Skanderbeg - O Dragão da Albânia

Vestido para batalha, George era símbolo de patriotismo. Respeitado e temido por seus inimigos. Levando consigo, na Águia Bicéfala de sua couraça ortodoxa, um arsenal de sinônimos em boa ventura. Um enfático nobre nas páginas da história militar, ostentando traços profissionais de um número considerável de artistas, inspirados pela verdadeira obra de arte – sua biografia. E por fim, o mais importante a se lembrar - George era apenas um Homem.

Arrebatado pelo Tributo de Sangue, por mérito se destacou na hierarquia otomana. Homenageado na corte do Califado de Istambul, George já era um membro distinto, renomado pelos louros da audácia desde a juventude. Distante dos preceitos muçulmanos, a pronuncia de seu nome significou, acima de tudo, liberdade.

Ainda jovem, seus olhos reluziam muito além do azul claro, denotavam chicana - indomáveis por natureza e jamais por ocasião – No fundo, Murad II sabia que George, o célebre Dhimmi da Aga dos Janissários, jamais se converteria ao Islã. Desde cedo sua natureza relutava com a língua, e no centro de seu peito crescia uma vontade sem limites, e mais tarde, com a vinda da maturidade, ele certamente aprenderia a domina-la. Contudo, nos momentos de recreio após a dança das espadas nos campos de batalha, as palavras lhe faltavam, e talvez naquele silêncio colhia os frutos do laço sanguíneo insolúvel na fé de seus homens; àquelas três centenas que junto dele haviam sido tributados pela grande Albânia.

Após o eclipse dos pesares, na alvorada da vida, George havia encontrado o advento de suas maiores virtudes... Por muito não sábia, mas havia deixado naqueles homens os últimos traços de suas lembranças. Uma miríade autentica dos costumes balcânicos.

Forjado pela lealdade e temperado na sabedoria – todavia afiado e clavado no coração do império otomano. E não houve um na península balcânica que não houvesse consagrado o seu nome. George Kastrioti Skanderbeg, o Dragão da Albânia.