Fim de Festa

Ainda bem que acabou!

Já não aguentava mais ouvir falar em folia, samba enredo, bloco carnavalesco, axé music, e todo esse circo a céu aberto em que o país se transforma nessa época do ano.

Tudo bem que o carnaval pernambucano tem o seu diferencial histórico e cultural - o que chama bastante atenção.

Mas ainda assim, sempre tive a consciência de que não devia e não devo participar dessa algazarra, que tem como pano de fundo a manifestação pagã com ritos da umbanda - dentre outros credos de origem africana - naquilo que os próprios participantes chamam de festa profana.

No que pode ser resumido como: A hora e a vez de praticar o que nos demais dias é estritamente proibido.

Bom lembrar o desperdício de dinheiro público investido para transformar as ruas das principais cidades do Brasil num palco onde é possível presenciar desde homens urinando livremente, até cenas mais picantes de apelo sexual explícito. Isso fora o culto ao corpo, a vaidade exposta nas alegorias dos desfiles das escolas de samba. Tendo como principal objetivo a busca e o incentivo ao prazer carnal.

Nos bons tempos em que se fazia um carnaval mais familiar e menos intempestivo, até que se podia pensar em aderir a fantasia de alguma personalidade marcante da História, ou simplesmente se deixar levar pela onda de foliões a se arrastar pelas avenidas.

Mas hoje em dia, somente quem tem a mesma ganância, o mesmo ímpeto de se entregar a essa tal "felicidade" pré-paga e pré-concebida, é que poderá dizer quais os benefícios e perdas de se fazer presente à esbórnia, onde muitos nunca conseguem se dar por vencidos.

Eu nunca participei do carnaval.

Quando digo isso, há quem se espante e não acredite. Mas garanto que sim. Embora não por falta de vontade.

Mas a bem da verdade, nunca encontrei disposição para aderir ao agito.

Nem tanto pela consciência religiosa em si - que tem um peso importante - mas por ter plena convicção de que me conhecendo bem como eu me conheço, não saberia nem como agir no meio da multidão enlouquecida. Já que mesmo fantasiado, me sentiria um peixe fora d'água, sabendo que essa não é a minha praia.

Por isso, carnaval pra mim não faz a menor falta nem o menor sentido.

É apenas um período do ano em que se pode deitar na cama a qualquer hora, sem se preocupar com o que fazer no dia seguinte.

E embora não me faltem críticas pelo meu modo de ser e pensar, eu sei exatamente que ali não é o meu lugar.

* Para saber mais, acesse:

Com R$ 35 milhões, Rio é a capital que mais gasta com o Carnaval; MP cobra transparência - "A cidade de São Paulo, com R$ 33 milhões, está em segundo lugar no ranking, seguida por Salvador, cujo investimento é de R$ 30 milhões... A emissora de TV que detém os direitos de transmissão da festa repassa cerca de R$ 1,6 milhão. "

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/02/08/com-r-35-milhoes-rio-e-a-capital-que-mais-gasta-com-o-carnaval-mp-cobra-transparencia.htm