Hoje é "motoboi"
Não vemos mais com certa frequencia a figura do vaqueiro no Sertão Nordestino.
As motos substituiram quase que silenciosamente os bichos.Talvez por que dão menos trabalho, percorrem mais distâncias em pouco tempo e são cobiçadas pelos jovens. O custo não compensa, o trabalho arduo, a lida com burros e cavalos e as endumentárias ou acessórios do vaqueiro não atraem mais a nova geração.
Devido a modernização tecnológica advinda das grandes cidades para o campo e uma maior abertura economica no setor rural, o personagem a cavalo e vestido de gibão, dá lugar ao que chamo de "motoboi" ou vaqueiro de moto.
A nova geração alega a praticidade, a serventia múltipla da moto e a beleza. Entenda por praticidade o não alimentar, o cansaço, o celar, o dar banho, o comportamento inesperado do animal e outras tarefas que antes eram necerrárias para o desempenho da profissão.
Me parece que essas alegativas não justificam, pois se é mais prática não dispensa mão de obra, senão, não haveria tantas repositoras de peças no mercado. Também não haveria índices altos de inprudências e mortes nessas regiões dominadas pelo novo cavalo de ferro.
Antes os vaqueiros podiam beber suas pingas e se agarrarem ao seu cavalo e este o levava para casa com a margem de risco tão baixa que não entraria nas estatísticas de morte de hoje.
Diante desta exposição e em nome da cultura e da preservação da identidade deste ícone do bravo sertão nordestino, fica meu apelo aos filhos de bom coração, não troquem sua montaria por moto nem o gibão por blusão, pois para guiar o gado pelos espinheiros só o tradicional vaqueiro.