AS PEQUENAS AUTORIDADES

É Quando a hierarquia tradicional deixa de ser uma peça importante na engrenagem da sociedade e nos tornamos vitimas da inversão e subversão de valores. Ficamos a mercê de gente treinada para receber ordens e sem um mínimo inteligencia, capacidade de percepção, ou o chamado jogo de cintura, eles provocam enormes constrangimentos.

Quer solucionar um problema ou quer ficar mais aborrecido ainda?

A escolha infelizmente não é sua ou, para ser mais especifico isto depende de com quem você vai falar do outro lado da linha ou do balcão. Depende de uma agenda de compromissos que pode ser fabricada convenientemente por preguiça, por sacanagem política ou para gerar um clima de esnobismo covarde, ou até mesmo uma estratégia de “marketing” estúpida.

Se for numa empresa muito grande, mesmo com qualidade “ISO” OU AQUILO, você pode estar frito e não conseguir resolver o problema que pode até estragar seu final de semana, mesmo com a premissa de que quem está na chuva é pra molhar, você terá que ter muito sangue frio e muita paciência, para ouvir os mais incríveis obstáculos ou besteiras que as chamadas pequenas autoridades lhe imporão, com o orgulho do dever cumprido.

É o vicio ou despreparo de revelar procedimentos internos ou caminhos que ele, o atendente supõe tenham que ser seguidos e que você nem precisaria tomar conhecimento e assim inadvertidamente, sem propósito algum, você é irritado seguidas vezes e pode em muitos casos até desistir de seu intento, ficando no prejuízo. Portanto, avalie o custo & beneficio de uma ação prolongada, pois sua saúde pode ser mais importante que um orgulho ferido.

Lendo isso aqui e sendo um empresário (a) principalmente de porte médio ou mesmo pequeno (a), cuidado, pois você pode estar causando esse tipo de constrangimento e estará agindo igual marido (ou esposa) traído e que serão sempre os últimos (a) a saberem.

Eu explico:

Olhos e ouvidos de terceiros se não estiverem bem orientados e treinados, podem representar o fim de um pequeno negócio. Secretárias, telefonistas burras, enfim outros funcionários (as) insatisfeitos (as) e/ou revoltados (as) comprometendo a qualidade do produto que você vende, podem ser a vitrine podre que você mostra sem querer ou sem saber.

Cuidado também com as vaidades. Você pode ser por exemplo ter uma pequena porta bem sucedida no centro da cidade onde você conserta tudo ou vende algo útil, indispensável. Seu negocio cresce, prospera um pouco, você terceiriza alguns serviços, ganha simpatia dos usuários, ganha eficiência e faz o nome com uma logomarca bem bolada que a modernidade sugere, mas tecnicamente você ainda estará classificado (a) e enquadrado (a) no segmento de pequenos negócios. Portanto, um simples cartão de visitas onde você se intitula “Diretor (a) superintendente” pode ser constrangedor e determinante e mostrar uma vaidade injustificável e na carona uma rejeição automática no sub-consciente de seus clientes mais esclarecidos que sabem que um cargo de diretor é algo que sugere uma ata de reuniões de uma sociedade anonima de preferencia com capital aberto e que tenha um conselho de administração e de acionistas que se reunem para decidir quem vai mandar. Diretor, não é simplesmente uma auto-denominação num cartão de visitas para gerir um pequeno ou médio negocio, numa sociedade por cotas de responsabilidade Ltda.

Nas grandes empresas melhorou muito o atendimento pelo sistema de e-mails personalizados, ou seja, cada funcionário que se comunica externamente recebe um endereço eletrônico, mas mesmo assim existem assuntos que deveriam ser resolvidos internamente, dentro daquela premissa de que “roupa suja se lava em casa” e isto absolutamente não funciona. Mas de um modo geral a grande falha é esta, você fica sendo jogado pra lá e pra cá, sendo que essa deveria ser uma rotina interna. O famoso jogo de empurra que vai para o campo da desonestidade. E o certificado de qualidade ISO 900l, está lá, pendurando na sala da diretoria e sequer sugere pelo menos que deve ser dito aos funcionários que roupa suja se lava em casa e que o jogo de empurra faz perder clientes.

Uma pessoa que trabalha não só pelo salário, mas busca algo mais na vida, como realização profissional e dignidade, não faz o jogo do empurra, pega o problema, resolve. A pior resposta que alguém do lado de lá deseja ouvir ou ler é exatamente aquela em que o outro diz: “Esse assunto não é comigo”. Chega a ser nojento, quando você tem certeza de que se ele quisesse uma resposta ou uma solução agilizaria procedimentos internos e sem que você percebesse o assunto estaria resolvido. E não pensem que isso ocorre exclusivamente no setor publico.

E assim, o mundo caminha muito mais lento. Imagine o pior e o mais revoltante de todos os atos de “BURROCRACIA” que travam esse nosso Brasil como por exemplo, o poder Judiciário. Você já viu algum político preocupado em fazer uma reforma no poder Judiciário? E o jogo político também desonesto do toma lá e da cá, onde as soluções surgem com troca de favores?

Nessa critica, incluo solenemente as empresas que concedem certificados ISO 9001, 9002, 9003 e assim por diante e não tratam, ou não sabem tratar dessas questões gravíssimas. É por isso que eu costumo dizer que uma empresa bem administrada, grande ou pequena, tem que ter seus próprios olhos e seus próprios ouvidos. Prefiro OUVIDORES que funcionem e atuem, do que um certificado ISO ou AQUILO, pendurado na parede e com teia de aranha.

E nem é preciso dizer que jornalismo e publicidade, com auxilio do mais audaz instrumento tecnológico, a Internet, tornam-se uma força considerável para interferir como sempre, nessa hierarquia com requintes de crueldade, omissões, matérias pagas e/ou tendenciosas para perturbar a ordem e buscar espaços perdidos em favor de opositores políticos e oportunistas sempre de plantão. A remuneração pelos “serviços prestados” vem depois em forma de graciosos “informes publicitários”.

Portanto, o que precisamos de fato fazer é acabar com aquele ditado antigo que muito se justifica:

"Por fora bela viola, por dentro, pão bolorento".

É o que mostram os certificados ISO no Brasil, comprados a peso de ouro, muito mais por vaidade, do que propriamente para mostrar qualidade no atendimento.

Luiz Bento (Mostradanus)
Enviado por Luiz Bento (Mostradanus) em 06/03/2012
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