RADIOGRAFIA DA CULTURA (CULT)

Em seu mais recente ensaio, A civilização do espetáculo, lançado em abril deste ano pela Objetiva, o escritor peruano Mario Vargas Llosa é enfático ao apontar o empobrecimento geral da cultura atual. Movendo-se entre o período pós-guerra e os dias de hoje, ele critica a banalização das artes e da literatura, bem como a ascensão do jornalismo sensacionalista. Para tanto, logo nas primeiras páginas inicia um diálogo com autores que, em dado momento, dedicaram-se a refletir sobre essas questões – tais como T.S. Eliot, Guy Debord e George Steiner.

À medida que reitera, recusa e defende os argumentos que retoma ao longo do ensaio, Vargas Llosa, um dos mais importantes escritores da atualidade e vencedor do Nobel em 2010, não hesita em dizer que “a ideia ingênua de que, através da educação, se pode transmitir cultura à totalidade da sociedade, está destruindo a ‘alta cultura’, pois a única maneira de conseguirmos essa democratização universal da cultura é empobrecendo-a, tornando-a cada dia mais superficial”.

Avisa que pretende apenas registrar a metamorfose pela qual tem passado a ideia de cultura e a este ofício dedica 208 páginas de duras críticas e observações sobre a produção cultural do nosso tempo.

[Em entrevista exclusiva à CULT, o escritor falou sobre A civilização do espetáculo. http://revistacult.uol.com.br/home/2013/03/vargas-llosa-ataca-outra-vez/]

A civilização do espetáculo

Mario Vargas Llosa

Trad.: Ivone Benedetti

Objetiva

208 págs. – R$ 34,90