SILÊNCIO É PALAVRA DITA

Apercebo-me de que converso com íntimos antagonismos e encaminho o diálogo que poderá (ou não) vir a estabelecer o necessário vínculo intelectivo-afetivo com o eventual leitor. Literariamente, se o receptor não compreende ou não recepciona bem o texto lido, naturalmente não se estabelece a via de mão dupla... Ainda mais se o texto eventualmente sorvido por confrade-autor não logrou expulsar a sua palavra em novo texto, no qual registre a sua (dele) objeção ao que não concorda. Bem, o silêncio é uma forma de falar pela anuência. Aplica-se aqui a expressão popular: “quem cala, consente...”.

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2014.