Mulheres Ricas - O Show da Humilhação
Gosto da Band. Considero-a uma emissora de visão em muitos aspectos. Além de inovar no humor, com as pratas da casa CQC e Agora é tarde, trouxe da RedeTV o Pânico na Band (antes Pânico na TV). Os três juntos formam uma coalizão humorística bem sucedida, que vem aumentando o ibope da emissora. Não bastasse, a Band ainda trouxe recentemente bons programas de fora do país, como os clássicos Os Simpsons e Mr. Bean, e os mais recentes Roma e The Walking Dead, sendo este último o seriado de maior sucesso da TV paga americana na atualidade. Sem falar em sua tradição para eventos esportivos.
Porém, como tudo na vida, sempre há algo para estragar, e no caso da Band isso se chama Mulheres Ricas. Desde que vi pela primeira vez esse programa, me perguntei: qual a finalidade de mostrar um monte de peruas fúteis e cheias da grana na TV? O que isso nos ensina? No que isso nos ajuda a evoluir como seres humanos? Ou, no que tange a essência primordial de qualquer programa televisivo, onde está o entretenimento nisso?
Na minha opinião, não há nada de relevante nesse espetáculo de futilidades. O programa mostra um bando de mulheres ricas (o problema já começa no título, nada original), e suas aventuras pelo mundo da peruíce (de perua!) e da banalidade típica de pessoas que não tem um pingo de bom senso. Basicamente, o programa se resume em mostrar como as dondocas torram seus preciosos tempos com gastanças e mordomias. Agora eu pergunto, e daí? Que graça tem ver mulheres gastando suas fortunas?
O que vemos, na verdade, é um show de humilhação. Qualquer pessoa da classe média, ou abaixo disso, que ligar a TV durante o programa, vai apenas ver como sua vida é miserável e sem sentido perto das protagonistas. Ricos não vão ter interesse, a não que possam aparecer no programa, para mostrar aos pobres brasileiros o quanto também são ricos.
Resumindo, estamos vendo um show de horrores, só que ao contrário. As criaturas que deveriam ser humilhadas e ridicularizadas não estão no palco (ou, nesse caso, na tela da TV), mas sim na platéia, sentadas em suas poltronas carcomidas pelo tempo e pela falta de grana para comprar um estofado novo. Assim, até a Globo parece menos fútil (exceto belo Big Brother, é claro!).