Aqua alle funni!
Historia do Obelisco da Praça de São Pedro em Roma
Em 37 D.C. um enorme obelisco é trazido de Heliópolis, no Egito, até Roma, então regida pelo governador Calígula. A intenção dele era coloca-lo em seu Circus Maximus.
Há um afresco na Galeria de Mapas do Vaticano, com data de 1583, de Antônio Dante, representando a chegada do obelisco de Calígula.
O Circus Maximus foi construído por Calígula e terminado por Nero. Esse local atualmente é um parque.
É possível constatar, através de um desenho de 1561, um globo no topo do obelisco, que depois foi substituído por uma crista e uma cruz. O globo, de acordo com uma lenda medieval, abrigava os restos mortais de Júlio Cesar, depois substituídos por um pedaço do Lignun Crucis, madeira da cruz onde Cristo fora crucificado.
Para o projeto desta mudança foram apresentados 500 diferentes planos, sendo o vencedor o do arquiteto Domenico Fontana.
Mais tarde o Papa Sixto V, empenhado no projeto para o embelezamento de Roma, ordena a transferência do obelisco para frente da Basílica do Vaticano. Na época o monumento tinha a alcunha de “testemunha muda”, pois ao lado dele Pedro foi crucificado no Circo de Nero.
Em 10 de setembro de 1586, 900 homens com 150 cavalos, incontáveis talhas e centenas de metros de corda, tentam erigir, no centro da Praça São Pedro, em Roma, o grandioso obelisco egípcio de 350 toneladas, 25 metros de altura e 4.000 anos de idade.
Forçados a permanecer em silencio, sob pena de morte, os trabalhadores começam a içar a enorme pedra de granito rosa, porém, devido a fricção das cordas, essas esquentam, fumaceiam e começam a esmorecer, até que, por toda a Praça de São Pedro, ressoa um forte grito: aqua alle funni! (molhem as cordas!). Era o capitão Bresca, marinheiro de Ligúria, sabedor de que cordas de linho arrebentam se não forem esfriadas, e arriscando-se valentemente sem temer ser enforcado, lança sua voz para salvar o bloco de pedra, talhado em Assuam.
Esse feito da engenharia durou um ano inteiro, do transporte ao içamento, e foi fielmente reproduzido num livro impresso em 1590.
Bresca foi detido e levado ao Papa. Entretanto, Sixto V, ao invés de castigá-lo, o recompensou concedendo-lhe o privilegio de içar a bandeira do vaticano em seu navio. Também foi concedido a ele e aos seus herdeiros o direito de vender com exclusividade palmas do Domingo de Ramos na Praça de São Pedro. Seus descendentes continuam tendo essa prerrogativa papal.
Aqua alle funni! Grito dado em dialeto genovês e convertido em símbolo contra a tirania.
Utilizado para ressaltar a coragem contra a prepotência, antepondo o bem comum ao próprio risco, sem se importar com consequências pessoais.