PÉROLAS DO HINO NACIONAL NA BOCA DO POVO PAÍS DA COPA DO MUNDO
Ouviru dus Pirangas as mázis prááááácidas
De um povo heróidumbraço respulanti,
E no céu da liberdade em raios frígííídus
Olhô no céu da pástia nessi instanti.
Se o senhôôô-ôr déssi gualdadi
Entrosseio ó liberdadi
Renasci cum nosso prepo a nossa morti
Dos filhos desses sós e mais gentils...?
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria mada,
Brasil!
Seria essa uma das centenas de “versões” na ponta da língua do povo brasileiro, legado do entrecruzamento das línguas que se perde no horizonte linguistico desde os primórdios da nossa colonização?
Ou a pombosa letra do mau trovador e péssimo gramático Osório Duque Estrada, está cheia de palavras cabeludas, distante de um povo que apenas, um por cento da população lê?
Ou talvez, Duque Estrada, furtando versos de Gonçalves Dias em Cancão do Exílio: ("Nossos bosques têm mais vida; / nossa vida, mais amores"), pensou que o trocadilho daria samba na Ladeira do ladeira do Pelourinho, na Bahia de todos os Santos?
Mas Osório em seu Brasil ilusório, certamente se sentia o herói cobrado - Um cacófato bravo.
À época a rima deve ter dominado a sua inspiração em detrimento a quem se referia – o povo – ficou deitado eternamente em berço esplêndido. Não seria uma contradição ao povo heroico (guerreiro), brado (que grita, agita), retumbante (que faz barulho)? E não um preguiçoso, dorminhoco deitado eternamente?
Vamos ouvir e tentar decodificar mais um pouco:
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante.”
A luz de uma boa gramática isso doeria aos ouvidos!
O correto seria: “as margens plácidas do Ipiranga é que ouviram o brado retumbante de um povo heroico.” Mas entra a rima e a inversão sintática, Osório não pensou duas vezes: se afinou com a primeira.
E assim seguiu inspirado na confusão:
Brasil de um sonho intenso..." e "Brasil de amor eterno...". Eis a questão?
E não pensem que essa “bela” letra saiu de graça!
Foi adquirida por 5:000$ cinco contos de réis a propriedade plena e definitiva da letra do hino pelo decreto n.º 4.559 de 21 de agosto de 1922.
Confira:
O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil:
Faço saber que o Congresso Nacional decretou e eu sanciono a seguinte resolução:
Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a adquirir a propriedade plena e definitiva da lettra do Hymno Nacional Brasileiro, escripta pelo Sr. Joaquim Osorio Duque Estrada, despendendo para tal fim até a quantia de cinco contos de réis e abrindo os necessários créditos.
Rio de Janeiro, 21 de agosto de 1992, 101º da Independência e 34º da Republica.
EPITACIO PESSÔA.
Mas a resposta a questão posta no título desse artigo, como fica?
Nunca antes na história desses pais tivemos tantos “Osórios” no poder e professores que ganham pouco mais de cinco contos de réis! Eis a questão que a esquerda que virou direta poderá responder?
Por ora, fiquemos com o nosso Brasil Carinhoso deitados eternamente em berço esplêndido.