A MAIS CRUEL E MISERÁVEL DAS MORTES

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O historiador judeu Flávio Josefo, por volta do ano 95 d. C., escreveu em sua obra "Antiguidades Judaicas", que a crucificação é a mais cruel, humilhante e miserável das mortes. Na Epístola de Sêneca a Lucílio, ele argumenta que é preferível o suicídio ao destino cruel de ser posto na cruz. Hengel, em sua obra sobre o assunto, intitulada Crucificação (1989, p. 22-23) afiança que essa forma de pena capital durou quase 900 anos, começando com a crucificação de Dario (550-485 a. C.), de 3.000 cativos da Babilônia em 519 a. C. e terminando com o imperador romano Constantino em 337 d. C.

As fontes literárias para o período romano contêm numerosas descrições de crucificação em massa, tal como a crucificação em 71 a. C., de 6.000 prisioneiros de guerra, seguidores de Spartacus, na Via Appia entre Roma e Cápua, como parte de uma celebração de vitória. Portanto, centenas de milhares de vítimas foram submetidas a esta forma cruel e humilhante de castigo.

O arqueólogo Joe Zias, da Universidade Hebraica de Jerusalém, diz que as vítimas dos romanos eram mais comumente crucificadas em árvores, pregando-se uma tábua de madeira no tronco para prender os braços do condenado com as mãos suspensas diretamente sobre a cabeça (uma maneira rápida e eficiente de morte). A morte poderia ocorrer dentro de minutos ou no máximo uma hora se os pés das vítimas não foram pregados ou amarrados. Segundo fontes da Universidade Hebraica de Jerusalém, nunca o condenado carregava a cruz completa, como comumente se acredita, ao contrário apenas o travessão era carregado; parte vertical já estava fixada em um lugar permanentemente usado para execuções. Hewitt (1932) argumenta que pregar a vítima por ambas as mãos e os pés era a regra e amarrando a vítima a cruz foi a exceção.

Segundo depoimentos fidedignos, a maneira pela qual as vítimas foram crucificadas não foi fixada em lei, mas parece que dependente do número de indivíduos envolvidos, a criatividade sádica dos soldados encarregados da execução deveria ter imagem e tempo necessário para o espetáculo envolver as pessoas em fria mortalha de medo... "Os soldados de raiva e ódio se divertiam pregando seus prisioneiros em diferentes posturas” (Whittaker, 1935, p. 511 e 451).

Quintiliano (35-95 d. C.) escreveu que “na crucificação, eram escolhidas as estradas mais movimentadas, onde a maioria das pessoas pudesse ver e ser tomadas de medo pela morte na cruz”. O medo generalizado da crucificação era tal que Josefo relatou que, após o cerco romano de Jerusalém em 70 d. C., a ameaça dos romanos em crucificar um prisioneiro judeu, por si só causou a guarnição judeus estacionados em Machaerus, a se render em troca de passagem segura da cidade.

A crucificação não era só reservada para criminosos, como muita gente acredita; eles não eram os únicos submetidos a esse destino final. A crucificação era amplamente empregado com os escravos. Calígula (37-41 d. C.) torturava e crucificava os judeus no anfiteatro para entreter a plateia. Alexandre, o Grande, crucificou 2.000 sobreviventes do cerco de Tiro nas margens do Mediterrâneo. Nunca se mencionou especificamente em antigas fontes judaicas a crucificação de mulheres

Plínio deixou-nos escrito que cães também foram crucificados pelos romanos por terem falhado em alertar os cidadãos de Roma. ®Sérgio.

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Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 02/03/2012
Reeditado em 07/10/2013
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