Influencia européia no começo do século XX - ou Cultura Belle Époque
A vida intelectual no Brasil, no começo do século passado, tinha influência fortíssima européia, Inglaterra e, principalmente, França. O Brasil foi o único pais do mundo em que a filosofia de Auguste Comte chegou a ser aplicada a nível de Estado. A literatura consumida pelo público era também francesa. Flaubert, Renan, Júlio Verne, Zola. Eram essas as idéias que influenciavam e orientavam os fundadores da nossa República. Escritores e poetas, políticos e bacharéis iam todos os anos à Cidade-Luz. Os Cafés de Paris inspiraram os poetas simbolistas e parnasianos, que escreviam versos em francês. Da Inglaterra chegavam as influências na área econômica e esportivas, importando máquinas e teorias mercantis, bem como o football. Na literatura inglesa tivemos como legado o ultra-romantismo de autores como Álvares de Azevedo (1831-1852) , influenciado por George Gordon Byron,conhecido como Lord Byron (1788-1824) considerado um dos maiores poetas europeus e criador de personagens sonhador e aventureiro. Muitos representantes da aristocracia escreviam versos em francês e a jeunesse dorée (juventude dourada) declamava poesia e ouvia música de câmara. No Rio as livrarias como a Garnier*, e confeitarias como a Colombo (foto) eram famosas por serem ponto de encontro de intelectuais. Na Confeitaria compunha-se versos, falava-se de política, criticavam-se. Na prosa, Machado de Assis (1839 -1908), sob influência inglesa, dava curso a sua obra Dom Casmurro (1900) intimista e perfeita, e Esaú e Jacó (1904). Enquanto isso naturalistas "à la Zola" e realista "à la Flaubert" disputavam a preferencia do público. Mas, enquanto a influência francesa e inglesa exercia um papel determinante, as primeiras décadas do século passado assistiu a irrupção de uma temática marcadamente nacional. Graça Aranha (1868- 1931) publicou "Canaã", romance voltado para as questões dos imigrantes europeus e a viabilidade do Brasil como um país independente. Neste mesmo ano Euclides da Cunha(1866-1909) entrega ao público "Os Sertões", centralizando a rude humanidade do interior do Brasil em oposição à refinada elite das cidades.
*Livraria Garnier (esteve em atividade entre 1844 e 1934)
fonte: enciclopédia Nosso Século
A vida intelectual no Brasil, no começo do século passado, tinha influência fortíssima européia, Inglaterra e, principalmente, França. O Brasil foi o único pais do mundo em que a filosofia de Auguste Comte chegou a ser aplicada a nível de Estado. A literatura consumida pelo público era também francesa. Flaubert, Renan, Júlio Verne, Zola. Eram essas as idéias que influenciavam e orientavam os fundadores da nossa República. Escritores e poetas, políticos e bacharéis iam todos os anos à Cidade-Luz. Os Cafés de Paris inspiraram os poetas simbolistas e parnasianos, que escreviam versos em francês. Da Inglaterra chegavam as influências na área econômica e esportivas, importando máquinas e teorias mercantis, bem como o football. Na literatura inglesa tivemos como legado o ultra-romantismo de autores como Álvares de Azevedo (1831-1852) , influenciado por George Gordon Byron,conhecido como Lord Byron (1788-1824) considerado um dos maiores poetas europeus e criador de personagens sonhador e aventureiro. Muitos representantes da aristocracia escreviam versos em francês e a jeunesse dorée (juventude dourada) declamava poesia e ouvia música de câmara. No Rio as livrarias como a Garnier*, e confeitarias como a Colombo (foto) eram famosas por serem ponto de encontro de intelectuais. Na Confeitaria compunha-se versos, falava-se de política, criticavam-se. Na prosa, Machado de Assis (1839 -1908), sob influência inglesa, dava curso a sua obra Dom Casmurro (1900) intimista e perfeita, e Esaú e Jacó (1904). Enquanto isso naturalistas "à la Zola" e realista "à la Flaubert" disputavam a preferencia do público. Mas, enquanto a influência francesa e inglesa exercia um papel determinante, as primeiras décadas do século passado assistiu a irrupção de uma temática marcadamente nacional. Graça Aranha (1868- 1931) publicou "Canaã", romance voltado para as questões dos imigrantes europeus e a viabilidade do Brasil como um país independente. Neste mesmo ano Euclides da Cunha(1866-1909) entrega ao público "Os Sertões", centralizando a rude humanidade do interior do Brasil em oposição à refinada elite das cidades.
*Livraria Garnier (esteve em atividade entre 1844 e 1934)
fonte: enciclopédia Nosso Século