OS PATAXÓ

Os Pataxó (antigos falantes do patxohã, uma língua do grupo jê) eram generalizados como os temidos Aymoré (Guaymuré) que também habitavam o interior do extremo sul da Bahia. Embora pertencentes da família Aymoré os Pataxó eram uma nação à parte.

Os Pataxó (Panhame ou Makuni) originalmente da região compreendida entre o vale do Paraguaçú e a serra do Sincorá, vizinhos dos Aymoré, viviam em constantes guerras com os Tupiniquim, que por sua vez, habitavam no litoral. Os Tupiniqum eram falantes do tupi e foram aqueles que participaram da tão conhecida Primeira Missa no Brasil. Por essa animosidade com os Tupiniquim, os Pataxó nunca puderam se aproximar do litoral.

A partir de 1555, esses povos atacavam todas as expedições portuguesas que tentavam cruzar o seu território com destino ao sul do país. Por sua vez, o governador Mem de Sá, no ano de 1561, apoiou a organização de bandeiras com o intuito de exterminar os indígenas do sertão. Isso incitou ainda mais a ira desses povos que habitavam o interior das capitanias de Ilhéus e Porto Seguro.

Com o extermínio gradativo do povo Tupiniquim do litoral, a partir de 1577, depois que os Aymoré expulsaram os colonos que tiveram que se refugiar nas ilhas do litoral, o povo Pataxó, foi se aproximando lenta e gradativamente das áreas litorâneas do extremo sul. Por serem habitantes do interior, longe das praias, os Aymoré e Pataxó tinham medo do mar.

As expedições foram responsáveis pelo quase total extermínio das nações indígenas que habitavam o sertão do extremo sul da Bahia. Aqueles que sobreviviam fugiam e se escondiam no mato. Alguns foram trabalhar como quase escravos nas fazendas de gado.

A sua língua, patxohã, foi duramente proibida pelos colonos e fazendeiros da região. Os Pataxó não podiam se declarar índios sob pena de sofrerem violências, até mesmo genocídio. A última falante do patxohã, uma velha índia chamada Bahetá, já é falecida. Atualmente, baseados em pesquisas feitas com a índia Bahetá e alguns autores que outrora coletaram palavras pataxó de antigos falantes, esse povo está recuperando o seu idioma. O povo Pataxó nunca foi falante de língua da família tupi-guarani.