“O, abre alas que eu quero passar”
Carnaval é uma das festas mais populares de todo o mundo. No Brasil ela foi instituída no século XVII (17), com origens europeias. Nessa época a festa não era comemorada como nós conhecemos hoje, com escolas de samba ou blocos com trios elétricos pelas ruas. Na verdade como é de origem europeia e para aquelas bandas eles comemoravam o “entrudo” os brasileiros fizeram a mesma coisa. No entrudo, os foliões jogavam água, farinhas e ovos uns nos outros, ele acontecia alguns dias antes da quaresma e por isso significava liberdade, o que não é diferente atualmente. Carnaval é liberdade vemos pelas “exibições” carnavalescas de hoje. Um tempo depois os brasileiros, ao saberem que na Itália e França os foliões se fantasiavam e comemoravam desfilando pelas ruas, começaram a fazer da mesma forma. Lembram das fantasias de Rei Momo e da colombiana Pierrô? Pois é, eles também são gringos!
Foi no século XIX que surgiram os primeiros blocos carnavalescos, entretanto ficaram mais conhecidos cem anos depois, no século XX. As pessoas se fantasiavam, enfeitavam seus carros e saiam pelas ruas desfilando com seus automóveis cheios de firulas. O que contribuiu para a criação dos carros alegóricos de escolas de samba. Com a expansão da festa e o número de pessoas que aderiam à diversão, apareceram às marchinhas de carnaval “O, abre alas que eu quero passar...”, primeira marchinha brasileira criada pela pianista, compositora e regente brasileira, Chiquinha Gonzaga no ano de 1899.
Algum tempo depois surgiu à escola de samba Deixa Falar, criada pelo sambista carioca Ismael Silva, se passado algumas décadas outras escolas foram criadas e a partir de então o carnaval de rua teve outro formato. O que conhecemos hoje! Com disputas entre as escolas.
É muito interessante e divertida a forma como os brasileiros comemoravam o carnaval, uma cultura vinda “das europas”, mas modelada com o jeitinho brasileiro, todavia é uma pena essa cultura ter mudado tanto. Hoje o que vemos em épocas de folia são mulheres seminuas e até mesmo nuas, somente com pinturas pelo corpo, desfilando pelas avenidas dos grandes centros urbanos. Propagandas na TV dando dicas de como se comportar, tentando prevenir atitudes que podem trazer más consequências ao fim da comemoração. Nesse ano, não sei se todos já viram, mas a Rede Globo tem passado uma “marchinha” dizendo que não pode fazer xixi em qualquer lugar. É meio surreal pensar que as pessoas perderam o senso de ridículo e esqueceram a origem do carnaval, a forma como ele era divertido sem precisar ter a mídia te ensinando até onde fazer xixi e se isso aconteceu é porque, realmente, o brasileiro perdeu a vergonha.
Enfim, o artigo vem relembrar a festividade, que com o tempo, perdeu suas origens e passou a ser “ousado” demais, digamos assim. Neste carnaval, não se influencie por ninguém, divirta-se da forma como acha melhor, não se esquecendo dos seus antepassados e a forma como eles comemoravam o carnaval. Outra “recomendação”, essa é para que os foliões que ficam “perdidos” no carnaval, não façam aquilo que os deixarão com vergonha e com a consciência pesada no dia seguinte.
Obs.: Algumas regiões como o nordeste, por exemplo, ainda comemoram o carnaval com o jeitinho do passado/modernizado, com bonecos gigantes, frevo, maracatu e tudo que têm direito.
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