Flap:mesa sobre o livro digital
Cultura e educação
“Livros,livros á mancheia
E manda o povo pensar...
Castro Alves
Me responda se puder?O povo do Amapá escolhe bem seus governantes porque tem cultura ou tem cultura porque escolhe bem os governantes e estes valorizam demais o conhecimento?
O que pude observar durante os dias da FLAP foi uma presença constante do povo nas festas,saraus ,palestras e reuniões,nas livrarias reunidas na Casa do Artesão e o apoio dos governantes e dos alunos aos eventos escolares.
Na Escola Tiradentes,quando foi feita a Oficina do Conto com adolescentes,a professora e escritora Adriana Abreu,disse ao me ouvir comentar a quantidade de alunos presentes ,mais de 40:
-E eles nem foram obrigados a comparecer,estão fora do horário escolar,eles mesmo se inscreveram e estão aqui.
Fiquei pasma! Nós sabemos a dificuldade de se arranjar e manter uma plateia de jovens ou não, para qualquer evento ligado á Literatura.
Cultura é o conjunto de informações,conhecimento e compartilhamento de um povo, um reconhecimento do seu passado e um olhar para o futuro;isto faz de uma comunidade, uma nação.Não me refiro apenas á cultura dos livros,mas,ao seu todo,música, ,lendas,superstições,crenças , festas e ditos populares.
A Flap abrangeu todo esse universo cultural,aproveitando o melhor do seu povo e sem precisar de grandes (e caros) nomes da música ou da literatura ,para promover uma grande festa.Dezenas de autores locais e mais de sessenta autores nacionais participaram ativamente deste evento.Não ouso citar nomes para não correr o risco de esquecer alguém.
Aproveitou os espaços das Universidades,das escolas,dos museus e fortalezas,das praças,pois a praça é do povo como o céu é do condor e até as águas generosas do rio Amazonas,para criar a Flap das Águas,da qual ainda quero participar.
Dos centros culturais mais importantes aos ribeirinhos e quilombolas.Todos participaram,ninguém foi excluído.
No Teatro das Bacabeiras,*na Casa do Artesão,no Abrigo de Idosos São José,nos campus,no Conselho de Cultura,no Palácio do Setentrião,na Biblioteca Pública,nas praças,no Marco Zero,nas Flapinhas,onde as crianças tiveram vez e voz,nas inúmeras palestras e oficinas,nas mesas de debates e até na Comissão Estadual da Verdade,onde foram discutidos os anos de chumbo,a cultura e a memória viva se fez presente.
Se o livro caindo n’alma é o germe que faz a palma e a chuva certamente,o Rio Amazonas engrossou mais as suas águas que correram carregadas de mais sabedoria e amor.
*Para os que,como eu,ignoravam:
O nome Macapá é de origem tupi e vem de “macapaba” que quer dizer lugar de muitas babacas,palmeiras nativas da região (Ainda vi uma destas no Museu Sacaca). Antes,a cidade se chamava Adelantado de Nueva Andaluzia,nome dado por Carlos V,da Espanha,á concessão doada a Francisco Orellana , aquele mesmo que,ao subir o grande rio, deu-lhe o nome de rio das Amazonas,achando que um grupo de índios de longos cabelos eram as amazonas da mitologia grega;assim reza a lenda.