Deleuze e a lógica do sentido: o suicídio nosso de cada dia
Em que lugar está a realização plena de cada pessoa, de cada ente, de cada indivíduo? Em Deus, ora.
A relatividade desse conceito residiria em séculos e séculos de mau uso das palavras, Deus, Brahma, Universo, Divindade e assim por diante.
Desse ponto pacífico (ou de outros pontos*, que desse podemos extrair "apenas" libertação) podemos gerir um ponto crítico como metafísica das palavras (mais adequado seria filologia mesmo) e daí vir com as palavras-valise de Lewis Carroll: furiante - fumante furioso. Ou ainda, os jogos de palavras com "Morcegos comem gatos ou gatos comem morcegos?" Seria um mero jogo de palavras: Obra de arte? Obra-prima? Obra primeira, primeva, primordial, aquilo que está para o início assim como o início está para o final. Alfa e Ômega. Estamos de novo em Deus e Jesus.
Do que é feito esse "jogo"? Ocorre que não é acidental estarmos nesse início de século 21 em meio a tantas destruições: Do meio ambiente, da civilização como conhecemos, da família, da estrutura social antiga.
Essa destruição relaciona-se diretamente ou indiretamente (não sei o que é pior ou o que seria pior) ao desamor pela cultura, pela arte, pela literatura, pela palavra bem escrita, enfim. Um desamor que traz consigo a inconsciência. Qual seria o lugar da plena realização de alguém num mundo onde a realização plena perdeu o sentido? Sentido das palavras. Lógica do sentido. Deleuze. Ninguém foi tão fundo quanto Gilles Deleuze nesse espaço. Em que lugar?
Publicado no site No Mundo e Nos Livros:
http://www.nomundoenoslivros.com/2011/07/deleuze-e-logica-do-sentido-o-suicidio.html