O DILÚVIO SEGUNDO A MITOLOGIA GREGA
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A mitologia grega desde a sua criação conheceu várias épocas, que a história batizou de Idades. Na primeira delas, a Idade do Ouro, todos eram felizes. Reinavam a verdade e a justiça, não havia juízes para ameaçar ou punir. A velhice não existia, tampouco as doenças. Reinava uma primavera permanente, os alimentos brotavam da terra por si só.
Depois dessa idade feliz seguiu-se a Idade da Prata, nela Zeus (Júpiter) reduziu a primavera e dividiu o ano em estações. Pela primeira vez o homem teve de sofrer os rigores do calor e do frio. Tornou-se necessário plantar para colher.
Veio a Idade do Cobre na qual começaram as disputas entre os homens, até que se chegou, finalmente, à Idade do Ferro. Nessa idade a violência propagou-se pela Terra. O hospede não se sentia em segurança na casa em que se hospedara; os genros e sogros, os irmãos e irmãs, os maridos e as mulheres não podiam confiar um nos outros. Os filhos desejavam a morte dos pais, a fim de lhes herdar a riqueza. A paz abandonou definitivamente a Terra.
Vendo então o estado das coisas, Zeus indignou-se e convocou os deuses para um conselho. Convocado o conselho dos deuses, todos obedeceram e tomaram o caminho do palácio do céu. Esse caminho pode ser visto no céu em todas as noites claras, a chamada Via Láctea, e ao longo dela fica os palácios dos deuses ilustres; a plebe celestial vive à parte, de um lado ou do outro.
O Dilúvio de Deucalião.
Dirigindo-se à assembléia, Zeus expôs as terríveis condições que reinavam na terra e encerrou suas palavras anunciando a intenção de destruir todos os seus habitantes e fazer surgir uma nova raça diferente da primeira, que seria mais digna de viver e saberia melhor cultivar os deuses. Tomou o seu raio, e já ia despedi-lo contra o mundo, destruindo-o pelo fogo, quando percebeu o perigo que um incêndio teria para os próprios deuses. Decidiu então inundar a Terra. O vento norte que espalha as nuvens foi aprisionado; o vento sul foi solto e em breve cobriu todo céu com escuridão profunda, torrentes de chuva caíram; as plantações inundaram-se. Não satisfeito com suas próprias águas, Zeus pediu ajuda de seu irmão Poseidon (Netuno). Este soltou os rios e lançou-os sobre a Terra. Ao mesmo tempo sacudiu-a com um terremoto e lançou o refluxo dos oceanos sobre as praias. Rebanhos, animais, homens, casas e templos foram tragados pelas águas. De todas as montanhas, apenas a do Parnaso ultrapassava as águas. No entanto, Zeus resolveu poupar da destruição um homem e sua esposa, que considerava os únicos justos sobre a face da Terra. Deucalião e Pirra eram seus nomes.
Avisado do dilúvio, Deucalião construiu um barco de madeira para salvar sua esposa e levar mantimentos. Ao verem que tudo naufragava sob as ondas impetuosas, Deucalião abraçou-se à esposa, e foram ambos refugiar-se no barco. Durante nove dias e nove noites o casal vagou pela água dentro do barco. No décimo dia, o barco encalhou no Monte Parnasos. Quando Zeus viu que apenas eles haviam sobrevivido ao dilúvio, cessou a tempestade e Poseidon retirou as suas águas. ®Sérgio.
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Para maiores informações a respeito do assunto ver: Bulfinch, Thomas. O Livro de Ouro da Mitologia. Trad. David Jardim – Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.
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