O MAIS BELO CONJUNTO COLONIAL
Revisita cultural a São Luís
Sérgio Martins Pandolfo*
Semana passada tivemos a oportunidade de revisitar a bela São Luís, capital do vizinho estado do Maranhão, à nossa ilharga, a participar, na qualidade de Vice-Presidente da Federação Brasileira de Academias de Medicina - FBAM para a Região Norte 2 (engloba os estados do Pará, Amapá e Tocantins) e membro Titular da Academia de Medicina do Pará, do XIV Conclave da FBAM (4 a 7/7/12), evento esse que se efetivou em simultâneo com o I Congresso Maranhense de Medicina, XXI Congresso Minas-Brasil de Cirurgia e a Reunião Ordinária dos Secretários Estaduais de Saúde da Região, atividades congressuais todas auspiciadas pelo governo do Estado do Maranhão, numa realização da Secretaria de Estado de Saúde como parte das comemorações dos 400 anos de fundação da capital do Estado, efetivadas, dentro do mais alto nível científico, no moderno e funcional Centro de Convenções “Pedro Neiva de Santana”, reunindo especialistas e representantes renomados das várias áreas da medicina de todo o País, contando, inclusive com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Fazia já algum tempo que não íamos a São Luís que, como já referido acima, estará completando, no próximo dia 8 de setembro, quatro séculos de criação, sendo a única cidade brasileira fundada pelos franceses. Uma tropa de cerca de 600 homens, sob o comando de Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière, chegou em 1612 para realizar o sonho francês de instalar na região dos trópicos a França Equinocial, logo erigindo um forte a que deram o nome de Saint Louis, em homenagem ao príncipe Luís XIV e ao rei de então Luís XIII, aliando-se aos índios tupinambás.
O sonho teve duração efêmera, eis que dois anos depois tropas portuguesas sob o comando de Alexandre de Moura, vindas do Recife, derrotaram os franceses que se renderam incondicionalmente, expulsando-os, sendo nomeado o valente luso Jerônimo de Albuquerque para comandar a cidade. Cumpre pôr relevo que nas lutas travadas entre francos e lusos o médico cirurgião da expedição de La Ravardière, Thomas de Lastre, cumprindo ditames superiores da doutrina hipocrática prestou assistência aos combatentes lusitanos feridos na contenda, entre eles incluído um filho de Jerônimo de Albuquerque, a pôr de manifesto a sublimidade do labor médico, assistindo a quem dele precise sem olhar condições outras. Isso logo leva a intuir que a Medicina no Maranhão está também a completar 400 anos.
São Luís veio a sofrer uma segunda invasão, esta agora de holandeses, por volta de 1641, a ampliar o domínio batavo que já se fizera sentir em Salvador, Recife e Olinda. A cidade toda foi saqueada, igrejas e templos pilhados e roubada toda a produção de açúcar estocada, eis que visavam à posse e ampliação da indústria açucareira na região, situação que perdurou até 1644, com muitas mortes, de ambos os lados, até o conseguimento da expulsão dos intrusos. Após essas refregas todas São Luís seguiu sob domínio português, o verdadeiro colonizador e edificador da cidade, que possui um dos mais belos, distinguidos e apreciados conjuntos de edificação colonial, a ponto de ter merecido de Simão Estácio da Silveira, nos primevos tempos da colonização, este mimo frasal: “De todas as terras conquistadas pelos portugueses, a melhor é o Brasil, e o Maranhão é o Brasil melhor”. Bem mais recentemente, aos 6 de dezembro de 1997, São Luís veio a merecer da Unesco o reconhecimento de Patrimônio da Humanidade, tendo em conta que “O centro histórico de São Luís do Maranhão é um exemplo excepcional de cidade colonial portuguesa adaptada às condições climáticas da América do Sul equatorial e que tem conservado dentro de notáveis proporções o tecido urbano harmoniosamente integrado ao ambiente que o cerca”.
São Luís é famosa assim por seus casarões amplicentenários d’azulejos e cantaria de lioz, mas também, saindo do centro antigo, como urbe moderna e bem arquitetada, com amplas avenidas e encantadoras praias que contornam seu bordo litorâneo.
Na foto ao alto, de Luiz Gonzaga Barreto, a caravana de presidentes e vice-presidentes regionais que participaram do XIV Conclave da FBAM em São Luís - MA
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*Médico e escritor. ABRAMES/SOBRAMES
sergio.serpan@gmail.com - serpan@amazon.com.br
www.sergiopandolfo.com
Revisita cultural a São Luís
Sérgio Martins Pandolfo*
Semana passada tivemos a oportunidade de revisitar a bela São Luís, capital do vizinho estado do Maranhão, à nossa ilharga, a participar, na qualidade de Vice-Presidente da Federação Brasileira de Academias de Medicina - FBAM para a Região Norte 2 (engloba os estados do Pará, Amapá e Tocantins) e membro Titular da Academia de Medicina do Pará, do XIV Conclave da FBAM (4 a 7/7/12), evento esse que se efetivou em simultâneo com o I Congresso Maranhense de Medicina, XXI Congresso Minas-Brasil de Cirurgia e a Reunião Ordinária dos Secretários Estaduais de Saúde da Região, atividades congressuais todas auspiciadas pelo governo do Estado do Maranhão, numa realização da Secretaria de Estado de Saúde como parte das comemorações dos 400 anos de fundação da capital do Estado, efetivadas, dentro do mais alto nível científico, no moderno e funcional Centro de Convenções “Pedro Neiva de Santana”, reunindo especialistas e representantes renomados das várias áreas da medicina de todo o País, contando, inclusive com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Fazia já algum tempo que não íamos a São Luís que, como já referido acima, estará completando, no próximo dia 8 de setembro, quatro séculos de criação, sendo a única cidade brasileira fundada pelos franceses. Uma tropa de cerca de 600 homens, sob o comando de Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière, chegou em 1612 para realizar o sonho francês de instalar na região dos trópicos a França Equinocial, logo erigindo um forte a que deram o nome de Saint Louis, em homenagem ao príncipe Luís XIV e ao rei de então Luís XIII, aliando-se aos índios tupinambás.
O sonho teve duração efêmera, eis que dois anos depois tropas portuguesas sob o comando de Alexandre de Moura, vindas do Recife, derrotaram os franceses que se renderam incondicionalmente, expulsando-os, sendo nomeado o valente luso Jerônimo de Albuquerque para comandar a cidade. Cumpre pôr relevo que nas lutas travadas entre francos e lusos o médico cirurgião da expedição de La Ravardière, Thomas de Lastre, cumprindo ditames superiores da doutrina hipocrática prestou assistência aos combatentes lusitanos feridos na contenda, entre eles incluído um filho de Jerônimo de Albuquerque, a pôr de manifesto a sublimidade do labor médico, assistindo a quem dele precise sem olhar condições outras. Isso logo leva a intuir que a Medicina no Maranhão está também a completar 400 anos.
São Luís veio a sofrer uma segunda invasão, esta agora de holandeses, por volta de 1641, a ampliar o domínio batavo que já se fizera sentir em Salvador, Recife e Olinda. A cidade toda foi saqueada, igrejas e templos pilhados e roubada toda a produção de açúcar estocada, eis que visavam à posse e ampliação da indústria açucareira na região, situação que perdurou até 1644, com muitas mortes, de ambos os lados, até o conseguimento da expulsão dos intrusos. Após essas refregas todas São Luís seguiu sob domínio português, o verdadeiro colonizador e edificador da cidade, que possui um dos mais belos, distinguidos e apreciados conjuntos de edificação colonial, a ponto de ter merecido de Simão Estácio da Silveira, nos primevos tempos da colonização, este mimo frasal: “De todas as terras conquistadas pelos portugueses, a melhor é o Brasil, e o Maranhão é o Brasil melhor”. Bem mais recentemente, aos 6 de dezembro de 1997, São Luís veio a merecer da Unesco o reconhecimento de Patrimônio da Humanidade, tendo em conta que “O centro histórico de São Luís do Maranhão é um exemplo excepcional de cidade colonial portuguesa adaptada às condições climáticas da América do Sul equatorial e que tem conservado dentro de notáveis proporções o tecido urbano harmoniosamente integrado ao ambiente que o cerca”.
São Luís é famosa assim por seus casarões amplicentenários d’azulejos e cantaria de lioz, mas também, saindo do centro antigo, como urbe moderna e bem arquitetada, com amplas avenidas e encantadoras praias que contornam seu bordo litorâneo.
Na foto ao alto, de Luiz Gonzaga Barreto, a caravana de presidentes e vice-presidentes regionais que participaram do XIV Conclave da FBAM em São Luís - MA
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*Médico e escritor. ABRAMES/SOBRAMES
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