A pobreza de um povo que sabe,mas não faz

A pobreza de um povo que sabe, mas não faz

Vivemos em um país imensamente rico quando o assunto é produtores literários. Talvez quem sabe sejamos o berço de um estilo próprio de literatura chamado de regionalismo , estilo esse consagrado por Graciliano ramos, Guimarães rosa, e até mesmo Euclides da cunha com seu regionalismo carregado de nuances cientificas e militaristas em sua descrição de sua visão de canudos. Entre esses se destacam tantos outros como Jorge de lima, Jorge amado, e tantos outros mais. São formas e estilos tão diversos, de tanta beleza, de detalhes em sua estruturação, que modéstia parte chego a confessar que não devemos em nada a escritores europeus de renome, afinal se o assunto é literatura devemos nos orgulhar de disseminar nossa produção literária aos quatros cantos do país . Infelizmente esse orgulho não acontece não se mostra presente, somos um país que temos nomes de peso reconhecidos mundialmente dentro da literatura, mas que já mais foi sequer ouvido falar a uma maioria de brasileiros, e motivos para isso não falta, diversos aspectos devem ser levados em consideração antes mesmo de só apontarmos o efeito que vem carregado de outros fatores.

Falta de escolaridade, acesso a livros e outras produções literárias, baixa escolaridade devido à forte imposição do mercado de trabalho, no Brasil é sabido de todos que ou se estuda, ou se trabalha, as duas coisas é praticamente impossível de se fazer, afinal para que uma mal de obra extremamente barata com uma bagagem cultural? Não faz sentido, afinal para se fazer massa para tijolos não é preciso se conhecer Machado de Assis, não menosprezando a classe trabalhadora, mas esse é o pensamento predominante em nossa sociedade, perece-me que a sociedade foi dividida em duas classes [que Marx não esteja me ouvindo em ainda levantar tal duvida] aos trabalhadores em geral se distinção ficou a parte da mão de obra, aquela que usa a força bruta e não necessita do intelecto, a classe burguesa a detentora dos meios de produção ficou a parte intelectiva, a parte da sociedade que é letrada e pensa, essa sim conhece os autores que falei, e em suas casas ostentam enormes estantes com incontáveis livros de autores que vão de A a Z , mas que com quase absoluta certeza não leram a todos , é como se livros dessem status, e por ta motivo os exibem em suas bibliotecas particulares, a cultura assim é monopolizada a poucos, de acesso restrito a depender do poder social do individuo. Esse é um doa fatores do desconhecimento de muitos quando o assunto gira em torno de um conhecimento cultural, outro fator determinante para isso é a perpetuação de hábitos que adquirimos de nossos pais no chamado processo de socialização, não há qualquer estimulo para a leitura, a criança e condicionada a aprender ler para se escolarizar, não para ser um conhecedor de Castro Alves, Machado de Assis, há um processo continuo dentro da própria sociedade que sapara quem tem direito a cultura dos que não tem, e isso não é verdade, dentro das próprias escolas muito pouco se fala em literatura, nos primeiros anos do ensino fundamental, que a meu ver é o momento de formação da personalidade da criança e do futuro jovem, tese esse fortificada por Piaget que não me deixa lançar palavras aqui em vão, essas muito pouco falam, ou ensinam sobre nossos escritores, passa-se por este período escolar praticamente a brancas nuvens. A escola cabe o papel de forma cidadãos, mas é de sua responsabilidade também dar suporte ou bagagem cultural para que o jovem leitor possa disputar de igual para igual com jovens de classes economicamente mais fortes.

Mas ao mesmo tempo em que faço criticas ao sistema de ensino de nosso país, também faço ressalvas quanto a este aspecto, não é só a escola a responsável por essa condição humilhante, é todo um processo de construção social que faz uma “seleção natural” dos que sabem, dos que não conhecem, e isto é um mito, precisamos acordar desse pesadelo literário, sairmos desse “determinismo” que separam letrados, de não conhecedores, precisamos quebrar com este paradigma este modelo absurdo de distribuição cultural, e rompemos de vez com esse estereótipo de pobres incultos. A cultura, o intelecto, o saber e o conhecimento não têm condições econômicas, não se diferencia por classes econômicas, precisamos romper com essa idéia de uma aristocracia cultural e sabermos que independente de sermos pobre ou ricos temos o direito constitucional de acesso a cultura.

Mas dentro de toda essa complexidade apresentada aqui que entrava o conhecimento cultural temos outra classe, aqueles que sabem que sabem (homo sapiens) esses são os piores, têm acesso aos melhores livros, edições limitadas, volumes únicos, edições raras, todos eles empoeirados em suas estantes. Esta classe são os piores analfabetos que o ensino educacional pode produzir, paradoxal não? São como cegos a plena luz do dia, tateiam em meio a todo conhecimento, não lêem sequer uma pagina de obras que deveriam estar nas mãos daqueles que realmente tem cede de conhecimento, são ferramentas maravilhosas, mas sem nenhuma utilidade nas mãos desses. Peço que a próxima geração reflita sobre o assunto aqui levantado, e que literatura não se limita apenas a revista playboy e livrecos de auto-ajuda que em nada servem.

Osvaldo Gomes da silva filho

di lafuego
Enviado por di lafuego em 13/05/2012
Reeditado em 14/05/2012
Código do texto: T3666020