MALUCO BELEZA,, ou maluco simplesmente

MALUCO BELEZA

Cada um de nós tem o seu juizo valor ou senso crítico e podemos medir isso com a consciência que temos (aquela reflexão na frente do espelho) ou então quando o sucesso bate à nossa porta.

Naqueles tempos(anos 50/70), fazer sucesso no Rio de Janeiro era uma coisa e fazer sucesso no nordeste era outra completamente diferente, mas hoje, sem saber exatamente porque, fazendo um parâmetro com João Bosco Mucci, que sonhava com o Canecão e fez sucesso por lá com Vinicius de Moraes e outros o Luiz Gonzaga já era eterno e continua seu reinado. João Bosco e Vinicius (os autênticos) caíram no esquecimento e cederam lugar ao Telo e emprestam os nomes para duplas caipiras. Um destino cruel.

Nunca gostei do cantor, Maluco beleza e quanto às suas letras, acredito mesmo que, Paulo Coelho tenha tido pouca interferência ou mesmo quase nenhuma, já que o nosso querido e estimado mago, estava e ainda está muito mais para um especialista em clonagens ou repetidor de idéias filosóficas milenares, (do tipo livrinhos de bolso chinezes de 5000 anos) do que propriamente propagar o que Seixas desejava: "Não quero ter aquela velha opinião formada sobre tudo".

O falso guru, perde hoje somente pra Arnaldo Jabor, por que Jabor é Jabor e além dos delírios próprios, sabe gesticular na telinha da The Globe. Mas eu diria que o gráu de maluquice incompreensivel é a mesma.

Eu pessoalmente, sou e sempre deixei isso bem evidente, conservador e amante de velhas opiniões, mas todos que me conhecem sabem e são testemunhas que as minhas atitudes e o meu dia a dia, sempre foram norteados pela busca do novo, principalmente na área tecnológica e atos médicos quando me declaro, por exemplo, abertamente, a favor da eutanásia e do aborto em casos de estupro.

Mas meu conservadorismo é lógico e do tipo, não mudo a cor da parede beje, somente porque o salmon esteja na moda. Eu sou daqueles que mudo a cor da parede ou pinto de novo, rigorosamente quando essa mesma parede, está suja.

Nesse ponto, sempre o achei “Maluco Beleza” muito agitador e subversivo (no verdadeiro sentido das palavras e não no sentido pejorativo do verde oliva das fardas que nos policiavam no período de chumbo). No titulo do meu blog, deixei essa discórdia bem evidente. Eu não sou daqueles que acredita que o mundo deve ser resolvido com protestos irreverentes ou com idéias absurdas ou inéditas. Não é fácil romper com tabus, quando se tem o pleno gozo da maturidade e da consciência do que é a vida. E alguns que querem o sucesso rápido sabem muito bem lidar com isso e na juventude eles sacodem as platéia rebeldes compostas por jovens ávidos por aventuras, por extremismos e alucinados por tudo que seja radical e diferente.

E quando amadurecem, se aventuram pelo caminho mais fácil de seduzir aqueles que ficando mais velhos e experientes, se arrependeram de tudo que fizeram. É o caso do Paulo Coelho que concorre com Lair Ribeiro, e outros quase mercenários, para multiplicar obras de auto-ajuda ou de cunho místico.

Mas duas coisas me surpreendem, como também ao articulista que confessou-se um ardoroso opositor daquilo que pregou e cantou Seixas:

O sucesso que ele faz até hoje (*mesmo que seja por ausencia total de coisa melhor) e mais assustador ainda o nosso falso gurú Paulo Coelho, que vende (ou revende) livros em não sei quantas linguas.

O outro é que as músicas do Norte, Nordeste, ou daqueles que são de lá e descem pro Rio e SP, têm sido mais eternas. Prova disso é que deixei de cantar músicas do Nelson Gonçalves para no auge da minha maturidade adotar Fagner e adoro até hoje o baião de Luiz Gonzaga e a semente cantante que ele nos deixou de troco. E que troco.

Como é que a geração de hoje, com um minimo de inteligencia pode cantar músicas dessas duplas caipiras, como por exemplo Bruno e Marrone, sem qualquer recado politico, sem conteúdo cultural e todas elas insultando a nossa lingua pátria. E além disso, terem a coragem de entrarem nesses galpões enormes para cantar estilos "boquinhas de garrafa" e sei lá mais o que.

De qualquer forma, entrar num palco de cueca vermelha é proprio mesmo de loucos varridos e um deles está lá no congresso e é membro de um tal PV, onde Marina do PT foi se esconder e morrer aos poucos, politicamente falando.

Michael Jackson, mesmo quando era Five, já foi louco suficientemente para projetar sua carreira artística tentando matar de novo Elvis Presley, por pura inveja e exagerou na dose do rebolado imbecil, ou no mínimo, quando tentou também plagiar ou dançar melhor que o outro Mikhail (Baryshnikov). Com todo respeito aos mortos, Michael, por Mikhail, eu fico com o original Russo e dançarino de fato e fico também com o inigualável Elvis.

Sem querer ser espirito de porco, como sempre fui.

Luiz Bento (Mostradanus)
Enviado por Luiz Bento (Mostradanus) em 27/02/2012
Reeditado em 01/10/2012
Código do texto: T3523671
Classificação de conteúdo: seguro