Olímpio Campos, um dos maiores nomes da história política de Sergipe, nasceu no engenho Periquito, que localizava-se no município de Itabaianinha, em 25 de julho de 1853. Embora destinado a carreira eclesiástica, chegando a sagrar-se sacerdote em 22 de setembro de 1877, a sua verdadeira vocação foi a política.
Ingressou na vida política no período monáquico, militando no partido Conservardor, sendo deputado provincial para as legislaturas de 1882-1883, 1884. Como deputado geral representou a província de Sergipe na Assembléia Geral nas 19ª e 20ª legislaturas, nos anos de 1885 e 1886-1889. Na República tornou-se uma das figuras centrais da vida político-partidária sergipana do seu tempo, chegando a ser Presidente do Estado no triênio 1889-1902.
Foi em seu periodo de governo que começaram a surgir as oligarquias estaduais, consequência da "política dos governadores" criada pelo Presidente da República Campos Sales. Então coube ao Monsenhor(1) Olímpio Campos, como chefe do Partido Republicano organizar a primeira oligarquia em Sergipe, na qual ele aglomerou alguns dos políticos valorosos da época. A oligarquia olimpista, mais do que a olgarquia de um partido, foi a de um homem - Olímpio Campos - que se sobrepunha ao Partido Republicano e por sua indicação foram eleitos os governantes estaduais seguintes, Josino Meneses (1902-1905) e Guilherme Campos (1905-1908).
Foi durante a Presidência de Guilherme Campos que irrompeu a inssurreição de 10 de agosto de de 1906 na qual esteve envolvido Fausto Cardoso e que visava não propriamente a derrubada de um governo mas a extinção do "olimpismo". Embora os rebeldes tenham sidos vencidos dezoito dias depois pelas forças federais e a sua oligarquia tenha sido restabelecida quando seu irmão Guilherme Campos reassumiu a administração do Estado, Olímpio Campos então senador, não viveu muito tempo depois dessa vitória, pois foi barbaramente assassinado no Rio de Janeiro, na época Capital Federal, em 9 de novembro de 1906. Do crime participaram dois filhos de Fausto Cardoso os quais haviam responsabilizado o oligarca pela morte do pai ocorrida durante a revolta.
A estátua erigida para perpertuar a sua memória e que encontra-se na praça que hoje leva o seu nome(2) foi esculpida por Rodolfo Bernardelli(3) e inaugurada às 13 horas do dia 26 de julho de 1916 pelo Presidente do Estado general Oliveira Valadão(4), que na ocasião fez um breve discurso ao término do qual "a comissão das senhoritas encarregadas de desvendar o bronze descerrou o véu que o ocultava(5). Além do Presidente do Estado outros fizeram uso da palavra cabendo destacar o presidente da comissão do monumento, desembargador Teixeira Fontes, que fez o histórico da ação dos trabalhos desde o assentamento da idéia até aquele momento presente e agradecendo a todos(6), e Nobre de Lacerda, orador oficial "que falou longamente sobre a vida política e sacerdotal do homenageado e sobre sua ação em Sergipe"(7).
No pedestal da estátua, na parte da frente há a inscrição:
No pedestal da estátua, na parte da frente há a inscrição:
SERGIPE
À
OLÍMPIO CAMPOS
Atrás está inscrito:
1916 (8)
Notas
1916 (8)
Notas
(1) Título honorífico que o Papa concede a alguns eclesiásticos. A alta diginidade de Monsenhor foi dada a Olímpio Campos em 1899.
(2) Na época em que a estátua foi erguida e inaugurada e por muito mais tempo a praça recebia o nome de Benjamin Constant.
(3) Segundo Armindo Guaraná o artífice não foi fiel na reprodução dos traços fisionômicos do homenageado ao esculpir a sua figura em bronze. Assim escreveu esse autor que é uma referência para quem almeja conhecer a vida dos personagens sergipanos ilustres que viveram até os começos do século passado: " Fere imediatamente a vista do observador, que conheceu de perto o Monsenhor a imperfeita reprodução dos seus traços fisionômicos infielmente esculpidos no bronze pelo artífice que a executou". (In "Dicionário Bio-Bibliográfico Sergipano" Rio de Janeiro, 1925, pág. 237).
(4) O General Oliveira Valadão, pela segunda vez Presidente do Estado, governou Sergipe de 1914 a 1918.
(5) Cf. "Correio de Aracaju", 28 de julho de 1916, pág. 1.
(6) Cf. "Correio de Aracaju", 28 de julho de 1916, pág. 1.
(7) Cf. "Correio de Aracaju", 28 de julho de 1916, pág. 1.
(6) Cf. "Correio de Aracaju", 28 de julho de 1916, pág. 1.
(7) Cf. "Correio de Aracaju", 28 de julho de 1916, pág. 1.
(8) Ano da inauguração do monumento.