Degraus perdidos
Perdidos no espaço
Decorridos cinco anos em que li uma noticia no site UAI (Mg) e somente para colaborar com o conhecimento técnico que possuo sobre contabilidade, escreveram eles sobre a Jovem Guarda, buscando obviamente a leitura dos cincoentões daquele tempo.(que sabem das coisas e principalmente de expressões antigas) e sendo assim, a reportagem de Janaina Cunha Melo (articulista que montou o texto), usou uma expressão incorreta a saber:
"Eles não liberavam meu contrato nem promoviam o meu trabalho. A gravadora passou a investir em outros artistas, como Benito de Paula e Wando, e virei um "móvel de utensílios”, lamenta. Quando o imbróglio se desfez, meu nome já não tinha a força de antes". Repetindo palavras de Wanderley Cardoso, que vivia o inferno zodiacal de sua carreira.
Existe a expressão MOVEIS & UTENSILIOS, que é na verdade uma conta do Atvivo imobilizado que descreve a situação patrimonial de uma empresa. A expressão Móveis & Utensilios informa e dá valor monetário aos veículos, máquinas e utensílios de escritório e instalações comerciais e fabris de um modo geral, de forma que quando uma pessoa fica muito tempo na empresa, 20/30 anos, costuma-se brincar que ela se tornou um item da conta MÓVEIS & UTENSILIOS (E não móvel de utensilios como foi escrito).
Mais antigamente ainda, havia entre as sub-contas o item SEMOVENTES, para determinar o que a empresa tinha de animais usados para serviços de transporte de cargas ou aqueles chamados de tração, como cavalos, bois que puxavam arados.
Ou o nosso querido Wanderley Cardoso ou a nossa estimada jornalista, ou ambos, deram prova de que não conhecem contabilidade e muito menos o por que do uso da expressão Móveis de Utensílios, quando quiseram dizer MOVEIS & UTENSILIOS.
Poder-se-ia dizer que o Wanderley nesse periodo fez parte do grupo de contas do Ativo Imobilizado - Móveis e Utensilios - sub-item Semoventes (rsssss) figurativamente, claro, se referindo ao longo tempo que ficou fazendo sucesso.
Perante o imposto de Renda, por exemplo, os valores dessa conta se depreciam 10% ao ano e as vezes até 20% o que chamam de depreciação acelerada. Pode ter sido o caso do nosso querido cantor (rs) que sofreu em pouco tempo uma depreciação acelerada, caindo fora das paradas de sucesso. Levem esse assunto ao seu setor de Contabilidade e eles afirmarão que eu estou correto, usando essa linguagem.
Eu, que vivi esse tempo intensamente, pessoalmente gostava muito mais do Erasmo, Roberto e o Eduardo que faziam mais o estilo machão. O WC provou mais tarde o quanto ele era frágil, entregando-se ao fanatismo religioso (pois desesperou-se) e choramingando pelos cantos, salvo engano meu usando drogas, o que é imperdoável para um ser humano que quer recuperar degraus perdidos na vida ou manter-se sóbrio para criar alternativas, aliás como fez o Roberto em tempos de Rita (que me perdoe o Rei) que também visitou a beira do abismo.
Trata-se de uma critica construtiva. Não quero ser um didático antipático, mas o Wanderley obviamente não tem obrigação como cantor, de entender de contabilidade e a Jornalista por certo muito jovem, sem dúvida desconhecia a origem desse termo. Agora com certeza ela sabe porque lhe enviei na época essa explicação, que a bem da verdade, nunca me agradeceu.