A PROIBIÇÃO DA PAQUERA

                 Durval Carvalhal




          O Partido Socialista Brasileiro, até por definição, é amante da liberdade. Vale evocar a máxima de Mangabeira: “Não há socialismo sem democracia, como não há democracia sem socialismo”.
          Fui delegado do PSB no seu lº Congresso Nacional, em Brasília, nos idos de 1988, e vibrei com os ideais de liberdade impregnados na cultura partidária.
          Começou no Rio de Janeiro com o deputado Carlos Minc, e agora é a vez da Bahia, através do Sr. Tarcízio Pimenta perder tempo com o inusitado lengalenga de se proibir a paquera no serviço público.
          Lembra o filósofo Will Durant que o prazer do homem é paquerar a mulher e o prazer da mulher é ser paquerada pelo homem. Elas próprias sentenciam: “a iniciativa é DELES”.
          É natural, cultural e chique, Senhor Deputado, o homem galantear. “Às mulheres, agrada sempre a corte amorosa”, diz o poeta Melo Nóbrega. Está também no Aurélio: “Fazer a corte é procurar agradar alguém ou conquistar-lhe o amor”.
          Ora! O Brasil é um país problemático. Aqui, falta de tudo: da educação à comida; da moradia à saúde; do trabalho à segurança, e é profundamente lamentável que o nobre deputado do PSB use seu precioso tempo e sua grande inteligência para negar o óbvio, ou seja, que a cantada é deferência e homenagem à mulher... A não ser para quem não lhe reconheça graça e beleza.

Junho de 1996

 
Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 26/06/2012
Reeditado em 29/06/2012
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