Livros e tecnologia

“Os livros são pequenos pedaços do incomensurável”

Stephan Zweig.

A leitura era considerada alimento para a alma. E Sêneca dizia: “nutre a inteligência”. E eu sempre pensei que um livro abre portas para mundos desconhecidos que podem enriquecer e iluminar os caminhos dos que buscam o saber.

É de lamentar-se que hoje, cada vez mais, a maioria dos jovens – e até crianças – estão ligadas na tecnologia de comunicação de toda a sorte. Seus ‘brinquedos’, desde tenra idade, com o passar do tempo, têm se transformado em aparelhos eletrônicos: Iphones Ipads, tablets, mini tablets, etc… Nada tenho contra a tecnologia: tento acompanhá-la, mas usada e, no caso ‘abusada ’ principalmente pelos que estão em formação, poderá resultar em futuro mais do que desagradável…

Tenho observado na internet (principalmente nas redes sociais) que a ignorância cresce, enquanto o bem ‘escrever’, decresce em qualidade e substância.

Se, por um lado aproxima as pessoas, por outro, as isola. Como exemplo narro o que ocorreu dia desses, em uma praça de alimentação de um shopping no qual fui lanchar. Sentei-me e, à minha volta, havia pessoas – quase todas com seus Ipads, Iphones, etc… mas não trocavam uma só palavra entre si, no entanto, usavam os tais aparelhos – era como se estivessem desacompanhadas. Não havia comunicação verbal e, quando o faziam, era por monossílabos, quando muito dissílabos, sem sequer desviar os olhos dos aparelhinhos…

Não se pode deter o avanço tecnológico, mas tem-se que tentar voltar ao hábito da boa leitura – nem que seja usando o app Ibook . Para mim, esse não transmite o prazer táctil de ter um bom livro nas mãos, no qual pode-se escrever comentários nas margens (um de meus hábitos), mas, pelo menos, através dele há como chegar aos pensamentos de bons autores e, conseqüentemente, a melhor falar e escrever. Afinal, a forma como nos expressamos, demonstra quem somos.

Mirna Cavalcanti de Albuquerque Rio de Janeiro, 02 de Abril de 2013.