A cultura nacional precisa superar a esterilidade

Em todos os momentos nos quais o, Brasil enfrentou sérias crises políticas , paradoxalmente experienciou fases brilhantíssimas na cultura e nas artes. Na década de sessenta; Época de chumbo, ditadura militar tivemos: O cinema Novo, Tropicália, Teatro Opinião etc. Na década de 70, Explosão do teatro novamente, Cinema Marginal, Segunda geração da MPB, na década de 80, O cinema paulistano, Neon realista, Rock Nacional e Underground e por ai vai só para citar alguns movimentos em épocas pontuais.

Mas em um momento no qual somos propagados um dos Bric's, países em desenvolvimento e umas das economias emergentes do mundo, temos uma das piores épocas da arte nacional. Nada é criado e o que vemos são arremedos e cópias de outras cópias de épocas remotas. A abertura de mercado e a Democracia Constitucional pressupunham-se que viriam acompanhadas de uma enriquecedora Reforma Educacional e liberdade para que artistas da literatura, musica e cinema entre outros mostrassem novas formas de linguagem e uma maior proximidade com as classes mais carentes.

No entanto o que temos atualmente é um processo de esterilidade criativa e decomposição da cultura em variados vetores. Uma elitização do que de melhor os países de 1° mundo elaboram artisticamente, num circuito para quem puder pagar mais e alimentar seus egos falidos. E o estabelecimento de uma elite artística que sabe solidificar-se em nome da arte, para esconder uma profunda desunião classista e desqualificação da profissão ao mesmo tempo em que aceitam fácil cooptação para setores reacionários da Indústria e da Mídia, quando o que interessa são seus trabalhos e grana somente.

Os artistas são culpados pelo péssimo cenário que o país vive em relação ao seu objeto de trabalho. Porém, não é justo apenas culpá-los por isso pois o nosso velho Estado de sempre, que serviçal aos interesses ao capital privado que é tem muito mais culpa. Tudo porque os últimos governos que aqui se estabeleceram junto às empresas privadas, criaram a ; Lei "Ruanet" que abre para as empresas e seus "departamentos de marketing" as atribuições de investirem e escolherem peças culturais.

De acordo com seus interesses pessoais e jamais sociais, tais diretores de marketing, transformam-se em secretários de cultura e mutilaram a própria, racionalizando-a e igual sensores modernos, desta "Ditadura Democrática" escolhendo somente as peças que interessam a marca das suas Instituições.

A liberdade e transgressão, naturais que são a própria existência da arte, devem ser bens a serem protegidos como patrimônios da humanidade, senão acaba-se com a essência da mesma. Por outro lado não devemos colocar a cultura com o conceito de uma simples ONG, assistencialista e hipócrita.

A cultura de um povo é o seu maior bem, seu maior capital. E quando uma cultura cosmopolita e multifacetada como a brasileira não cria nada muito pelo contrario, mutilando-a e relegando-a aos departamentos de marketing e projetos governistas visando voto, alguma coisa precisa ser mudada por todos os agentes desta nação. Sobra como sempre a bola para nós, interessados na melhora nacional. Não é justo que ao povo das periferias não sejam criados espaços com investimento para educação, promoção de eventos e formação cultural de qualidade. Todos nós merecemos uma nação criada para nós e não para as elites predadoras de sempre.

amanhecer poetico
Enviado por amanhecer poetico em 04/12/2013
Reeditado em 05/12/2013
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