Anhanguera, o Bandeirante
O FUNDADOR DE GOIÂNIA
QUERIAM DERRUBAR A ESTÁTUA DO BANDEIRANTE ANHANGUERA AQUI EM GOIÂNIA.
Concordo até que se fosse uma estátua de um santo e dentro do raciocínio que vivemos em um Estado laico, nada de simbologia. Mas no caso, o assunto principal é a estatua de Pedro Ludovico, fundador de Goiânia e o fórum do DM Goiânia, pergunta onde ela deve ficar. A opinião da maioria é que ela deva e merece ocupar um espaço em frente ao palácio do governo.
No entanto, um dos participantes diz que ela deveria ocupar o lugar do Bandeirante Anhanguera, que segundo ele, é a estátua do maior ladrão e assassino, que já saiu de São Paulo, para estuprar, roubar e explorar o povo Goiano.
Ora, não é bem assim:
O valoroso, valente, heróico Bandeirante Anhanguera, saiu de São Paulo sabendo dos riscos que corria contra doenças tipo malária, febre amarela, avançou cortando matas densas, sem ter certeza que voltaria pra casa e aqui, uma meia dúzia de índios vitimas de uma ação colonizadora cruel, mas necessária, pois o mundo tinha que ir pra frente. Portugueses, Espanhóis, Ingleses, Franceses, já sabiam naquele tempo que o mundo seria ridículo 500 anos depois se ainda vivesse da caça e da pesca e vivendo de fabricação caseira de colares e tendo como folclore apenas caras pintadas olhando pra lua ou executando a dança da chuva. Eles chegaram aqui com suas embarcações “modernas”, com suas roupas de cetim, botinas de couro, espelhos, pergaminhos, canetas, tintas, livros, enfim muita coisa que a Europa já conhecia naquele tempo.
Meu Deus; acho que tenho que parar de escrever bobagens, estou ficando preconceituoso. Pra resumir minha gente, se não fosse Anhanguera ou gente como ele, nosso País o Brasil, seria do tamanho que os babacas comedores de hambúrgueres, desenham lá no País de Obama, onde a Amazônia é uma região sem bandeira. Eles, os bandeirantes ampliaram pelo que sei, nossas fronteiras e diminuíram o tamanho de países fronteiriços ao longo do Pacifico, se considerarmos a expansão ocorrida com o desrespeito ao tratado de Tordesilhas.
De qualquer forma, para fazer uma brincadeira, melhor todos nós começarmos a pensar em retirar de nossos álbuns de fotografia antigos, as fotos de nossos avôs, bisavós porque todos eles batiam em nossas vovós e bisavós. Batiam não, espancavam, pois bater em mulher naquele tempo era moda e é bom lembrar que todos os livros de história nesse ponto, não mentem, elas sequer podiam votar. Sem falar na crueldade, nos grilhões, pelourinhos e os assédios sexuais com as escravas.
Que bobagem, parece que o cara que odeia os Bandeirantes, não leu isso ou não está se importando com a verdade que é mais cruel e abrangente, preferindo sujar a imagem de nosso valente Bandeirante que afinal, apenas viveu intensamente a cultura daquele tempo.
E afinal, se for por esse lado, temos aqui uma avenida chamada Castelo Branco que foi a partir de 64, aquele que iniciou o assalto ao poder e como militar mandou os policiais do exército descer o cassetete em quem resistisse à tomada que somente terminaria em 1985, e contrariando a vontade do povo de Goiás que o elegeu nas urnas, exatamente o filho de Pedro Ludovico, o nosso não menos estimado Mauro Borges.
Querem saber: Deixem o destemido bandeirante, dormir o sono da paz, da justa homenagem, pois ele, como todos os nossos antepassados Portugueses, foram feras, foram descobridores, foram exploradores de riquezas adormecidas e rasgaram os mares a procura de riquezas de outras terras, de novos horizontes. Somos o que somos hoje, graças à gente assim. Porque é que ficamos gastando tempo com a violência de 150, 200 anos atrás, quando hoje a maldita droga pode estar presente, do nosso lado, dentro do nosso lar e de repente morremos assassinados pelo próprio filho.
Todos os nossos antepassados naquele tempo eram violentos ou tomavam decisões a seu próprio juízo, pois não existiam leis e as poucas que existiam eram difíceis de serem aplicadas. Os Portugueses há 500 anos massacraram índios covardemente, os Espanhóis também, os Franceses foram cruéis, os Irlandeses que ocuparam a America do Norte deram o pior exemplo e foram mais cruéis que os Espanhóis no México.
É a história. É fato. É cultural. Não adianta auto-flagelo e demagogia de gente que até hoje sofre pelos índios e quer remexer no passado distante a troco de nada. O passado distante, teve utilidade sim, para que pudéssemos evoluir e ser o que somos hoje,
O Brasil hoje seria pouco mais de um terço do que é hoje, e talvez Brasilia, dentro do principio que norteou a centralização do poder, nem existisse e assim Goiânia por tabela, não seria a belissima capital que é hoje e Goiaz Velho, nem pensar. Portanto, a ação desses valorosos bandeirantes tem seus méritos e demeritos, mas se pesarmos na balança do tempo, ainda bem que eles existiram, pois não seriamos a potencia geográfica que somos hoje e porque não dizer economica. Somos indubitavelmente, um documentário vivo e vibrante da história de Portugal e somos queiramos ou não uma extensão daquele país nas Americas.