Marilyn Monroe, o ícone pop do século XX
Como disse Humberto Gessinger na canção, “o papa é pop e o pop não poupa ninguém”. Logo, qualquer um que tenha sido popular e simbolicamente referencial numa escala superlativa, abrangente e atemporal durante o século passado é candidato ao trono de maior ícone pop dos anos 1900.
Assim, pergunto a você leitor com mais de trinta anos: quem foi o maior ícone pop mundial do Século XX? Elvis Presley? Che Guevara? Gandhi? Lenin? Pablo Picasso? Charles “Carlitos” Chaplin? Albert Eistein? Sigmund Freud? Ernest Hemingway? Pelé? Muhammed Ali? Beatles? Michael Jackson? Jimmy Hendrix? Bob Marley? Dalai Lama? João Paulo II? Outro? Sim, outro, na minha opinião: a atriz estadunidense de cinema Marilyn Monroe.
O breve século XX (assim denominado pelo historiador Eric Hobsbaw) foi marcado pelas duas grandes guerras mundiais, pelo desenvolvimento tecnológico como um todo e, em particular, pelos dos meios de comunicação.
O que se tinha antes? A imprensa, ou seja, jornais, revistas e livros, mídias limitadas (sem som e imagem) e que necessitavam de um mínimo de instrução para o seu uso. Logo, não eram plenos veículos de massa.
Dai veio o rádio e a democratização dos meios de comunicação para o receptor, pois para ouvir e entender o que se falava ou cantava não era preciso nada mais do que ouvidos sadios. Uma delícia poder ouvir musica em casa!
Depois veio o cinema mudo, em preto e branco. Daí a imagem entra definitivamente no imaginário das pessoas, coisa que seria reforçada com o advento do som nos filmes e, grande festa para os olhos, da cor.
Adiante, a televisão em preto e branco e a cores é outro aprofundamento técnico do mesmo fenômeno agora cultural e social.
Mas foi quando o Cinemascope Technicolor entrou nas salas de cinema que tivemos a consolidação da hegemonia de tal fenômeno enquanto lógica simbólica social de ampla abrangência popular. E o que os olhos das pessoas viam? Os atores e atrizes, artistas agora privilegiados para popularizarem-se no imaginário popular (pois que privilegiados pela nova mídia), que tomaram definitivamente o lugar antes destinado ao culto elitista de grandes escritores e compositores.
Eis o nascimento da era pop! Esse processo já tinha iniciado no cinema mudo e em preto e branco, mas aqueles que tiveram a sorte de brilhar como estrelas coloridas, brilharam numa época de ouro.
E Marilyn Monroe foi a musa maior dessa época, “O” símbolo sexual espontâneo e – simultaneamente - autoconsciente, a vênus platinada, a deusa loira, o diamante incrustado no ouro. Com a sua morte ainda relativamente jovem (36 anos) e desfrutando grande fama, virou mito, lenda e consolidou-se como ícone pop.
Ela nasceu Norma Jeane Mortenson num 1º de junho de 1926, de pai ausente. Foi criada adotivamente e passou por orfanatos. Com 16 anos (idade em que a lei da Califórnia permitia o matrimônio) casa-se com um marinheiro de 21, fugindo para sempre das casas especiais. Logo, vemos tratar-se de uma sobrevivente egressa do que os marxistas chamavam a época de lumpem proletariado. Uma frágil e atormentada forca da natureza, uma cinderela nascida para brilhar, a espera de um príncipe. E esse príncipe foi o cinema.
Sua beleza, personalidade, carisma, simpatia, sensibilidade, determinação e talento a levaram longe no cinema e para além dele, virando uma vênus mundial, já que a indústria cultural cinematográfica norte-americana hegemonizou amplamente todos os quadrantes do ocidente e até do oriente no período pós-guerras.
Um ícone que seduziu o imaginário masculino e que tornou-se referencia no imaginário feminino. Todos admiravam Marilyn, pois todos queriam tê-la e todas queriam ser como ela. Até hoje a imagem de uma loira de lábios carnudos, jeito de menina-mulher, com uma pinta no lado esquerdo do rosto é imediatamente identificável para muitas pessoas com mais de 40 anos.
Uma das imagens do século XX é ela segurando o vestido sendo levantado pelo vento do metrô no filme O Pecado Mora ao Lado (foto acima). Ninguém simbolizou esse hedonismo sensual que explodiu na segunda metade do século XX e se espraiou até os anos 2000 melhor do que ela, a eterna pin up.
Mas engana-se quem imagina que Marilyn era uma linda loira burrinha e ingênua. Era uma mulher inteligente e ávida leitora (inclusive foi casada com o escritor Arthur Miller), que aperfeiçoou seu talento dramático em cursos do Actors Studios de Lee Strasberg. Quem puder ler o livro Fragmentos: poemas, anotações intimas e cartas de Marilyn Monroe, lançado no Brasil em 2011 pela editora Tordesilhas, terá uma ideia clara disso.
Dia 1º Marilyn Monroe estaria comemorando 86 anos. No próximo dia 5 de agosto complertar-se-ão 50 anos de sua ausência. Ausência carnal. Como ícone, mantém incólume sua atemporalidade.
Descoberta por um fotógrafo quando operária numa fábrica.
Loira burra, eu?
Eh eh eheh, bobinho.
Artigo publicado na versão impressa e na seção de Opinião online do jornal Portal de Notícias. http://www.portaldenoticias.com.br
Como disse Humberto Gessinger na canção, “o papa é pop e o pop não poupa ninguém”. Logo, qualquer um que tenha sido popular e simbolicamente referencial numa escala superlativa, abrangente e atemporal durante o século passado é candidato ao trono de maior ícone pop dos anos 1900.
Assim, pergunto a você leitor com mais de trinta anos: quem foi o maior ícone pop mundial do Século XX? Elvis Presley? Che Guevara? Gandhi? Lenin? Pablo Picasso? Charles “Carlitos” Chaplin? Albert Eistein? Sigmund Freud? Ernest Hemingway? Pelé? Muhammed Ali? Beatles? Michael Jackson? Jimmy Hendrix? Bob Marley? Dalai Lama? João Paulo II? Outro? Sim, outro, na minha opinião: a atriz estadunidense de cinema Marilyn Monroe.
O breve século XX (assim denominado pelo historiador Eric Hobsbaw) foi marcado pelas duas grandes guerras mundiais, pelo desenvolvimento tecnológico como um todo e, em particular, pelos dos meios de comunicação.
O que se tinha antes? A imprensa, ou seja, jornais, revistas e livros, mídias limitadas (sem som e imagem) e que necessitavam de um mínimo de instrução para o seu uso. Logo, não eram plenos veículos de massa.
Dai veio o rádio e a democratização dos meios de comunicação para o receptor, pois para ouvir e entender o que se falava ou cantava não era preciso nada mais do que ouvidos sadios. Uma delícia poder ouvir musica em casa!
Depois veio o cinema mudo, em preto e branco. Daí a imagem entra definitivamente no imaginário das pessoas, coisa que seria reforçada com o advento do som nos filmes e, grande festa para os olhos, da cor.
Adiante, a televisão em preto e branco e a cores é outro aprofundamento técnico do mesmo fenômeno agora cultural e social.
Mas foi quando o Cinemascope Technicolor entrou nas salas de cinema que tivemos a consolidação da hegemonia de tal fenômeno enquanto lógica simbólica social de ampla abrangência popular. E o que os olhos das pessoas viam? Os atores e atrizes, artistas agora privilegiados para popularizarem-se no imaginário popular (pois que privilegiados pela nova mídia), que tomaram definitivamente o lugar antes destinado ao culto elitista de grandes escritores e compositores.
Eis o nascimento da era pop! Esse processo já tinha iniciado no cinema mudo e em preto e branco, mas aqueles que tiveram a sorte de brilhar como estrelas coloridas, brilharam numa época de ouro.
E Marilyn Monroe foi a musa maior dessa época, “O” símbolo sexual espontâneo e – simultaneamente - autoconsciente, a vênus platinada, a deusa loira, o diamante incrustado no ouro. Com a sua morte ainda relativamente jovem (36 anos) e desfrutando grande fama, virou mito, lenda e consolidou-se como ícone pop.
Ela nasceu Norma Jeane Mortenson num 1º de junho de 1926, de pai ausente. Foi criada adotivamente e passou por orfanatos. Com 16 anos (idade em que a lei da Califórnia permitia o matrimônio) casa-se com um marinheiro de 21, fugindo para sempre das casas especiais. Logo, vemos tratar-se de uma sobrevivente egressa do que os marxistas chamavam a época de lumpem proletariado. Uma frágil e atormentada forca da natureza, uma cinderela nascida para brilhar, a espera de um príncipe. E esse príncipe foi o cinema.
Sua beleza, personalidade, carisma, simpatia, sensibilidade, determinação e talento a levaram longe no cinema e para além dele, virando uma vênus mundial, já que a indústria cultural cinematográfica norte-americana hegemonizou amplamente todos os quadrantes do ocidente e até do oriente no período pós-guerras.
Um ícone que seduziu o imaginário masculino e que tornou-se referencia no imaginário feminino. Todos admiravam Marilyn, pois todos queriam tê-la e todas queriam ser como ela. Até hoje a imagem de uma loira de lábios carnudos, jeito de menina-mulher, com uma pinta no lado esquerdo do rosto é imediatamente identificável para muitas pessoas com mais de 40 anos.
Uma das imagens do século XX é ela segurando o vestido sendo levantado pelo vento do metrô no filme O Pecado Mora ao Lado (foto acima). Ninguém simbolizou esse hedonismo sensual que explodiu na segunda metade do século XX e se espraiou até os anos 2000 melhor do que ela, a eterna pin up.
Mas engana-se quem imagina que Marilyn era uma linda loira burrinha e ingênua. Era uma mulher inteligente e ávida leitora (inclusive foi casada com o escritor Arthur Miller), que aperfeiçoou seu talento dramático em cursos do Actors Studios de Lee Strasberg. Quem puder ler o livro Fragmentos: poemas, anotações intimas e cartas de Marilyn Monroe, lançado no Brasil em 2011 pela editora Tordesilhas, terá uma ideia clara disso.
Dia 1º Marilyn Monroe estaria comemorando 86 anos. No próximo dia 5 de agosto complertar-se-ão 50 anos de sua ausência. Ausência carnal. Como ícone, mantém incólume sua atemporalidade.
Descoberta por um fotógrafo quando operária numa fábrica.
Loira burra, eu?
Eh eh eheh, bobinho.
Artigo publicado na versão impressa e na seção de Opinião online do jornal Portal de Notícias. http://www.portaldenoticias.com.br