(ALA) do Território da Bacia do Rio Corrente, a Academia de Artes e Letras do Sertão Baiano

PRÓLOGO

Sonho é o que se sonha só;! Sonho é o que se sonha só! Mas sonho sonho que se sonha junto é realidade! ( Versos de uma música de Raul Seixas) Aí está mais um marco da nossa região! Primeiro, a Biblioteca Campesina que foi um sonho de alguém, que, sonhando junto com outro, trasnformou-se em uma realidade espetacular para Santa Maria da Vitória. Alguns abnegados levaram aidante, ou melhor, levam adiante a arte fantástica do Mestre Guarany; Outros passam adiante a cultura das letras e da educação; Outros militam na questão ecológica do nosso Gerais e ma preservação da bacia do Corrente, no Oeste Baiano. A partir de Osório Alves de Castro, Osias, Clodomir Morais,Jheová de Carvalho, Novais Neto,Agunelo e tantos outros, Santa Maria da Vitória tem em suas fileiras, hoje, um arsenal de ideias de velhos novos e jovens talentos nas letras e nas artes, e a fundação desta Academia de Artes e Letras ou de Letras e artes, não importa a sequência, é um marco verdadeirao fincado em uma região tão rica de histórias que precisam sair do anonimato . É como as palavras,que ,quando despertadas se transformam em literatura, saindo da metalinguagem diretamente para as funções diversas da linguagem.As Histórias de Santa Maria preisam sair do adormecimento para , acordando para a posteridade. E através delas, se chegar à literatura, que é a verdadeira Histoória da humanidade. Sei que um dia terei a felicidade de visitar essa Academia e poder abraçar os seus grandes artistas e escritores.

PABÉNS OESTE BAIANO!

PARABÉNS IDEALIZADORES DESTE GRANEDE MARCO.

PARABÉNS ACADÊMICOS

Joãozinho de Dona Rosa

A Academia de Letras e Artes

(ALA) do Território da Bacia do Rio Corrente

SANTA MARIA DA VITÓRIA

Com grande participação popular na sede da Filarmônica “6 de Outubro”, em Santa Maria da Vitória, Bahia, Oeste, foi realizada a cerimônia de fundação da Academia de Letras e Artes do Território da Bacia do Rio Corrente, que abrange 11 municípios do Oeste Baiano.

Entre os principais propósitos da fundação da ALA estão:

Resgatar os valores intelectuais e artísticos dos antepassados mais expressivos da Região; Por em evidência as figuras, os esforços e as potencialidades da área, com que eles desenvolveram econômico e socialmente as respectivas, e diversificadas culturas; Estimular pesquisas e estudos sócio econômicos e culturais; Entrelaçar os intelectuais e artistas de forma sistemática e orgânica para realizar esforços coletivos de pesquisas arqueológicas, a fim de reconstruir o antigo Porto da Lavandeira, vizinho ao Morro do Domingão o seu supostamente correntinense povoado construído (com alicerces de rochas, pelo coronel Severiano Magalhães e, destruído, pedra por pedra, posteriormente pelos Affonsos de Santa Maria da Vitória; pesquisas espeleográficas da mais extensa gruta (dose quilômetros contínuos) do Oeste baiano que serve ao tumultuado leito do riacho de São Pedro (Santa Maria da Vitória) ao porto de Canabrava (Santana); Identificar e elaborar projetos turísticos de aproveitamento das belezas naturais das cachoeiras do Rio Formoso, Rio Arrojado, Rio das Éguas, Rio do Vau e as belezas e canoísmo da Pedreira do Canta Galo.

Na impossibilidade de reunir todos os membros que ocuparão as 40 Cadeiras da ALA, dado a grande extensão do seu território dos 11 Municípios que o compõem, a solenidade foi realizada no maior núcleo urbano da área formado por duas cidades gêmeas: Santa Maria da Vitória e São Félix do Coribe.

O evento foi presidido pelo Prefeito de Santa Maria da Vitória e conduzido pelo Sociólogo e Escritor Clodomir Morais que, aos 20 anos de idade, em 1949, ingressou na Academia de Letras da Cidade de São Paulo.

1- A Cadeira número 1 tem como patrono Raymundo Sales, de Correntina, fundador do quinzenário Jornal BATUTA, em 1926 e está ocupada por outro correntinense, ALDEGUNDES CASTRO, famoso longevo autodidata com cento e nove anos de idade, assíduo leitor da vizinha BIBLIOTECA A CAMPESINA.

De fato, na primeira edição de BATUTA se anuncia que “o jovem Aldegundes Castro viajará no vapor Saldanha Marinho do Porto de Santa Maria da Vitória ao Porto de Juazeiro registrando notícias e fazendo assinaturas do BATUTA.

2- O patrono da Cadeira número 2 lhe toca ao primeiro escritor santamariense, Isidoro Affonso (ZIDORIM) que escreveu as crônicas da Missão Religiosa do povoado Brejo do Espírito Santo, no comecinho do século XX. Foi indicado para ocupar esta Cadeira o Documentarista Hermes Almeida Neto, fundador dos “Achados de Hermes”.

3- O patrono da Cadeira 3 é Pedro Coelho de Maria, fundador do Mensário tablóide TRIBUNA DO POVO, empastelado, em 1932, pela Polícia Militar da Bahia, dado sua orientação oposicionista ao interventor Juraci Magalhães e partidária da Revolução Constitucionalista de São Paulo.

Dita Cadeira foi atribuída ao Jornalista e Coordenador Municipal de Cultura Joaquim Lisboa Neto, criador do combativo jornal mimeografado “O POSSEIRO”, de caráter autogestionário, que em 1979, no Congresso Continental de Autogestão, realizado em Costa Rica, o levou ao posto de diretor de ALA – Associação Latino Americana de Autogestão, com sede em Lima, no Peru.

4- O escritor santamariense Osório Alves de Castro é o fundador da Cadeira número 4 da Academia de Letras e Artes do Território da Bacia do Rio Corrente.

Alfaiate, barqueiro e escritor romancista autor do livro PORTO CALENDÁRIO, escrito no “dialecto do urucuia”, em linguagem do português seiscentista que ficou aqui isolado entre o rio São Francisco e as Fronteiras do Piauí, Goiás e Minas Gerais.

Osório Alves de Castro convenceu a seu amigo e correligionário (João Guimarães Rosa, autor do famoso livro GRANDE SERTÃO, VEREDAS) resgatar esse dialecto mediante longa pesquisa de gravações em vários municípios do Oeste Baiano. Esse livro garantiu, o ingresso na Academia Brasileira de Letras, uma Cadeira para Guimarães Rosa.

Na correspondência entre Guimarães Rosa e Osório Alves de Castro aparece uma carta daquele romancista mineiro, de Cordisburgo, agradecendo-lhe a sua colaboração junto aos seus camaradas do Leste Europeu no sentido de traduzir para os idiomas eslavos (polaco, checoslovaco, búlgaro e ucraniano) o seu GRANDE SERTÃO, VEREDAS.

O herdeiro dessa Cadeira é o conhecido jornalista Antonio Fernandes de Oliveira, (Caôfo) e destacado professor de História e Filosofia do Colégio Santamariense.

Ao tempo em que foi redator do jornal “O CORRENTE”, esse professor fez magníficas edições sobre o papel do “Iluminismo” e da Revolução Francesa na transformação da Europa Napoleônica e das Repúblicas recém independentes da América Latina.

5- O patrono da Cadeira número 5 coube ao mais famoso carranqueiro do Oeste Baiano, Francisco Biquiba de Lafuente Guarany, conhecido nacional e internacionalmente, cujo méritos, não ficaram tão somente na escultura de carrancas.

Ele foi principalmente o nosso “Leonardo da Vinci”, polifacético construtor de Lapinha, ou presépio, em que várias figuras se moviam, (inclusive toda uma procissão de pastores), mediante engrenagens mecânicas especiais.

Guarany fabricou velocípede e bicicleta de madeira capazes de atravessar o areião da Praça da Matriz; foi, ademais, funcionário do Ministério da Saúde pára realizar Biopsia do Baço de controle de epidemias rurais.

Como se fosse pouco, o governo estadual o remunerava pelo controle diário do meio ambiente, seja na leitura dos instrumentos que media a umidade relativa do ar; as precipitações pluviométricas (chuvas) e os níveis das águas do Rio Corrente.

Ele foi, além disso tudo, Juiz de Paz, vidraceiro e Vice-Presidente local da Sociedade de Trabalhadores Rurais e Urbanos de Santa Maria da Vitória. O primeiro herdeiro dessa cadeira é o conhecido carranqueiro e intelectual Junior Guarany que guarda a tradição cultural da família.

6- O patrono da Cadeira número 6 é o exímio alfaiate Antonio Carvalho, príncipe das confecções masculina dessa Região. Este foi também o introdutor em Santa Maria da Vitória do “foot-ball association”, na década dos vinte. Sua irmã, Rosa Carvalho Cruz, o sucedeu já como especialista em confecções femininas.

7- A renomada Professora Rosa Magalhães é a patrona da Cadeira número 7, a qual foi diplomada em Caetité na década dos 20 e fundou na Bacia do Rio Corrente a sua escola de alunos externos de Santa Maria da Vitória e com internato para alunos de Correntina, Cocos e Coribe.

Dona Rosa faleceu com mais de 90 anos depois de realizar seu grande sonho, o de construir e dirigir o amplo colégio do bairro proletário da Mancambira para centenas de adolescentes pobres. O atual ocupante da Cadeira 7 é o seu ex-aluno Manoel de Assis, poeta de grande êxito no Estado do Amazonas onde atualmente mora.

8- A Cadeira número 8 tem como patrona a professora Caledônia de Melo, titulada em Salvador na década dos 20; casada com o alto comerciante Adolfo de Melo que possuía um automóvel. Ela anualmente visitava a Capital Baiana e quando regressava de vapor, descia aqui no porto vestida a rigor com chapéu, véu e luvas. Ocupa a sua Cadeira a Dra. Rosineiva Maia, pedagoga e especialista em Administração e Marketing.

9- A professora Zizi (Maria de Lima Athaide) é a patrona da Cadeira número 9. Formou-se no colégio Santa Eufrásia de Barra do Rio Grande na década dos 30.

Dita Cadeira é ocupada agora pela professora Angélica Rodrigues, sacoleira fundadora do Instituto de Educação Funcional-IEF, que esteve no Panamá com uma bolsa de estudo do ICI – Instituto Cooperativista Inter- Americano. A professora Angélica é a fundadora e administradora da Biblioteca do mártir “Eugênio Lira” do bairro do Malvão.

10 - O patrono da Cadeira 10 dessa Academia de Letras e Arte é Jesuino Lima, mais conhecido por Jesuino Fotógrafo, que pontificou durante mais de meio século com a fama de o melhor retratista da área.

Com efeito, na carência de filmes, Jesuino dominava a primitiva técnica (quase alquimista) da produção de matérias primas para a feitura da “chapa” inventada pelo francês NIEPCE e aperfeiçoada pelo seu compatriota DAGUERRE na segunda década do século XIX.

O primeiro ocupante dessa Cadeira número 10 é o publicitário, fotógrafo moderno, Marco Athayde, proprietário do periódico JORNAL COMÉRCIOHOJE de Santa Maria da Vitória e representante da bimestral “REVISTA A”, de Barreiras.

11 – A professora Valentina Teixeira é a patrona da Cadeira 11 e quem vai ocupá-la é a escritora Silvani Barbosa Ribeiro Teixeira, com suas lindas 350 páginas do seu livro A RODA DA VIDA em prosa e versos.

12 - A Cadeira 12 da Academia de Letras e Artes tem como patrono o musicista LAURO SOBRAL que regeu a Filarmônica 6 de Outubro e o Jazz Bagaceira. Ele foi considerado o pedagogo da “ARTINHA”, manual de combinação de sons, escrito em português por seu autor em manuscrito no século XIX e também, os manuscritos das gerações de aprendizes, trazidos até nossos dias.

O ocupante dessa Cadeira é o Maestro Nelson da Silva Neves, que aceitou o desafio de ressuscitar a Filarmônica 6 de Outubro criada pelo coronel Bruno Martins da Cruz em 1908.

13 - A 13ª Cadeira da ALA tem como patrono o escritor Édison Soares França, o Psicossocial “cabloco” de “geração espontânea”, sem jamais ter passado, pelo menos em frente de alguma faculdade de sociologia ou de Psicologia Social.

No entanto, sua inteligência e larga experiência de vida lhe garantiram a visão satírica de lince com que soube “assuntar” bem “OS ARTESÃOS DE SANTA MARIA DA VITÓRIA”. Sua filha comerciante Marilene Marques França, formada em Belo Horizonte, é quem ocupará a Cadeira 13 da Academia de Letras e Artes da Bacia do Corrente.

14 - O patrono da 14aª Cadeira é Antonio Coimbra, exímio ferreiro que construiu (em parceria com o fino talabarteiro Arthur Rocha) os instrumentos de percussão do “Jazz BAGACIN” liderado pelo adolescente jornalista Rosival Rocha.

Por sua vez ocupa essa Cadeira, Raul Coimbra, notável ferreiro e Joalheiro que construiu no ano seguinte os instrumentos do “Jazz Tupizinho” liderado pelos adolescentes João Lisboa e Zé de Francisquim Fiscal.

15 - A 15ª Cadeira tocou ao famoso causídico, Othoniel Brandão Ferreira que teve clientes em vários países Latino Americanos e também nos Estados Unidos.

Ele representou o presidente da OAB de São Paulo em um sem número de importantes solenidades, dado sua rebuscada e invejável oratória. O herdeiro da Cadeira de Othoneil Brandão na Academia de Letras e Artes do Território da Bacia do Corrente é o jovem, competente advogado Ricardo Rocha Maia.

16 - A Cadeira 16 da ALA cabe a Môzart Guarany, famoso talhador e escultor de clichês em madeira e não menos famoso como pintor de cidade de Lapinha clássica.

O herdeiro dessa Cadeira é o professor de história do Colégio Rolando Laranjeira em Santa Maria da Vitória e de “fotogravados” em madeira no primeiro grande curso de formação de Técnicos de Cooperativas do MOVIMENTO SEM TERRA, MST, no Centro de Capacitação do INCRA em Brasília, DF.

Comentários

Maria do Socorro Cavalcanti | 22/05/2012 - 08:23

Parabenizando a todos que unidos lutaram e implantaram tão importante Academia, desejo sucesso na caminhada e colheita de bons frutos. Sou integrante da Academia de Letras e Artes do Ceará (ALACE), eleita para o biênio 2012/2014, idealizadora e responsável pelo Site dessa academia, bem como do Site da Academia Feminina de Letras e artes Mossoroense (AFLAM). Portanto, ponho-me a disposição da ALA para a divulgação que a partir do próximo mês, nos voltaremos para outras academias do Brasil. Saudações acadêmicas. Socorro Cavalcanti .