Valdeck Almeida de Jesus participa da Bienal Internacional do Livro do Ceará
O escritor baiano se encontra com Eduardo Quive, jornalista e escritor de Moçambique
A viagem não estava programada. Passagens e reservas de hotéis para a Fliporto, canceladas de última hora, com o devido pagamento de multas. O motivo valia a pena. Eduardo Quive, amigo pessoal de longas datas, estaria na Bienal do Ceará, como convidado. Seria uma grande oportunidade de encontrá-lo, conhecê-lo pessoalmente, trocar experiências. E assim foi. Dia 16 de novembro embarquei para Fortaleza e, assim que cheguei à capital cearense, liguei para o hotel onde meu amigo estaria hospedado. Má notícia. Nenhum Eduardo Quive estava na lista de hóspede. Como eu estava convalescendo de uma gripe forte, preferi não sair à noite. No dia seguinte, novas tentativas de localizar o escritor, em vão. Por fim, deixei mensagens para vários amigos dele, no Facebook, com meu número de telefone e hotel.
Participar de uma bienal, sozinho, não tem graça. Mas seria uma chance de tentar encontrá-lo por algum corredor. E assim foi. Após percorrer o maravilhoso Centro de Eventos do Ceará, climatizado, limpo, bem organizado, localização privilegiada, fui ao terceiro andar e, por instinto, abri a sala sete para ver o que acontecia lá. Para minha alegria, o sorriso encantador de Eduardo Quive foi a primeira coisa que percebi. Estava acontecendo um bate papo com as escritoras Ana Nascimento, cearense, e Odete Semedo, de Guiné Bissau. Assisti a tudo, bebendo em fontes de altíssimo conhecimento e profundo comprometimento com arte, cultura e cidadania.
Nas 24 horas que permaneci em Fortaleza, tomei um verdadeiro banho de cultura dos Sete Povos do Mundo Lusófono. E Eduardo Quive foi meu cicerone, inclusive para tomar ônibus. Apesar do pouco tempo no Brasil ele já estava mais ambientado do que eu. E fui sendo apresentado a todos os amigos de longas datas dele, e também aos recém-conhecidos. A lista é grande mas, mesmo sem me lembrar de todos os nomes, cito a própria Odete Semedo, Conceição Lima, Filinto Silva, Ana Nascimento, Fernando Antônio Fontenele Leão (Coordenador de Arte e Cultura da Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Luso-Brasileira), Cornelius Okwudili Ezeokeke e vários outros e outras personalidades africanos. Aproveitei e recitei muita poesia, ouvi muita poesia e assisti à peça “Teorema do Silêncio”, de Capim Neves, cabo-verdiano, sobre pedofilia. Assisti, também, a um lindo sarau, apresentado pelo grupo Com Verso, dirigido por Lúcia Marques, do SESC-CE. Conheci a Associação Cearense de Escritores, onde estavam à venda revistas do Movimento Cultural ArtPoesia, livro do Varal do Brasil, de minha amiga Jacqueline Aisenman e outras obras. Ganhei de presente o cordel “A Lei Maria da Penha”, de Tião Simpatia e o livro inédito de Eduardo Quive, “Lágrimas da Vida – Sorriso da Morte”, que assina a obra como Xiguiana da Luz.
Então valeu a pena meu feriadão emendado entre Cachoeira-BA, onde fui participar do lançamento do livro “Dedinho de Prosa, Cadinho de Memória”, organizado por Luísa Mahin, da Casa de Barro, e as paisagens cearenses. A entrada na bienal, para minha surpresa, é grátis e o povo cearense, dessa vez eu pude observar melhor, é hospitaleiro, bonito e de uma educação ímpar. Eu não ouvi barulhos, não vi gente falando alto ao telefone nem se esgoelando na rua ou nos ônibus. Ganhei um grande prêmio. Guardei as lembranças do irmão-amigo Eduardo Quivo, com promessas de nos vermos em 2013, no Brasil, ou 2014, em Moçambique. A frase que escutei na bienal e que trouxe comigo, foi dita pela professora Ana Nascimento: “Poesia é falar com o coração”.
A viagem não estava programada. Passagens e reservas de hotéis para a Fliporto, canceladas de última hora, com o devido pagamento de multas. O motivo valia a pena. Eduardo Quive, amigo pessoal de longas datas, estaria na Bienal do Ceará, como convidado. Seria uma grande oportunidade de encontrá-lo, conhecê-lo pessoalmente, trocar experiências. E assim foi. Dia 16 de novembro embarquei para Fortaleza e, assim que cheguei à capital cearense, liguei para o hotel onde meu amigo estaria hospedado. Má notícia. Nenhum Eduardo Quive estava na lista de hóspede. Como eu estava convalescendo de uma gripe forte, preferi não sair à noite. No dia seguinte, novas tentativas de localizar o escritor, em vão. Por fim, deixei mensagens para vários amigos dele, no Facebook, com meu número de telefone e hotel.
Participar de uma bienal, sozinho, não tem graça. Mas seria uma chance de tentar encontrá-lo por algum corredor. E assim foi. Após percorrer o maravilhoso Centro de Eventos do Ceará, climatizado, limpo, bem organizado, localização privilegiada, fui ao terceiro andar e, por instinto, abri a sala sete para ver o que acontecia lá. Para minha alegria, o sorriso encantador de Eduardo Quive foi a primeira coisa que percebi. Estava acontecendo um bate papo com as escritoras Ana Nascimento, cearense, e Odete Semedo, de Guiné Bissau. Assisti a tudo, bebendo em fontes de altíssimo conhecimento e profundo comprometimento com arte, cultura e cidadania.
Nas 24 horas que permaneci em Fortaleza, tomei um verdadeiro banho de cultura dos Sete Povos do Mundo Lusófono. E Eduardo Quive foi meu cicerone, inclusive para tomar ônibus. Apesar do pouco tempo no Brasil ele já estava mais ambientado do que eu. E fui sendo apresentado a todos os amigos de longas datas dele, e também aos recém-conhecidos. A lista é grande mas, mesmo sem me lembrar de todos os nomes, cito a própria Odete Semedo, Conceição Lima, Filinto Silva, Ana Nascimento, Fernando Antônio Fontenele Leão (Coordenador de Arte e Cultura da Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Luso-Brasileira), Cornelius Okwudili Ezeokeke e vários outros e outras personalidades africanos. Aproveitei e recitei muita poesia, ouvi muita poesia e assisti à peça “Teorema do Silêncio”, de Capim Neves, cabo-verdiano, sobre pedofilia. Assisti, também, a um lindo sarau, apresentado pelo grupo Com Verso, dirigido por Lúcia Marques, do SESC-CE. Conheci a Associação Cearense de Escritores, onde estavam à venda revistas do Movimento Cultural ArtPoesia, livro do Varal do Brasil, de minha amiga Jacqueline Aisenman e outras obras. Ganhei de presente o cordel “A Lei Maria da Penha”, de Tião Simpatia e o livro inédito de Eduardo Quive, “Lágrimas da Vida – Sorriso da Morte”, que assina a obra como Xiguiana da Luz.
Então valeu a pena meu feriadão emendado entre Cachoeira-BA, onde fui participar do lançamento do livro “Dedinho de Prosa, Cadinho de Memória”, organizado por Luísa Mahin, da Casa de Barro, e as paisagens cearenses. A entrada na bienal, para minha surpresa, é grátis e o povo cearense, dessa vez eu pude observar melhor, é hospitaleiro, bonito e de uma educação ímpar. Eu não ouvi barulhos, não vi gente falando alto ao telefone nem se esgoelando na rua ou nos ônibus. Ganhei um grande prêmio. Guardei as lembranças do irmão-amigo Eduardo Quivo, com promessas de nos vermos em 2013, no Brasil, ou 2014, em Moçambique. A frase que escutei na bienal e que trouxe comigo, foi dita pela professora Ana Nascimento: “Poesia é falar com o coração”.