CARROSSEL - SBT - 2012

CARROSSEL

O SUCESSO “CARROSSEL”

A critica mais bonitinha que achei da novela foi essa:

"DNA mexicano do SBT explica o sucesso de "Carrossel"

Mauricio Stycer - Crítico do UOL

Emissora mais feliz do Brasil, como reza o seu slogan, o SBT é também a mais “mexicana” de todas. Para o bem e para o mal, este espírito alegre, mas anacrônico, está inscrito no DNA da TV inaugurada em 1981.

Não falo apenas das quase 90 novelas da Televisa, do “Chaves” e do “Chapolin Colorado”, que desde o início abrilhantam a sua programação. As grandes atrações da história do SBT, desde Silvio Santos a Gugu Liberato, de Hebe Camargo e Ratinho à “Praça É Nossa”, transmitem esta sensação – a de uma emissora realmente feliz, mas deslocada no tempo.

A estreia – e o baita sucesso – da nova versão de “Carrossel”, agora realizada pelo próprio SBT, apenas confirmam o acerto de insistir nesta fórmula. Parece claro que há não apenas público, mas mercado interessados num tipo de programação mais simples, sem o mesmo acabamento oferecido pela concorrência e que produz o efeito de deslocar o espectador no tempo.

“Carrossel” é uma novela infantil, protagonizada por crianças para crianças, mas é irresistível para adultos por conta desta combinação típica que o DNA mexicano do SBT sabe fazer.

Em primeiro lugar, o texto da novela. Não há espaço para ironia, insinuação ou sutileza na fala dos personagens. Tudo é simples e direto, de maneira a não deixar dúvidas na cabeça de ninguém.

“Acredita que tem um menino negro na minha sala!”, diz, por exemplo, Maria Joaquina, a “patricinha” de “Carrossel” para o pai. Antes, Cirilo havia reclamado: “Acho que ela não gosta de mim porque eu sou negro. Acho que ela me trata mal também porque o pai dela é médico e o meu é apenas carpinteiro”.

Em segundo lugar, creio que muito do sucesso de “Carrossel” está ligado ao “talento” do elenco infantil. Eles transmitem um misto de despreparo com vontade de agradar que torna tudo muito saboroso. Parecem, às vezes, robozinhos mexendo os braços e falando frases engraçadas sem que estejam, de fato, entendendo o que dizem.

O elenco adulto ainda procura encontrar o tom ideal para contracenar com as crianças. Rosanne Mulholland, como a professora Helena, embarcou numa linha Branca de Neve de meiguice, que costuma funcionar. Noemi Gerbelli, como a diretora Olívia, parece estar no “Castelo Rá-Tim-Bum” e Ilana Kaplan ainda está contida como a professora Matilde.

A cenografia da Escola Mundial, onde se passa a principal parte da ação, lembra a de um programa de auditório infantil. Muito colorido, com uma árvore incrivelmente artificial no meio do pátio, o ambiente combina perfeitamente com o tom geral da novela. Já a trilha sonora, excelente, chega ate a destoar.

“Carrossel”, enfim, reafirma a vocação do SBT, insuperável no jeito mexicano de fazer televisão no Brasil."

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A novela do SBT Carrossel é um enorme sucesso... lá em casa... e na vizinhança.

Assim como fazemos, escutamos as crianças das outras casas gritando apavoradas: Vai começar o Carrossel.

Assim como disse o Mauricio Stycer (acima), o estilo direto é um atrativo muito gostoso. As novelas da Globo ficaram muito profissionais e cheias de subterfúgios e meias-verdades e pensamentos escusos, com seus vilões obscuros e cada vez mais complicados. Eu já havia perdido o gosto de assistir as novelas da Globo, por alguns motivos.

Primeiro, a Globo trata o Evangélico, o Cristão, o Crente, como idiota. Eu sou crente, cristão, evangélico, praticante e não fico dando surto como aparecem os crentes neuróticos da dita TV. A revista Veja dessa semana diz que os evangélicos já perfazem 22% dos brasileiros. É gente pra dedéu, para a Globo nos tratar como idiotas.

Segundo lugar, e de novo religião, A Globo é declaradamente espírita, o que para nós é campo minado. O Espiritismo e o Cristianismo são opostos. E a Globo só faz novelas espíritas.

A novela Carrossel é cristã, como vemos em muitas falas e atitudes, como a do Cirilo ajoelhando-se ao lado da mãe para orar, antes de dormir.

Em terceiro lugar a Globo faz novelas altamente eróticas. Tem muita gente que tem religião – qualquer uma -, e um montarél de outros, que não tem, e que não gostam dessa exposição sexual explicita, num programa que deveria ser para toda a família brasileira. Eu, asumidamente, não tenho coragem de assistir nenhuma novela da Globo, com a minha mãe, ou com minhas filhas (9 e 5 anos). E não teria coragem de chamar nenhuma das minha cunhadas – algumas trato como se fossem minhas irmãs – para assistir a Gabriela, por exemplo. Aliás, a novela das 9 da Globo, independente de qual seja, está proibida em casa. Um homem chamando uma mulher, para assistir a novela das 9 na Globo, é tido como alguém com segundas intenções, devido à perversão que essas novelas andam assumindo. Big Brother, então, nem precisa falar.

E por falar nisso, A Mulher Invisível, que assistimos em DVD, toda a família, num domingo à tarde, à hora do almoço, foi comemorada por todos, quando disseram que viraria uma série a passar durante a semana. Numa certa noite, vamos lá, a estréia, as crianças aguardando ansiosas, e decepcionado, tive que proibi-lás de continuar assistindo. Isso com 15 minutos de exibição. Que pena!

A TV brasileira está perdendo o costume de fazer coisa boa para toda a família. O Didi, aos domingos, está ridículo. As piadas estão sem graça e a trupe, acho que já passou da hora de mudar. Acho até que o formato do programa é que está ruim. Já pensaram em mudar o diretor? Ou já pensaram no programa do Didi, sem o Didi? Ele também, já está muito do mesmo, né, gente? Ou ninguém notou isso? O Faustão é um ridículo faz tempo. O Gugu é outro. O que salva o Raul Gil é que eles conseguem achar gente que canta de verdade, senão é mais um arriscado a voar também. Agora vou chegar aonde eu queria chegar nesse parágrafo: Na Praça é Nossa. Estão alardeando 25 anos de A Praça é Nossa, mas a que custo? Cada vez mais, um programa que passava às tardes de domingo, está sendo jogado para as madrugadas da vida, devido às suas, cada vez mais, infames piadas grosseiras. Esse, já foi um programa bom um dia, hoje é mais um rotulado como proibido para crianças, ou qualquer pessoa de bom senso. A programação brasileira erotizou de vez? Esculhambaram a TV, é isso? E a Globo encabeça a esculhambação, digna dos autos dignatários de Brasília em seus programas de luta livre nas Câmaras da Vida, ao vivo?

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Carrossel.

Carrossel é infantil mesmo, é criança com problemas de criança, se resolvendo entre si os seus probleminhas. Minhas meninas adoram e as outras crianças da vizinhança também.

Sem adultos esquizofrênicos, ou com problemas adultos em pauta, o mais chocante que faz é o negro Cirilo, um amor de criança, achar que a sua musa: Maria Joaquina, não gosta dele por causa disso mesmo, ele é negro. Sem frescura e sem segundas intenções, um deles outro disse que tinha batido a bunda no chão, quando caiu. Ninguém achou nada demais naquela cena, ou fala.

Enquanto isso Rebelde, com sua trama, aparentemente infantilizada – e boba - com garotos e meninas, com falas ridículas, que ora parecem robozinhos bate-pronto, incomoda por alguns fatores. Um deles são as saias das garotas. As meninas são um muste para os marmanjos. Eu adoro ver aquele mulherio bonito, com suas perninhas de fora, nas mini-saias, cada vez mais minis. Um dos problemas, aliás, é esse mesmo. A professora de Carrossel, por outro lado, usa uma saia – ela só usa saia, até em casa -, que vai até o joelho, algumas vezes o ultrapassando. Suas blusas são totalmente recatadas e ainda assim, ela mostra toda a sensualidade em um papel assexuado. As Rebeldes, por outro lado, não se entende bem a que vieram, com aquela vestimenta toda. A apelação é tão grande ali - na novela do Bispo, não se esqueça heim? -, que de vez em quando aparece um daqueles garotos com pouca roupa. Rebeldes fala o que afinal? leva o seu publico de onde pra onde, mesmo? É lógico que enquanto isso a gente vai se deleitando com as perninhas das meninas, que é o que interessa mesmo ali – e só também! Que coisa não? Um novela que tem como atrativo maior, se não o único, as menininhas de mini-saia.

Carrossel tem história simples, tem diálogo simples, tem tramas simples, feita pra gente simples, não tem apelação, é moral e claramente cristã. Uai, tem gente que ainda não entendeu porque faz sucesso?

PAULO SERGIO LARIOS

pslarios
Enviado por pslarios em 01/08/2012
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