Acreditar em Entidades seria um “DESAMPARO APRENDIDO”?

Em 1966 um Etólogo (estudioso do comportamento animal), tendo colocado na jaula dos chimpanzés uma geringonça que “oferecia” guloseimas a intervalos aleatórios, observou que os chimpanzés passaram a dançar, passaram a emitir sons, e passaram a repetir determinados gestos...

Sucedeu que os chimpanzés mesmo possuindo um cérebro desenvolvido (ao ponto deles se reconhecerem no espelho), ao invés dos símios entenderem que o “aparecimento” das guloseimas era uma coisa explicável, eles acharam que se repetissem determinadas danças, cantorias ou rituais, perto do objeto cultuado, as deliciosas guloseimas acabariam aparecendo.
 
Tanto o CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO divulgado por Ivan Petrovich Pavlov, que é um sistema de punição e de recompensas, cuja função é preditiva, ou seja, serve para antecipar a resposta de prazer (recompensa) ou mesmo advertir sobre um possível perigo; como o CONDICIONAMENTO RESPONDENTE, e a "PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM, mostram que a inclinação para acreditar no sobrenatural vem do instinto de sobrevivência; e se trata de um resquício da época onde tínhamos a tendência de acreditar em fantasias...
 
Até porque, por milhões de anos a “mente reptiliana” dos iludidos foi moldada pelas crendices e as falácias sobre causalidade, onde é costume afirmar que:
“Se o fato B ocorreu após o fato A, então o segundo fato foi causado pelo primeiro”...
 
E o individuo emocional preferir acreditar em alguma versão simples, do que pesquisar as complicadas regras da realidade, seria um "comportamento adaptativo".
 
Todavia não somos os únicos a cometer erros que pode nos rotular de “supersticioso”, pois conforme foi demonstrado através da “Caixa de Skinner”, criada pelo psicólogo americano B. F. Skinner, a maioria quando passa por algum “Desamparo Aprendido”, comete algum erro “falso positivo” ou “falso negativo”,
 
Os erros “Falso Negativo” consistem em deixar de detectar um efeito quando ele realmente existe, e o erro "Falso Positivo", consiste em concluir que algo especial estaria acontecendo, quando na verdade tudo não passa de coincidência.
 
Os psicólogos Mark Seligman e Steve Maier realizando novos experimentos em animais mostraram ser possível criar tanto a “DEPRESSÃO CLÍNICA”, como o “DESAMPARO APRENDIDO”, e os “ERROS FALSOS NEGATIVOS”...

E ajudou entender que a inclinação humana para acreditar na mitológica “VIDA ETERNA”, em DEUS, e no SOBRENATURAL, vem do instinto animal; pois se trata de um resquício, da primitiva época onde tínhamos a tendência de acreditar em fantasias, magias, milagres, ou forças sobrenaturais...
 
Os religiosos se agarrarem na ilusão de que só na suposta vida espiritual encontraríamos a verdadeira felicidade, seria uma forma de contrabalançar os desafios da vida; de fugir das responsabilidades, de superar o fato de que os humanos nunca estão satisfeitos, de ignorar que a natureza não é justa com os fracos, ou sem sorte, ou de fingir que ao se Deixar que a vida nos conduza não terminariamos perdendo alguma oportunidade...