O ORÁCULO DE DELFOS
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Oráculo era uma expressão usada para designar um lugar sagrado onde se supunha que as divindades consultadas davam respostas a respeito do futuro, assim como conselhos e orientações. As respostas só podem ser dadas por certas divindades, em lugares determinados, por pessoas determinadas e se respeitando rigorosamente os ritos. O mais antigo dos oráculos gregos era o de Zeus (Júpiter), em Dodona, na Grécia. Porém, o mais famoso dos oráculos gregos era o de Apolo, em Delfos (que hoje já não existe mais), no sopé do monte Parnaso. A sua fama se deve ao fato de as profecias ali obtidas serem consideradas verdades absolutas.
Historiadores como Plínio e Diodoro, filósofos como Platão, os poetas Ésquilo e Cícero, o geógrafo Estrabão, o escritor e viajante Pausânias e até mesmo um sacerdote de Apolo que serviu em Delfos, o famoso ensaísta e biógrafo Plutarco, deixaram-nos testemunhos bastante difundidos sobre o oráculo de Apolo.
Os antigos pastores gregos vinham observando, desde longo tempo, que as cabras que pastavam no Parnaso eram atacadas de convulsões quando se aproximavam de uma gruta profunda, situada do lado da montanha. Isso era provocado por gases emitidos por uma fenda subterrânea no local. Um pastor foi levado a experimentar, ele próprio, os efeitos dos gases. Aspirando o ar intoxicante, foi afetado do mesmo modo que as cabras. Os habitantes da região não sabendo explicar o fato, atribuíram-no a uma inspiração divina. A notícia se espalhou e rapidamente foi construído um templo no local. A princípio atribuída à deusa Gaia (Terra) e era guardado por sua filha, a serpente Píton. O deus Apolo, associado ao dom da profecia, teria assumido o controle do lugar após matar a serpente. Neste templo, as sacerdotisas de Apolo (Pitonisa) inalando os gases, tinham seu espírito possuído por Apolo, que fazia as profecias por meio delas. Em transe, elas pronunciavam as respostas em versos semelhantes aos usados nos poemas Ilíada e Odisséia, de Homero. As sacerdotisas gregas (pitonisas) embora devesse ser natural de Delfos, poderia ser velha ou jovem, rica ou pobre, bem-educada ou analfabeta.
Ao chegar à cidade grega de Delfos, o visitante se registrava e pagava uma taxa. Quando se aproximava o momento da sua consulta, ele se purificava numa fonte de água e seguia pelo caminho sagrado até o Templo de Apolo, onde ficava o famoso oráculo. Antes de entrar no Templo de Apolo, os peregrinos sacrificavam uma ovelha ou uma cabra, que tinha suas entranhas examinadas por sacerdotes à procura de sinais proféticos. Em seguida, os visitantes entravam um de cada vez no templo. Antes de cada sessão, a profetisa descia até uma câmara subterrânea sob o templo, onde inalava vapores "sagrados", que induziam suas profecias auxiliadas por vários sacerdotes.
O templo foi fechado definitivamente por um decreto do imperador romano Teodósio no final do século IV a. C.
Além dos oráculos de Zeus (júpiter) e Apolo era grandemente estimado o oráculo de Trofônio, o de Esculápio, o de Epidauro e o de Ápis. ®Sérgio.
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Para maiores informações sobre o assunto ver: Bulfinch, Thomas, O Livro de Ouro da Mitologia: Histórias de Deuses e Heróis, 26º edição, Trad. David Jardim, Rio de Janeiro, 2002, Ediouro.
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