de todos, com a possibilidade de atingir a verdade pelo caminho da subjetividade na defesa radical da Filosofia analítica, abandonando a noção do sujeito que conhece para limitar como proposição de investigação a relação do mundo com as proposições das suas significações.

Como se todo erro tivesse caráter linguístico é simplesmente absurdo, pois resulta de procedimentos exclusivamente epistemológicos. A Filosofia tem noção dessa percepção.

Tratar uma questão que se refere aos códigos de memória, não entendendo e enxergando por meio da linguagem, o que é da memória e não da fala.

Significa que toda forma de erro no entendimento do objeto está solidificado nas estruturações memoriais. Quando tais estruturas não são coerentes devido aos diversos fatores de natureza ideológica, então o entendimento do fenômeno, seja qual for sua natureza, será necessariamente equivocado.

O erro epistemológico de Wittgenstein é tão profundo que equivale à seguinte metáfora, a água que chega contaminada em nossas casas, por diversos fatores, a engenharia considera que modificando a qualidade do plástico o problema será solucionado.

A partir do não conhecimento da natureza da Filosofia Ludwig desenvolve um turbilhão de erros como se a Filosofia tivesse como papel unicamente de cuidar da eficácia da linguagem, partindo do pressuposto que o código memorial seria por natureza científica e não ideológica.

O autor procura dissimilar uma questão que é epistemológica como se fosse filosófico linguístico, sendo que é filosófico, quando se trata da natureza do que é epistemológico.

Seu equívoco é essencialmente imprudente ao determinar que a Filosofia não é uma doutrina. De fato a natureza da Filosofia não é ser doutrina, porém servir ou não de fundamento da natureza de todas as doutrinas.

Significa que não existiria doutrina sem a Filosofia. Destruir a Filosofia acaba com a possibilidade do desenvolvimento científico.

A ignorância de Wittgenstein a respeito da referida é tal, devido ao seu tratamento dado à mesma, imaginando que fosse uma Ciência, o que existe são diversidades de Filosofias, com especificidades próprias como fundamento aos campos doutrinais diversos.

A Filosofia analítica ou da linguagem é apenas uma das filosofias. São centenas delas aplicadas como fundamento das doutrinas próprias, não se pode aplicar um dos aspectos em uma crítica generalizada e irresponsável.

Para Wittgenstein a Filosofia deve tão somente cumprir o seu papel de esclarecer as proposições, auxiliando na objetividade da linguagem e, no caso específico, levando ao convencimento de que o positivismo lógico, doutrina conservadora, tem sua natureza de objetividade, o que não é verídico.

O que fez foi exatamente manipular indevidamente a Filosofia, dando à mesma um papel que não é da natureza dela, fundamentação de equívocos.

O objetivo de sua formulação foi exatamente tirar a Filosofia do campo crítico aos erros do positivismo lógico, sobretudo, a transferência da sua doutrina aplicada ao campo das Ciências da Natureza às Ciências Humanas como se ambas tivessem a mesma lógica de análise.

Dilthey como sabedoria já havia refletido sobre as duas Ciências com essencialidades diferentes. Uma resultou do entendimento das leis da natureza, o objeto de estudo é externo ao sujeito que conhece. Portanto, pacificamente aplicação de uma análise exata de tal modo quando são compreendidas suas leis.

A outra Ciência, a do Espírito, diferente dos fatos. Fenomenologicamente não são produzidos por leis exatas. Resulta de modelos culturais e, de tal modo é produzido o fato culturalmente, da mesma forma o sujeito, produto da mesma realidade.

Assim é a aplicação da Filosofia analítica na defesa do método positivista ao mundo das subjetividades dos fenômenos culturais sendo, portanto, um absurdo. Não se trabalha com tais fenômenos com o caráter da objetividade.

Em razão das seguintes significações os fenômenos culturais são apenas interpretativos e não objetivos como as leis naturais. São ideológicos devido a diversidades dos códigos memoriais dos sujeitos em análise, sendo que os mesmos trabalham no campo da subjetividade.

Com efeito, a transposição é um equívoco de maldade com a proposição da defesa de interesses próprios. Refiro-me ao positivismo lógico defendido por ele, com a finalidade de defender ideologias liberais políticas.

Desse modo é inadmissível a aplicação da Filosofia à tarefa meramente estapafúrdia de favorecer no rigor do pensamento do positivismo lógico, o que contrariamente seria obscuro e vago nas suas ideologizações.

Autor Edjar Dias de Vasconcelos...

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 19/06/2014
Reeditado em 22/07/2014
Código do texto: T4850672
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