Nosso Ser e a Consciência Coletiva
Embora a sociedade atual prime pelo romântico egocentrismo, nossa consciência é um mito; o que chamamos de eu é uma miscelânea de opiniões alheias que , dessa colcha de retalhos, amalgamamos em uma coisa só, o que chamamos de nossa consciência; claro, não somos meros copistas; damos a contribuição individual a cada frase ou contexto,e dessa modificação que fazemos do senso comum é que forjamos nossa personalidade.
Ela não tem muito de original, embora sempre pensemos ser o centro do universo, como o romântico, mas o mundo gira sem nós, embora possamos dar nossa contribuição, ou um verso, que seja. Mas, ao nos afastarmos de nós, podemos ver objetivamente a realidade, onde sensos comuns são forjados, ou, demagogicamente, alguns tentam manipular o caminho da multidão; há conceitos comuns, embora muitas vezes superficiais e deturpados, que conduzem a multidão; não raro equívocos difíceis de desfazer por aquele cujo distanciamento produziu uma maior consciência dos erros comuns.
Os pensamentos em geral são mais ou menos da mesma monta, com raras variações; a originalidade é uma dotação não muito comum, mas não deixa de ser uma variação formada a partir de muitos sensos comuns; basta ver as redes sociais, para as quais é dirigido o que ficaria em pensamento ou numa gaveta qualquer, dada a facilidade de publicação; embora permita um maior compartilhamento de ideias, às vezes pode ser o que teria que ser mais lapidado e vem à luz, com precipitação e às vezes sem reflexão, muitas vezes revelando excessos que teriam que ser aparados
Enfim, o que somos é um reflexo dos outros, o que convém, misturado ao que queremos ser, acrescido de nossa modesta contribuição individual.