Sai um documentário sobre a vida de Raul Seixas
"O inicío, o fim e o meio", de Walter Carvalho começa a falar daquele que foi um maior autor cancioneiro misterioso e desbravador que o Brasil já teve.
Falar sobre Raul Seixas não é uma missão fácil, primeiro se o documentarista sofre do problema de comentar também suas letras. Poeta sentimental, mas machista. Rebelde, odiava o pai e com a mãe não se importava. Anti-cristo e anti-social. As letras das canções de Raul Seixas tem que passar pela análise séria de muitos estudiosos de determinadas matérias.
Foi ele um filosófo espiritualista como Platão? Este tinha o mito da caverna e do espírito sensorial, já Raul tinha o disco voador e uma mal incorporada sociedade alternativa. Aliás, a falar dessa sociedade alternativa, que é a pretenção suprema de Raul, criar uma outra sociedade dentro da existente: massante, impostora e falsa, na opinião do cantor alegórico, nas suas letras fala da incoformidade dele com os costumes das pessoas assumidamente burguesas.
A sociedade alternativa poderia ser real em qualquer país, desde que as pessoas tivessem coragem para abandonar suas crenças antigas por que baseadas na imposição, e no emprego das objeções do capitalismo, para um tipo de vida mais que comunista, i-hip, com o foco já na sustentabilidade da felicidade em todos serem liberais com todos.
Raul Seixas também era roqueiro, numa época em que o mundo viu as mágicas pernas de Elvis Presley, não só se requebrando, mas sozinhas chamando a atenção para as guitarras, que só viram fazer história já no século XXI, fazendo para músicos o que aprendeu com as pernas de Elvis. Também os Beatles, o grupo de rapazes românticos e atentos na única estética que perduraria por toda a vida para outros músicos dos Estados Unidos, Brasil e Reino Unido.
Em outro documentário sobre a vida desse músico brasileiro, passado numa grande emissora, eu assiti uma garota que entrou no quarto onde Raul Seixas ficava para compor e trabalhar nas suas músicas. Ela disse: "Você é um deus". Eu vou fazer uma oração pra você. Você consegue ser mais importante que Jesus Cristo. Era tudo que o Brasil precisava". Agora não sei se a fala dessa menina foi plantada pelos diretores do documentário, mas uma coisa é certa: Raul Seixas consegue ser mais importante que os tratados de Deus quando sua visão é suprema numa alegoria crenças hereges infinita.