(garrafas originais atuais das marcas Anísio Santiago e Havana)


CACHAÇA HAVANA-ANÍSIO SANTIAGO
É OBJETO DE FALSIFICAÇÃO NA INTERNET



Produtor da famosa marca de Salinas preocupado com onda de falsificação, alerta consumidor
 
 
     O apreciador da legítima cachaça Havana-Anísio Santiago, declarada Patrimônio Cultural Imaterial de Salinas por meio de Decreto Municipal nº. 3.728/2006 e considerada uma das mais tradicionais marcas de cachaça artesanal do Brasil, deve ficar atento na hora de comprar a famosa bebida, principalmente na internet.
 

     Consumidores estão sendo enganados por pseudo vendedores (falsificadores) de cachaça Havana com preço inferior ao praticado pelo fabricante em Salinas. É fácil ver ofertas de cachaça Havana com preços de 100, 149, 159 reais, etc. Desconfie e não compre, pois se trata de garrafas falsificadas. Para ludibriar o consumidor, o falsificador vende garrafas com rótulos antigos sob alegação que se trata de coleção ou são compradas diretamente com o fabricante.

     Outro dia fiz um teste com um desses falsificadores e comprei duas garrafas "antigas" de Havana e mostrei ao fabricante que confirmou a falsificação. Depois aleguei com o pseudo vendedor que as garrafas enviadas não eram originais. O mesmo disse que eu não entendia de cachaça, que as mesmas eram de uma coleção e que eu estava tentando atrapalhar o negócio dele. Nem precisa dizer que não enviou a nota fiscal. 

     Aqui vai um alerta para o consumidor. Garrafas de Havana antigas e originais somente na mão de colecionadores sérios e valem um bom dinheiro. Nenhum colecionador sério venderia uma garrafa de Havana antiga por valor irrisório, muito menos em grande quantidade (isso é fantasia). Para se ter uma ideia, uma garrafa antiga original dos anos 70 ou 80, por exemplo, vale cerca de 800 reais ou mais. As mais antigas ainda, dos anos 60, valem mais de dois mil reais. Não se deixe enganar por ofertas mirabolantes. E, mais, outras marcas de cachaça também estão sendo falsificadas, principalmente as de Salinas. Em maio 2013 foi preso em Salinas um grande falsificador de cachaça (ver link: http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2013/05/12/internas_economia,386218/preso-acusado-de-ser-o-maior-falsificador-de-cachaca-de-minas.shtml).

     Outro alerta, o fabricante da cachaça Havana-Anísio Santiago (leia-se Indústria e Comércio de Aguardentes Menago Ltda.) não comercializa vende garrafas de Havana ou Anísio Santiago com rótulos antigos (os rótulos atuais são os das fotos acima). Osvaldo Santiago, filho de Anísio Santiago (1912-2002), atual responsável pela produção na fazenda Havana, diz que “está impressionado com a onda de falsificação das marcas Havana e Anísio Santiago na internet com preço inferior ao praticado na fábrica. O consumidor deve ficar atento. Todo cuidado é pouco.” Inconformado, diz, ainda, que “desde a década de 70, ainda na época do meu pai, convivemos com onda de falsificação da cachaça Havana. Com a internet, o controle está ficando difícil. Já recebi inúmeras garrafas falsificadas de consumidores lesados. Recomendo que o consumior vá à polícia e denuncie. Ao comprar exija a nota fiscal. Se não emitir, desconfie e não compre."
 

     Portanto, recomenda-se ao consumidor exigir nota fiscal do revendedor idôneo (cachaçarias e distribuidoras legalizadas e sérias) e, ainda, procurar saber a sua idoneidade. Osvaldo Santiago diz que providências estão sendo tomadas para combater a falsificação junto aos órgãos competentes (Receitas Estadual e Federal e Polícias Civil e Federal), mas que a participação do consumidor é importante nesse processo.

        Por ano são produzidos em média 15 mil litros de cachaça na fazenda Havana. É envelhecida cerca de 10 anos em dornas de bálsamo. Mas, no máximo, somente são vendidas cerca de dez mil garrafas de 600ml por ano para não comprometer a qualidade do produto. Portanto, a venda das marcas Anísio Santiago e Havana é extremamente restrita. Na fábrica, atualmente, uma garrafa da marca Anísio Santiago custa 120 reais e uma garrafa da marca Havana custa 250 reais. Em média, as mesmas são revendidas no mercado (por cachaçarias e distribuidoras legais) para o consumidor final ao preço de 250 reais (marca Anísio Santiago) e 400 reais (marca Havana). Osvaldo Santiago diz que “temos poucos estabelecimentos comerciais cativos que revendem nossas duas marcas. Já para o consumidor final, vendemos diretamente poucas garrafas. Produzimos pouco e vendemos pouco. Não abrimos mão da qualidade em hipótese alguma”.
 

     Em julho de 2012, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) deferiu a Indicação de Procedência (IP) para a cachaça produzida na região de Salinas. As marcas da região passam ser protegidas pela Indicação de Procedência. Assim, a Associação de Produtores Artesanais da Cachaça de Salinas (APACS), entidade representativa dos produtores, tem a partir de agora, competência legal para fiscalizar e coibir, administrativamente, a falsificação das marcas da região de Salinas associadas, inclusive contra aqueles produtores de outras regiões que usam Salinas como origem de suas marcas, mas que na verdade não são ali produzidas.

     Finalizando, o consumidor que se sentir lesado por falsificações de marcas de cachaça de Salinas pode fazer denúncia junto à APACS pelo telefone nº. (38) 3841-3431 e, também, nas Polícias Civil e Federal e Receitas Estadual e Federal. Vender produto falsificado é crime. Ao comprar, exija sempre a nota fiscal.
 


 
 
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Autor do texto:
Roberto Carlos Morais Santiago
Enviado por Roberto Carlos Morais Santiago em 20/08/2012
Reeditado em 09/07/2013
Código do texto: T3839980
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