"BATUÍRA" em 3x4
Batuíra em 3x4
Antonio Gonçalves Batuíra, oriundo de Freguesia das Águas Santas, Portugal, nasceu em 19 de março de 1839, chegou ao Brasil em 1851.
Três anos no Rio de Janeiro, um suspiro em Campinas e por fim a Província de São Paulo. Entregava os jornais de casa em casa, ou, com outras palavras, foi a princípio distribuidor do “Correio Paulistano”, depois tipógrafo, o que lhe conferiu alguma instrução.
Com os acadêmicos de Direito do Largo de São Francisco mergulhou no entretenimento: montou o teatrinho da “Rua Cruz Preta”, depois “do Príncipe” e hoje Quintino Bocaiúva.
Era ovacionado e os estudantes lhe dedicavam versos:
"Salve grande Batuíra
Com seus dentes de traíra
Com seus olhos de safira
Com tua arte que me inspira
Nas cordas de minha lira
Estes versos de mentira”.
Fabricou charutos, adquiriu lotes no Lavapés, construiu sua residência e, ao lado, uma rua particular de casas que alugava aos humildes e que hoje se chama Rua Espírita.
De posse de algum pecúlio, que se avolumou consideravelmente com a valorização dos terrenos suburbanos desta capital, chegou a ser proprietário e capitalista assaz abastado.
Palavras sublinham a sua real essência: Alma benfazeja, empregou toda a sua fortuna em obras de filantropia, reduzindo ao mínimo suas despesas pessoais.
Além de humanitário era um idealista, desses sabedores de que a verdade não deve ser tratada com displicência e assim aderiu de imediato a Campanha Abolicionista.
Sua casa foi abrigo de escravos foragidos e só os deixava sair com a Carta de Alforria.
Enfim desperto, ensinou através do exemplo (a única forma de ensinar) e mais palavras atestam que “Tinha a vida de um santo, voltada à caridade evangélica. Condoído dos pobres, dos fracos e dos enfermos, fazia-lhes todo o beneficio possível”.
No que tange a esse quesito, dizia-se de Batuíra: "Um bando de aleijados vivia com ele".
"Quem chegasse à sua casa, fosse lá quem fosse, tinha cama, mesa e cobertor".
Os arquivos históricos lhe foram gratos e renomados autores citaram seus feitos, dentre eles: Ernani Silva Bueno, Almeida Nogueira, Alfredo Moreira Pinto, J. B. Chagas, Afonso Schmidt, Paulo Alves Godoy e Zeus Wantuil.
Fundou o jornal "Verdade e Luz", (dizem que era uma revista de larga circulação) em 25 de maio de 1890, que chegou a ter uma tiragem de cinco mil exemplares.
Passou a seguir o regime vegetariano e os últimos dezoito anos de sua vida foram isentos de carne.
Batuíra fundou grupos espíritas em São Paulo, Minas Gerais e Estado do Rio, realizou conferências por toda parte e criou a Livraria e Editora Espírita.
Em sua vasta obra, há um trecho dedicado a esse homem, e Almeida Nogueira o descreve como inteligente, de aspecto rústico, simples e extremamente bondoso.
Quando partiu, Afonso Schmidt escreveu: "Batuíra faleceu a 22 de Janeiro de 1909. São Paulo inteiro comove-se com o seu desaparecimento. Seu nome ficou por aí, como um clarão de bondade, de doçura, de delicadeza ao céu, dessas que se vão fazendo cada vez mais raras num mundo velho, sem porteira...".
Batuíra em 3x4
Antonio Gonçalves Batuíra, oriundo de Freguesia das Águas Santas, Portugal, nasceu em 19 de março de 1839, chegou ao Brasil em 1851.
Três anos no Rio de Janeiro, um suspiro em Campinas e por fim a Província de São Paulo. Entregava os jornais de casa em casa, ou, com outras palavras, foi a princípio distribuidor do “Correio Paulistano”, depois tipógrafo, o que lhe conferiu alguma instrução.
Com os acadêmicos de Direito do Largo de São Francisco mergulhou no entretenimento: montou o teatrinho da “Rua Cruz Preta”, depois “do Príncipe” e hoje Quintino Bocaiúva.
Era ovacionado e os estudantes lhe dedicavam versos:
"Salve grande Batuíra
Com seus dentes de traíra
Com seus olhos de safira
Com tua arte que me inspira
Nas cordas de minha lira
Estes versos de mentira”.
Fabricou charutos, adquiriu lotes no Lavapés, construiu sua residência e, ao lado, uma rua particular de casas que alugava aos humildes e que hoje se chama Rua Espírita.
De posse de algum pecúlio, que se avolumou consideravelmente com a valorização dos terrenos suburbanos desta capital, chegou a ser proprietário e capitalista assaz abastado.
Palavras sublinham a sua real essência: Alma benfazeja, empregou toda a sua fortuna em obras de filantropia, reduzindo ao mínimo suas despesas pessoais.
Além de humanitário era um idealista, desses sabedores de que a verdade não deve ser tratada com displicência e assim aderiu de imediato a Campanha Abolicionista.
Sua casa foi abrigo de escravos foragidos e só os deixava sair com a Carta de Alforria.
Enfim desperto, ensinou através do exemplo (a única forma de ensinar) e mais palavras atestam que “Tinha a vida de um santo, voltada à caridade evangélica. Condoído dos pobres, dos fracos e dos enfermos, fazia-lhes todo o beneficio possível”.
No que tange a esse quesito, dizia-se de Batuíra: "Um bando de aleijados vivia com ele".
"Quem chegasse à sua casa, fosse lá quem fosse, tinha cama, mesa e cobertor".
Os arquivos históricos lhe foram gratos e renomados autores citaram seus feitos, dentre eles: Ernani Silva Bueno, Almeida Nogueira, Alfredo Moreira Pinto, J. B. Chagas, Afonso Schmidt, Paulo Alves Godoy e Zeus Wantuil.
Fundou o jornal "Verdade e Luz", (dizem que era uma revista de larga circulação) em 25 de maio de 1890, que chegou a ter uma tiragem de cinco mil exemplares.
Passou a seguir o regime vegetariano e os últimos dezoito anos de sua vida foram isentos de carne.
Batuíra fundou grupos espíritas em São Paulo, Minas Gerais e Estado do Rio, realizou conferências por toda parte e criou a Livraria e Editora Espírita.
Em sua vasta obra, há um trecho dedicado a esse homem, e Almeida Nogueira o descreve como inteligente, de aspecto rústico, simples e extremamente bondoso.
Quando partiu, Afonso Schmidt escreveu: "Batuíra faleceu a 22 de Janeiro de 1909. São Paulo inteiro comove-se com o seu desaparecimento. Seu nome ficou por aí, como um clarão de bondade, de doçura, de delicadeza ao céu, dessas que se vão fazendo cada vez mais raras num mundo velho, sem porteira...".