A CALMA, A TRANQUILIDADE
(Art/02)
(Art/02)
"A calma é uma verdadeira paixão porque reflete, interioriza uma certa imagem que o outro forma de nós, de sorte que, ao mesmo tempo, agimos sobre ele, mantendo nossa calma a seu respeito. Daí sua função retórica. Ela recria a simetria. É consequentemente, o contrário e talvez mesmo o antídoto da cólera que conduz à virtude da temperança, da reserva. A calma é a aceitação de uma relação e, com isso, constitui a melhor expressão da indiferença. Já dizia Sêneca, que a cólera é a desordem passional por excelência.
A cólera e a calma representaram por si só, as paixões como um todo, sua diversidade, sua luta interna, seu excesso e também sua anulação, que promova a aceitação da ordem das coisas. A calma pode, a rigor, figurar a indiferença, a ausência, de toda paixão, o contrário absoluto daquilo que arrebata os homens. Daí seu caráter paradigmático."
(Retórica das Paixões/Aristóteles)
(Retórica das Paixões/Aristóteles)