A América Latina não existe
A AMÉRICA LATINA NÃO EXISTE
Miguel Carqueija
A grande mídia, a propósito da eleição do Papa Francisco (o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio) tolamente noticiou com insistência tratar-se do “primeiro papa latino-americano”.
A rigor, o mais certo é dizer que se trata do primeiro papa americano. Até aqui quase todos foram europeus e uns poucos, asiáticos e africanos.
Em todo caso, é bom esclarecer que a chamada América Latina não é um continente; é apenas uma convenção sócio-política. Podemos considerar a América (ou Novo Mundo) um único continente; ou dividi-la em dois grandes continentes, América do Sul e América do Norte. Podemos admitir ainda um pequeno continente, a América Central, com sua parte continental e sua parte insular, as Antilhas.
A América Latina, assim considerada (parte da América colonizada por nações européias de língua latina: Portugal, Espanha e França), vai do México ao extremo sul (Chile e Argentina). Note-se que o México já faz parte da América do Norte que, sem ele, praticamente se reduz a Estados Unidos e Canadá (além da imensa ilha Groenlândia, pertencente à Dinamarca). No entanto, ocorrem várias falhas nesse latinismo. Duas das Guianas — a inglesa e a holandesa (Suriname) — não são de origem latina. O mesmo se pode dizer de Belice (a antiga Honduras Britânica), Falkland (ou Malvinas) e algumas ilhas antilhanas colonizadas pela Grã-Bretanha ou pela Holanda.
E aqui cabe perguntar por que as Antilhas hoje só são chamadas de Caribe. Por que certos hábitos vão surgindo assim do nada e se impondo sem que ninguém reclame? O que havia de errado com o nome Antilhas?
Quanto à América Latina, se esta expressão se refere (é óbvio) à colonização efetuada por países europeus de idioma latino, então a parte francesa do Canadá teria de ser incluída, e excluídos os territórios indígenas encravados no Brasil.
Que confusão, hein?
A AMÉRICA LATINA NÃO EXISTE
Miguel Carqueija
A grande mídia, a propósito da eleição do Papa Francisco (o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio) tolamente noticiou com insistência tratar-se do “primeiro papa latino-americano”.
A rigor, o mais certo é dizer que se trata do primeiro papa americano. Até aqui quase todos foram europeus e uns poucos, asiáticos e africanos.
Em todo caso, é bom esclarecer que a chamada América Latina não é um continente; é apenas uma convenção sócio-política. Podemos considerar a América (ou Novo Mundo) um único continente; ou dividi-la em dois grandes continentes, América do Sul e América do Norte. Podemos admitir ainda um pequeno continente, a América Central, com sua parte continental e sua parte insular, as Antilhas.
A América Latina, assim considerada (parte da América colonizada por nações européias de língua latina: Portugal, Espanha e França), vai do México ao extremo sul (Chile e Argentina). Note-se que o México já faz parte da América do Norte que, sem ele, praticamente se reduz a Estados Unidos e Canadá (além da imensa ilha Groenlândia, pertencente à Dinamarca). No entanto, ocorrem várias falhas nesse latinismo. Duas das Guianas — a inglesa e a holandesa (Suriname) — não são de origem latina. O mesmo se pode dizer de Belice (a antiga Honduras Britânica), Falkland (ou Malvinas) e algumas ilhas antilhanas colonizadas pela Grã-Bretanha ou pela Holanda.
E aqui cabe perguntar por que as Antilhas hoje só são chamadas de Caribe. Por que certos hábitos vão surgindo assim do nada e se impondo sem que ninguém reclame? O que havia de errado com o nome Antilhas?
Quanto à América Latina, se esta expressão se refere (é óbvio) à colonização efetuada por países europeus de idioma latino, então a parte francesa do Canadá teria de ser incluída, e excluídos os territórios indígenas encravados no Brasil.
Que confusão, hein?