A CPLP E A LÍNGUA PORTUGUESA
Sérgio Martins Pandolfo*
Em 23 de novembro de 1996 foi criada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (oficial), com sede em Lisboa, constante de: Brasil; Portugal; Angola; Moçambique; Cabo Verde; São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau, para o que desempenhou papel exponencial o ex-embaixador do Brasil em Portugal, José Aparecido de Oliveira. O Timor-Leste que participava do bloco como Observador, desde a cimeira de Praia, realizada em junho de 1998, passou a integrar a Comunidade como membro permanente tão logo teve reconhecida sua independência, em 20/05/2002 e adotado o português como língua oficial, tornando-se a oitava nação a integrar a CPLP. A Língua Portuguesa é o vínculo histórico mais forte, patrimônio comum aos oito países.
Ademais desses oito membros permanentes supranomeados a Comunidade mantém, neste momento, três Membros Observadores: a República da Guiné Equatorial, a República do Senegal e a República das Ilhas Maurício. Para obter a condição de Observador, que há de ser pleiteada e aceita pelos oito Estados Membros, o país tem que desfrutar dos mesmos princípios que norteiam a CPLP, especialmente no que respeita â promoção da democracia, direitos humanos e boa governança.
De caráter político-diplomático, são seus objetivos principais: preservar e expandir o idioma pelo mundo, bem como promover a cooperação política, social, econômica e cultural entre os países-membros. Estreitar os laços de fraternidade e de solidariedade que unem Brasil, Portugal, os PALOPs (países africanos de língua oficial portuguesa) e o Timor-Leste. A criação, em 1999, do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, com sede atual em Lisboa, cuja implantação constituiu-se em uma das ações prioritárias a serem concretizadas pela CPLP, tem por alvos maiores a defesa, promoção, enriquecimento, difusão e valorização do idioma comum e sua adoção, pela ONU, como língua oficial nesse foro internacional. E os brasileiros somos o sócio majoritário dessa importante sociedade lusofônica.
A inclusão do português entre o naipe de idiomas havidos como oficiais sempre foi obstada com a justificativa de que o falar de Camões tinha duas normativas ortográficas estabelecidas: a de Portugal, seguida também por suas ex-colônias e a do Brasil. Agora, com a uniformidade linguística alcançada pelo novo Acordo Ortográfico – daí sua importância vernacular capital! - espera-se a adoção, que já se impõe premente, pela ONU, da Língua Portuguesa como de expressão oficial nesse foro supranacional, para que o português deslanche de vez, dada a importância, a cada dia maior, dos Estados lusitanófonos, com o Brasil à frente.
“Portugal, reza a História, deu novos mundos ao Mundo. Mas o mundo novo de que Portugal mais se pode orgulhar de ter dado ao Mundo é, sem dúvida, aquele que Pedr'Álvares Cabral descobriu em abril de 1500, capitaneando uma poderosa armada real”, no filosófico devaneio do historiador abrantino Joaquim Candeias Silva.
O Brasil é hoje, sabidamente, o maior país de fala portuguesa, um dos sustentáculos do idioma e, sem ponta de dúvida, por sua privilegiada posição no contexto das nações, aquele que lhe confere importância e destaque e centro por excelência da língua e da cultura portuguesa no mundo. Se mais não fosse, bastaria lembrar que a população brasileira é, por ora, segundo estimativa oficial do IBGE, de 198 milhões de habitantes que colocam o português contemporâneo − mescla do linguajar clássico lusitano com os ornatos que os brasileiros e africanos encorpamos, num soberbo sincretismo − em lugar privilegiado dentre as chamadas línguas universais de cultura. Ademais, o filólogo e linguista Sílvio Elia, citado por Niskier, afiança que “apesar dos pesares, o português está em franca expansão no mundo”.
Por tudo o que se retroexpendeu e a julgar pelo crescimento e desenvolvimento contínuo do País é de esperar-se, por óbvias razões, a expansão e valorização da lusofonia como veículo literário, científico e de cultura.
Nota: acima, nomes e bandeiras dos países que compõem a CPLP
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*Médico e escritor .ABRAMES/SOBRAMES
sergio.serpan@gmail.com - serpan@amazonet.com.br- www.sergiopandolfo.com
Sérgio Martins Pandolfo*
Em 23 de novembro de 1996 foi criada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (oficial), com sede em Lisboa, constante de: Brasil; Portugal; Angola; Moçambique; Cabo Verde; São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau, para o que desempenhou papel exponencial o ex-embaixador do Brasil em Portugal, José Aparecido de Oliveira. O Timor-Leste que participava do bloco como Observador, desde a cimeira de Praia, realizada em junho de 1998, passou a integrar a Comunidade como membro permanente tão logo teve reconhecida sua independência, em 20/05/2002 e adotado o português como língua oficial, tornando-se a oitava nação a integrar a CPLP. A Língua Portuguesa é o vínculo histórico mais forte, patrimônio comum aos oito países.
Ademais desses oito membros permanentes supranomeados a Comunidade mantém, neste momento, três Membros Observadores: a República da Guiné Equatorial, a República do Senegal e a República das Ilhas Maurício. Para obter a condição de Observador, que há de ser pleiteada e aceita pelos oito Estados Membros, o país tem que desfrutar dos mesmos princípios que norteiam a CPLP, especialmente no que respeita â promoção da democracia, direitos humanos e boa governança.
De caráter político-diplomático, são seus objetivos principais: preservar e expandir o idioma pelo mundo, bem como promover a cooperação política, social, econômica e cultural entre os países-membros. Estreitar os laços de fraternidade e de solidariedade que unem Brasil, Portugal, os PALOPs (países africanos de língua oficial portuguesa) e o Timor-Leste. A criação, em 1999, do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, com sede atual em Lisboa, cuja implantação constituiu-se em uma das ações prioritárias a serem concretizadas pela CPLP, tem por alvos maiores a defesa, promoção, enriquecimento, difusão e valorização do idioma comum e sua adoção, pela ONU, como língua oficial nesse foro internacional. E os brasileiros somos o sócio majoritário dessa importante sociedade lusofônica.
A inclusão do português entre o naipe de idiomas havidos como oficiais sempre foi obstada com a justificativa de que o falar de Camões tinha duas normativas ortográficas estabelecidas: a de Portugal, seguida também por suas ex-colônias e a do Brasil. Agora, com a uniformidade linguística alcançada pelo novo Acordo Ortográfico – daí sua importância vernacular capital! - espera-se a adoção, que já se impõe premente, pela ONU, da Língua Portuguesa como de expressão oficial nesse foro supranacional, para que o português deslanche de vez, dada a importância, a cada dia maior, dos Estados lusitanófonos, com o Brasil à frente.
“Portugal, reza a História, deu novos mundos ao Mundo. Mas o mundo novo de que Portugal mais se pode orgulhar de ter dado ao Mundo é, sem dúvida, aquele que Pedr'Álvares Cabral descobriu em abril de 1500, capitaneando uma poderosa armada real”, no filosófico devaneio do historiador abrantino Joaquim Candeias Silva.
O Brasil é hoje, sabidamente, o maior país de fala portuguesa, um dos sustentáculos do idioma e, sem ponta de dúvida, por sua privilegiada posição no contexto das nações, aquele que lhe confere importância e destaque e centro por excelência da língua e da cultura portuguesa no mundo. Se mais não fosse, bastaria lembrar que a população brasileira é, por ora, segundo estimativa oficial do IBGE, de 198 milhões de habitantes que colocam o português contemporâneo − mescla do linguajar clássico lusitano com os ornatos que os brasileiros e africanos encorpamos, num soberbo sincretismo − em lugar privilegiado dentre as chamadas línguas universais de cultura. Ademais, o filólogo e linguista Sílvio Elia, citado por Niskier, afiança que “apesar dos pesares, o português está em franca expansão no mundo”.
Por tudo o que se retroexpendeu e a julgar pelo crescimento e desenvolvimento contínuo do País é de esperar-se, por óbvias razões, a expansão e valorização da lusofonia como veículo literário, científico e de cultura.
Nota: acima, nomes e bandeiras dos países que compõem a CPLP
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*Médico e escritor .ABRAMES/SOBRAMES
sergio.serpan@gmail.com - serpan@amazonet.com.br- www.sergiopandolfo.com