PICOS: SÍNTESE HISTÓRICA

PICOS: SÍNTESE HISTÓRICA

(*) Edimar Luz

Hoje, dia 12 de dezembro, a cidade de Picos está comemorando o seu 122º aniversário, e quero, na condição de articulista e como filho desta terra, prestar-lhe a minha simples homenagem, bem como enfatizar alguns indicadores que expressam ou demonstram consideravelmente o seu desenvolvimento.

Picos foi elevado à categoria de vila em 1855, e passando à cidade no ano de 1890, através da resolução nº 33, de 12 de dezembro, desmembrando-se do município de Oeiras, que fora a capital do Estado do Piauí até o ano de 1852, transferindo-se para Teresina, por influência e intermédio do Conselheiro José Antônio Saraiva.

Cumpre lembrar que a povoação de Picos teve início nas margens do nosso rio Guaribas, quando os tropeiros ou cavalarianos, procedentes das províncias da Bahia e Pernambuco, maravilhados com a exuberância e a qualidade das pastagens e da água propícia ao criatório, estabeleceram uma pousada em seu vale e, consequentemente, deram início ao povoamento da região; como as famílias Borges Leal e Borges Marinho, que principiaram o povoamento do município de Picos. Mais ou menos naquela mesma época chegava à região, procedente de Portugal e vindo pela Bahia, a importante e tradicional Família Luz, família de origem espanhola, estabelecendo-se no local onde hoje se encontram os nossos bairros Ipueiras e Baixio da Ipueiras, bairros estes fundados pela Família Luz (minha família), que naquela época ao chegar à Picos, vinculou-se, entre outras, com estas outras famílias acima mencionadas, participando ativamente na fundação e povoamento da cidade de Picos, esta cidade que é o maior núcleo da Família Luz no Brasil.

Podemos dizer que até os meados do século atual (século XX), Picos era, na verdade, apenas um pequeno núcleo urbano integrado ao seu meio rural. Todavia, diante das vicissitudes que o tempo proporcionou, Picos é hoje uma cidade voltada para o progresso, destacando-se nitidamente entre as mais importantes cidades no interior do Nordeste. Indiscutivelmente, a sua produção agrícola continua sendo de grande importância econômica, e, por isso mesmo, ainda é considerado "o celeiro do Piauí", destacando-se, entre outras, a produção de mandioca, milho, feijão, arroz, algodão e alho, mesmo sabendo que do município de Picos, já foram desmembrados muitos outros municípios. O cultivo dos dois últimos produtos agrícolas é atualmente insignificante em nosso município.

A nossa cidade hoje, é um centro sub-regional e município-pólo de um conglomerado de dezenas de pequenos municípios, possuindo um elevado comércio e um parque industrial considerável e em ascensão, sendo também, devido à sua extraordinária localização geográfica, o maior entroncamento rodoviário do Estado do Piauí, e o segundo maior do Nordeste, o que a transformou numa cidade bastante agitada, pois por aqui passam ou circulam diária e incessantemente centenas de caminhões de carga e ônibus, provenientes de outras regiões do país. Isso sem falar no trânsito local, que cresce vertiginosamente a cada dia.

A cidade sofre evidentemente os mesmos problemas por que passam os grandes centros urbanos do país, problemas estes causados naturalmente pelo inevitável fenômeno da urbanização, onde não existe uma infra-estrutura capaz de atender às necessidades de toda a população residente. Esse é um fenômeno típico das cidades grandes dos países subdesenvolvidos, do chamado Terceiro Mundo. É verdade que o Brasil nas últimas décadas tem apresentado uma tendência irreversível para a urbanização. As cidades crescem e se agigantam, ocorrendo o que se costuma chamar de inchaço urbano ou populacional. A população rural diminui constantemente diante do aumento crescente das cidades. Grandes cidades surgem como centros comerciais, industriais e culturais. São inúmeros, porém, os problemas causados pelo fenômeno da urbanização desordenada, como, por exemplo, aqueles problemas atinentes à realidade social, entre outros.

A densidade demográfica em Picos gira em torno de 35 ou 34,68 habitantes por quilômetro quadrado, o que demonstra um alto grau de concentração urbana, se comparada à média da densidade demográfica do Estado, e mesmo do País, em virtude das grandes áreas desertas ou pouco povoadas.

Entretanto, ao lado dessa situação relativamente caótica, verifica-se que Picos, denominado Município Modelo, é uma terra visivelmente hospitaleira, abrigando contingentes populacionais de todas as cidades circunvizinhas e praticamente de todas as regiões do País, o que vem provocando um acelerado crescimento populacional.

Desde o início de seu povoamento, Picos mantém-se em sintonia com a fé, escudo do nosso povo, sob a proteção do Coração de Jesus e de nossa Padroeira, Nossa Senhora dos Remédios, cuja imagem repousa no interior de nossa majestosa e imponente Catedral, que ostenta uma beleza fascinante e imensurável.

Parabéns, Picos!

Picos, minha querida cidade... Há vinte e dois anos comemoramos o teu centenário!

Obs. Texto por mim produzido em dezembro de 1994, e publicado em vários periódicos da região.

(*) Edimar Luz é articulista, compositor, escritor/cronista, memorialista, professor e sociólogo formado em Recife – PE.

Picos - PI, 12 de dezembro de 2012.

Edimar Luz
Enviado por Edimar Luz em 12/12/2012
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