NÃO PODEMOS DEIXAR NOSSO FOLCLORE MORRER

Eu sou fã de vampiros e de bruxas. De sagas que ultrapassam os limites de nossa realidade, de seriados como Once Upon a Time. Por que eu deveria negar? Mas e nosso folclore? A cada dia que passa, mais o Brasil é enfeitiçado por obras estrangeiras, cheias de zumbis, bruxas e tantos outros seres que conhecemos muito bem. Mas aí continuo perguntando... E nosso folclore? Não saberia dizer de quem é a culpa por eles estarem tão apagados. Do governo? Da escola? Dos pais? Da educação talvez? Ou todos nós temos uma pequena parcela de erro. Por onde anda o saci pererê? E a mula sem cabeça, será que está galopando? Sabe-se que o lobisomem teve suas origens europeias, mas nós temos o nosso por aqui também com sua história temperada de um jeitinho bem brasileiro. Eis o Corpo Seco em que algumas regiões do país não é conhecido. O Mapinguari (famoso na Amazônia), o grande guardião da floresta Curupira.

Esses dias fiz uma pesquisa sobre o folclore e fiquei paralisado diante de tanta informação e história que nós amantes de uma literatura poderíamos muito bem agregar a nosso vasto campo secreto de idéias para desenvolver contos e roteiros baseados em nosso tesouro nacional (sim, eu me referi especialmente a você escritor do Recanto das Letras, mas não deixando de fora todo o resto da nação brasileira, claro)

Alguém precisa retomar, agarrar nosso patrimônio cultural, cultivá-lo, por que não renová-lo, recriá-lo e se não formos nós. Bom, quem faria...O Paraguai? A china? É nossa tarefa sim, contribuir para que ele volte forte e destemido, e enfrente na mesma altura as outras criaturas cheias de artimanhas e magia.

Como eu dissera no início, sou fã sim dos estrangeiros. Mas nunca deixei de lado o mistério de uma boa lua cheia, ou de um bosque protegido por guardiões. E da sensualidade do Boto e da Mãe D'agua.

E eu poderia passar a tarde toda aqui contando histórias que ouvi de meus tios e avós, e pessoas idosas, estas que até hoje obedecem as lendas de maneira que guardam com carinho cada parte da história que veio geração após geração, e ainda deixaria crianças e adolescentes com os olhos arregalados de tanta informação cultural que temos a nosso favor.

E deixo em aberto qualquer ideia, colaboração ou crítica que por ventura movimente este singelo apelo. E principalmente, não podemos deixar nosso Folclore morrer...

Betho Ragusa

zantacedumont@yahoo.com.br