Feira literária

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Quinta-feira, dia 07 de Junho

- MENALTON BRAFF

Passava das duas quando chegamos, e vimos TRÊS pessoas presentes para o bate-papo com o escritor Menalton Braff. Estas três pessoas eram o próprio escritor e dois organizadores. Por isso, suponho, o evento não havia começado, apesar do horário. Fomos dar uma olhada nos livros. Cerca de meia hora depois, voltamos, e o bate-papo já estava acontecendo. Dez pessoas presentes. E pelo menos três delas eram colaboradores na feira. Lembro de ter feito um comentário certa vez: "pior do que a falta de eventos culturais é a falta de público interessado para os eventos". Dez pessoas, apenas, acompanharam o bate-papo com este incrível escritor, ganhador de vários prêmios - o Jabuti inclusive.

- DEBATE: ARTES VISUAIS: NAS ESTANTES E NA VIDA (bate-papo versus bate-bates & passagem de som)

O atraso no início do bate-papo com Menalton Braff causou também o atraso na conversa com os ilustradores/desenhistas, que aconteceria em seguida. Durante o bate-papo, era possível escutar pessoas brincando com bate-bates ali perto. Os tais brinquedos eram vendidos na própria feira. O barulho não só atrapalhava a conversa, como também incomodava. Quando eu estava prestes a levantar para reclamar com os vigias, percebemos o início da passagem do som para a apresentação do Teatro Mágico, que aconteceria mais tarde. O barulho quase impossibilitava os artistas convidados de falarem. Um dos organizadores conversou com o pessoal do som (não sei se eram os próprios membros da banda, técnicos ou assistentes) para pedir mais algum tempo antes dos testes, para poder finalizar o evento. O pedido foi negado, acredito que por eles estarem preocupados em acertar o som com bastante antecedência para prevenir o maior número possível de imprevistos e a banda conseguir entrar às 21h00 em ponto. Percebi que, a esta altura, reclamar dos bate-bates seria inútil. Enquanto uma ou outra nota eram tocadas em intervalos distantes, ainda era possível escutar a palestra. Quando começaram a tocar trechos de músicas, fomos embora.

- OS LIVROS

A feira ofereceu boa variedade em best-sellers, auto-ajuda, clássicos, informática, astrologia e religiosos. Infantis, então, nem se fala. Diversos títulos, o que deve ter aumentado bastante o desafio da tarefa dos pais escolherem os livros junto com a criançada.

Comparando preços: "Ensaio sobre a Cegueira", de José Saramago, oferecido por R$ 40,00 na feira pode ser encontrado no site das Lojas Americanas dez reais mais barato. Procurei também pelo "Diário do Chaves", que na feira custa dez reais. Nas lojas virtuais, o preço mais baixo que encontrei foi o da Saraiva: R$ 14,20.

Tive algumas boas surpresas ao ver livros de escritores da região e alguns títulos de Arte. No entanto, lamentei não ter encontrado livros sobre Fotografia.

- TEATRO MÁGICO

Por volta das 21h10, o Teatro Mágico entrou em cena. Ou seria "entrou no palco"? "Adentraram o picadeiro"? Acho que todos os casos se aplicam. O som não estava bom, mas nem por isso o grupo deixou de encantar o público, com as cores, a poesia, a cantoria, os improvisos e a qualidade dos músicos no palco.

Acho difícil encontrar quem não tenha gostado do show. A escolha do "Teatro" sem dúvida foi um grande acerto para entreter o maior número possível de pessoas, de todas as faixas etárias, com os mais diversos gostos musicais e de diferentes níveis culturais. Dos fãs de carteirinha, que cantaram junto (maior parte do público), aos curiosos que ali estavam para saber "o que era esse tão falado Teatro Mágico", todos se divertiram.

Uma pena saber que havia muita gente do lado de fora, que não conseguiu ver o show. Os organizadores devem ter sido pegos de surpresa com o grande número de pessoas presentes, impossibilitando uma mudança na estrutura da feira ou qualquer outra solução imediata, para acolher público maior.

Na lojinha, fomos muito bem atendidos. Compramos dois CDs, e quando perguntei o preço dos adesivos, o rapaz que nos atendia nos deu dois de brinde. Ao colocar os produtos na bonita sacolinha personalizada, minha namorada perguntou, em tom de brincadeira: "nós vamos brigar por causa da sacolinha?". O atendente, ao escutar a pergunta, deu outra sacola! Uma verdadeira aula de como cativar o fã/cliente.

Em certo momento do show, o cantor mencionou a ausência de brigas e disse que as pessoas ali presentes eram "muito educadas". As palhaçadas do "chef" e as demais apresentações circenses deram ao show ainda mais beleza.

Eles não tocaram "odeio rodeio", como queria boa parte dos fãs, mas acredito que ninguém ficou chateado com isso. Estavam todos contentes, pedindo mais, pedindo bis. E, como deram a entender, o bis será em Julho!